Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Professora faz do surfe um modo de viver

Publicado: 15 de setembro de 2017
15h 35

Uma menina do interior que realizou o sonho de ser surfista e que foi ainda mais longe.

Essa é a história de Isabela Panza, de 35 anos. Mais uma entre tantas que tiveram a vida transformada nos 26 anos da Escola Radical, da Secretaria de Esportes. Mas o que normalmente acontece com alunos, desta vez aconteceu com uma professora.

Quando criança, Isabela morava em Capivari. Nas férias, sempre que possível viajava para o litoral sul onde aprendeu a surfar. A partir daí, decidiu que seria surfista e moraria na praia.

Com 20 anos, começou a transformar o sonho em realidade. “Na internet, vi que o professor Cisco Araña dava aulas de surfe numa faculdade de Educação Física de Santos. Não tive dúvidas e mudei para cá”, conta Isabela, que não imaginava quantas coisas aconteceriam a partir daí.

“Era uma aluna com muito interesse no surfe. Quando ela estava no segundo ano da faculdade, colocamos a Isabela como monitora na Escola Radical. Foi se envolvendo no projeto e, quando se formou, continuou aqui. Hoje é uma das nossas melhores professoras. É qualificada e tem amor pelo que faz”, explica Cisco, coordenador da escola de surfe.

De surfista a professora

Os olhos brilham ao falar da profissão. “Ser surfista era um sonho, ser professora uma realização. Atendemos pessoas de cinco a 90 anos, de ambos os sexos. E temos a turma de pessoas com deficiência. Ser realizadora do sonho dos outros é maravilhoso, me sinto especial”.

O objetivo da Escola Radical não é formar atletas, mas talentos são identificados. Bruno Andriolo, 14 anos, morador do Gonzaga, é um deles. “Estou nas aulas há dois anos e meio. Comecei por admirar o surfe, hoje estou evoluindo. A professora é muito legal, mas na hora do treino pega no pé e cobra bastante”.

Mundial de Longboard

Competir nunca foi uma prioridade, principalmente porque isso exige dedicação exclusiva. Mesmo já tendo participado de alguns torneios, neste ano, Isabela foi surpreendida com um novo desafio. “O Cisco, de surpresa, me inscreveu na etapa do Peru, do Campeonato Mundial de Longboard. Disse que estava na hora de passar por essa experiência, que o contato com atletas de alto rendimento poderia ajudar a trazer algo mais para os alunos. Em duas semanas corri atrás de patrocinadores e fui”.

A competição foi em 27 de julho, na praia de Huanchaco, em Trujillo. Participaram atletas de todo o mundo, e quatro brasileiras, sendo Isabela a única de Santos. Em sua bateria estava a atual líder do ranking, a carioca Chloé Calmon, que foi a vice-campeã da etapa. “Nunca tinha participado de competição internacional, nem surfado em ondas do Pacífico, as mais difíceis e pesadas. Ondas de três metros com fundo de pedra, sete graus e neblina do inverno. O resultado não foi o mais importante, mas sim a convivência e a troca de experiência”.

A música

Há um ano Isabela é a vocalista da banda Bella Huna. “A música e o surfe representam toda minha vida, história e carreira. Tudo que busquei foi em torno da música e do surfe. Sempre caminharam juntos. A banda Bela Huna também é nome de uma filosofia havaiana, a filosofia Huna que nós seguimos”. Gabriel Panza, irmão de Isabela, é guitarrista e produtor da banda.

“Todos os elementos do mar, toda a troca que principalmente a Isabela tem com o oceano é trazida para cá. Isso influencia muito no nosso modo de pensar, forma de escrever e compor. O ritmo de todas as melodias é influenciado pela água e pelo sal”. 

 

Para acompanhar o trabalho da Bella Huna clique aqui.  

Fotos: Marcelo Martins