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Prédio da bolsa de café é reconhecido como patrimônio nacional

Publicado: 8 de dezembro de 2006
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Inaugurada em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência, a Bolsa Oficial de Café agora é reconhecida como Patrimônio Nacional. A aprovação ocorreu durante a 51° Reunião do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizada quinta-feira (7), na sala de pregão da Bolsa. A media foi aprovada por unanimidade pelos 12 conselheiros presentes ao encontro. O pedido de tombamento nacional partiu da Associação dos Amigos do Museu do Café, em 2004. A Bolsa já é tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat). A discussão foi aberta pelo relator do processo e arquiteto, Ítalo Campofiorito, que ressaltou as características arquitetônicas do local, além da importância histórica nacional do prédio. Agora o prédio passa a ser conhecido em todo país. A Bolsa se torna um assunto nacional por ser um marco para história do Brasil. Ítalo, em seu parecer, não só determinou o tombamento do edifício, como também dos móveis e obras de arte integrados ao local, como os painéis de Benedicto Calixto. Encantado com as belezas de Santos, o conselheiro declarou que permaneceria mais um dia na Cidade para conhecer o Centro Histórico e passear de Bonde. EMBLEMÁTICO Após a reunião, o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, também ressaltou a aprovação do tombamento da Bolsa. Foi destacado que, a partir do reconhecimento nacional, fica muito mais fácil conseguir verbas ou mesmo patrocínios para melhorias do prédio. Segundo ele, agora a documentação será analisada pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil e, a seguir, o tombamento será publicado no Diário Oficial da União e inserido no Livro de Registros e no Livro de Belas Artes. Para o diretor do Museu dos Cafés, Eduardo Carvalhaes Júnior, o tombamento pelo Iphan irá ajudar a conservar e a buscar recursos novos para o local. Pretendemos com isso ampliar o Museu do Café no Brasil. Agora, acredito que iremos receber muito mais visitantes, principalmente os estrangeiros, já que eles dão muito mais valor para museus e prédios que são tombados nacionalmente, afirmou. A reunião com os conselheiros do Iphan foi realizada pela primeira vez, em 70 anos, no Estado de São Paulo. Na pauta, além da Bolsa outros dois pedidos também foram aprovados. O tombamento do Elevador Lacerda, em Salvador, na Bahia, e o registro, no Livro de Lugares, como Patrimônio Imaterial, da Feira de Caruaru, em Pernambuco. A próxima reunião do Conselho está prevista para fevereiro, na qual será discutido, entre outros assuntos, o registro do Frevo. HISTÓRIA O prédio da Bolsa Oficial de Café começou a ser construído em 1920 e foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1922, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. O edifício foi erguido em Santos porque, na época, a Cidade era a maior praça de café do mundo e muitos países só aceitavam comprar o produto se ele fosse negociado e chancelado na Bolsa. O local funcionou até 1986, mas ficou fechado em alguns períodos, como em 1929, na Quebra da Bolsa de Nova York; em 1932, durante a Revolução Constitucionalista e a 2ª Guerra Mundial. O último pregão aconteceu na década de 1950, quando os negócios do café foram transferidos para a cidade de São Paulo. Até 1986, quando foi desativado, funcionou para a divulgação da cotação do café no mercado internacional. Depois de dez anos fechado, o prédio foi restaurado. Foram 14 meses de trabalho até a reinauguração, realizada em 25 de setembro de 1998. Atualmente ele é mantido pela Associação dos Amigos do Museu do Café. No acervo estão obras de Benedicto Calixto (painéis e vitrais), além do espaço para exposições temporárias. Dentro do projeto museológico estão livraria, biblioteca, arquivo e o centro de preparação do café.