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Projeto Movimente-se... "desenferruja" o corpo e a mente

Publicado: 14 de outubro de 2010
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A curiosidade da infância nos mantém em constante movimento: corremos, pulamos e dançamos. Na adolescência e início da juventude, o corpo continua se mexendo, seja nas aulas obrigatórias de educação física, na esteira da academia - em busca do corpo perfeito - ou em função da agenda social, pra lá de agitada nessa fase da vida.

Com a maturidade, o ritmo de trabalho aumenta, assim como as responsabilidades e, conscientemente ou não, ficamos menos ativos. Pra melhorar a qualidade de vida de quem chegou na terceira idade "enferrujado" pelo sedentarismo, a SMS (Secretaria de Saúde) criou o projeto "Movimente-se com a Música e a Dança".

Implementada em outubro de 2008 em três unidades básicas de saúde - Bom Retiro, Embaré e Morro do São Bento - a iniciativa é voltada a idosos ou com dificuldades de locomoção. Utilizando técnicas da dança circular e abordando aspectos como postura, ritmo, orientação espacial e percepção, os participantes são estimulados a mexer as diversas partes do corpo. Passos curtos e movimentos suaves são direcionados pela educadora em saúde Cremilde Tavares, ao som de canções infantis ou trilhas bem marcadas, como naquela brincadeira de criança: "O chefinho mandou".

Múltiplos benefícios
"Aprendendo as coreografias, eles treinam a concentração, estimulam a memória recente e melhoram a mobilidade, flexibilidade, agilidade, resistência e equilíbrio", disse a técnica, que integra a equipe da Coordenadoria de Saúde do Adulto e do Idoso. E não é só o corpo que é favorecido. A sensação de bem-estar libera a alegria de viver.

"Quando meu marido morreu, eu perdi a vontade de tudo e adoeci. As pessoas diziam: "vai passar", mas como eu não falava dos meus problemas, ninguém me ajudava. Eu me inscrevi no projeto sem saber do que se tratava e estou aqui há dois anos. Ganhei uma vida nova", afirmou a aposentada Dolores Baldonedo Sanchez, 79 anos, usuária da UBS do Embaré.

E não são apenas os veteranos no projeto que se deixam contagiar. Silvio da Silveira, 53 anos, era pura descontração na sua primeira aula, dia 4, na UBS do Embaré. Acometido por um AVC raro quando andava de moto, há dois anos, teve traumatismo craniano e o lado esquerdo do corpo parcialmente comprometido.

A mulher de Silvio, Eliana, ficou sabendo da atividade ao assistir um programa na TV. Acreditando que traria benefícios tanto para o marido quanto para a sogra, Thereza, que apresenta os primeiros sinais de Alzheimer, trouxe os dois para experimentar. "O que me atraiu foi a música, que estimula a cognição e não o deixa entediado. A gente sabe que esse tipo de atividade contribui,no caso dele, para a formação de novos neurônios e para ela, na prevenção e motivação".

Serviço
Os alunos são encaminhados por agentes comunitários, enfermeiros ou médicos. As aulas da Unidade Básica de Saúde do Embaré ocorrem às segundas-feiras, a partir das 14h30, no próprio local. No mesmo horário se concentram os alunos da UBS do Morro do São Bento, às sextas-feiras, na sociedade de melhoramentos do bairro. Já no Bom Retiro a atividade ocorre às terças-feiras, a partir das 9h, em salão de festas próximo. Informações: 3201-5610.