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Prefeitura alerta sobre perigo de nova epidemia de dengue e pede apoio à população. há 62 casos no ano

Publicado: 15 de março de 2001
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O aumento do de número de casos de dengue em março, 22 em 15 dias, contra 39 nos dois primeiros meses do ano, o que totaliza neste ano 62 portadores da doença, levou, a Administração Municipal, a pedir maior participação da sociedade no combate ao mosquito Aedes aegypti. No momento, os bairros do Marapé (9 casos) e Campo Grande (27 casos) são os mais problemáticos, com 83% dos portadores de Santos. Amanhã e domingo haverá mutirão de limpeza nesses locais, com envolvimento de vários órgãos da Prefeitura, para uma operação pente-fino nessas áreas, que vai atingir ainda um trecho do José Menino. A endemia, mesmo com acompanhamento permanente da Prefeitura, pode evoluir novamente para uma epidemia. A Prefeitura mantém 3 grupos distintos de trabalho: os 110 agentes de quarteirão, os 219 participantes do PAC (Plano de Agentes Comunitários de Saúde), sem contar os 117 funcionários que integram o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Esse trabalho prosseguiu independentemente da redução de recursos que aconteceu por parte do Ministério da Saúde, desde o ano passado. MESES PROBLEMÁTICOS O trabalho da Prefeitura tem sido permanente, mas os casos estão aumentando. Historicamente, sabe-se que os meses mais problemáticos são abril e maio. Os primeiros meses do ano foram secos e, com a chegada das chuvas, a tendência é de crescimento da população de mosquitos transmissores, já que nesse período os ovos eclodem e surgem as larvas. Por essa razão, ele acha fundamental o maior envolvimento da sociedade, assinalando que também serão mobilizados os 100 mil estudantes da rede pública e privada, que são os agentes mirins. A vigilância sobre os criadouros domésticos, especialmente casas com quintais e terrenos nos fundos, e mais atenção às calhas, caixas d’água e ralos foram recomendações feitas pelo secretário de Saúde. Também pediu-se à população que colabore permitindo a entrada dos agentes de quarteirão e do PEAa já que há ainda resistência, especialmente de moradores de casas baixas, predominantemente nos bairros de Campo Grande e Marapé, que registram maior número de casos. A explicação para essa maior incidência nesses bairros tem duas vertentes. Pelas estatísticas de anos anteriores, Marapé e Campo Grande apresentaram menor número de pessoas contaminadas e portanto, os moradores dessas áreas estariam mais susceptíveis na medida em que, aqueles que já tiveram a dengue tipo 1 estão imunes a esse tipo de vírus. Utilizando projeções da Organização Mundial de Saúde, acredita-se que de 40 a 50% da população de Santos poderiam ter sido atingidos pela dengue e hoje essa parcela estaria protegida contra o tipo de vírus l. Entretanto, 45 casos suspeitos de dengue ainda passam por avaliação no Instituto Adolfo Lutz, demorando em média de 40 a 50 dias o resultado da tipologia. A outra explicação é pelo tipo de moradias existentes nesses bairros, notadamente baixas, com quintais e terrenos nos fundos. MUTIRÃO - Por essa razão, amanhã e domingo, haverá mutirão de limpeza nesses bairros, das 9 às 17 horas, com participação de toda a estrutura da Saúde existente no combate à dengue e ainda de outros órgãos, como Prodesan, Terracom, Bombeiros, numa operação que vai envolver cerca de 400 pessoas e 25 veículos, para transporte de materiais, como cloro, sacos de lixo, pás, e ainda os caminhões da Terracom. Faixas, carros de som, e outras estratégias de divulgação serão utilizadas neste final de semana, chamando a atenção da população para participar do mutirão, que visa eliminar criadouros. De alguma forma alguns focos estão escapando do controle, esses criadouros são basicamente domésticos. Foi feito também um alerta para os proprietários de terrenos vagos que a multa atualmente é alta, correspondendo a 5 mil Ufirs. NÚMEROS E RECURSOS Dos 62 casos confirmados neste ano, 43 são autóctones (moradores da Cidade), 4 autóctones da região da Baixada, 12 importados e 3 sem informação. Na evolução ano a ano, 97 registrou 844 casos; em 98 foram 3.616, em 99, o maior pico com 7.257 e no ano passado 78. O secretário de Saúde explicou que, no final de março ou começo de abril, já estará sendo fortalecido o Programa de Saúde de Família (PSF), que conta atualmente com apenas uma equipe com seis membros, e passará para 10 equipes, totalizando 60 pessoas atuando no programa. Os recursos virão do Ministério da Saúde, que tem interesse em fortalecer o programa de combate ao Aedes. A Prefeitura chegou a receber R$ l milhão e 300 mil específicos para o combate à dengue em 99, quando houve o pico de casos, mas desde o ano passado houve redução dessas verbas. Atualmente Santos recebe R$ 800 mil anuais para combate de endemias diversas e vacinação, sendo que a Prefeitura vinha desembolsando o custo das ações suplementares para a dengue, entre as quais os contratos com os agentes de quarteirão.