Programa de Santos oferece espaço de reflexão a conselheiros tutelares
Conselheiros tutelares de Santos puderam trocar experiências, refletir sobre as próprias funções e desabafar durante a segunda reunião semestral do programa Cuidar de quem Cuida, realizada nesta quinta-feira (31), no Centro de Capacitação Professor Darcy Ribeiro (Vila Mathias). O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Governo (Segov) com o objetivo de capacitar e acolher os profissionais.
Além da conversa, os conselheiros também foram submetidos a atividades baseadas nas práticas integrativas e complementares, guiadas pela professora da rede municipal de ensino Irene Penteado Cotrim, que também atua junto à Seção de Formação e Desenvolvimento de Pessoal (Seform), da Secretaria de Educação, auxiliando no gerenciamento e na prevenção aos conflitos nas escolas.
“Hoje utilizei a técnica do mindfulness, que auxilia na atenção plena e facilita o foco em si mesmo, além de técnicas antiestresse e a abordagem sistêmico-fenomenológica, de Bert Hellinger, prática que facilita a inclusão da família, dando um lugar para cada um, no sistema familiar, considerando a três ordens principais: pertencimento, precedência e equilíbrio entre o dar e o receber”, explicou a professora.
O gestor do programa, Wellington Araújo, destaca que é de extrema importância que os conselheiros tenham momentos para si mesmos. “Esses profissionais estão responsáveis por zelar pelos direitos da criança e do adolescente na Cidade, então eles carregam um grande número de problemas. É uma vida difícil e eles têm a necessidade desse momento, de se cuidarem como profissionais e seres humanos, se fortalecendo para continuar”.
DAR E RECEBER
Há mais de dois anos como conselheiro tutelar da Zona Noroeste, Carlos Eduardo Ferreira Paiva, 38 anos, não perde sequer uma reunião do Cuidar de quem Cuida. “Nosso trabalho é cuidar, então também precisamos ser cuidados para criarmos força e continuarmos cuidando dos outros, dando o nosso melhor. Espero que o programa não pare, porque tem feito muita diferença tanto no trabalho quanto na minha vida pessoal”.
Marcela Matias, 41, também é conselheira há dois, mas na Zona Leste da Cidade. Para ela, o programa é “essencial porque é o momento que a gente se desliga do trabalho e se vê sendo cuidado. No dia a dia a gente dá e dá, e hoje é o momento de receber. A gente faz uma troca de energia que ajuda profissional, física e espiritualmente. É um refúgio para tomar um novo fôlego e seguir”.