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Pncd afirma que dengue continua um grande desafio para a saúde pública

Publicado: 2 de setembro de 2003
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Um gigantesco desafio da saúde pública em todo o País. Essa foi uma das conclusões da avaliação da dengue feita pelo Programa Nacional de Combate à Dengue, do Ministério da Saúde, durante encontro de avaliação da Região Sudeste realizado em Belo Horizonte, no final da semana passada. Santos foi uma das 170 Cidades participantes do encontro, que reuniu representantes do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A expectativa do Governo Federal, para o verão de 2004 é que haja uma alta de casos em todo o País, tendo em vista a circulação de três tipos de vírus, e o aspecto sazonal da doença, que apresenta um ano de baixa e, em seguida, alta. Há também probabilidade de aumento de casos de dengue entre a população infantil, tal como já ocorreu na Ásia com o deslocamento da epidemia dos adultos (já fortemente atingidos por três vírus) para a população mais jovem, que se torna susceptível. Pediatras deverão ser capacitados para um melhor diagnóstico da doença. Neste ano, no Brasil, os números da dengue foram mais favoráveis em relação aos do ano passado. Em 2002, houve 734.754 casos no País, enquanto que no primeiro semestre deste ano ocorreram 25l.756 casos, representando queda de 65%. No Estado de São Paulo foram 18.845 neste ano, contra 40.094 em 2002, sendo que os municípios mais atingidos foram Araçatuba com 3.064 casos confirmados, até julho, seguido de Jandira com 1.884 e Osasco 1.625, além de vários municípios da Grande São Paulo. Santos registrou 923 casos até agosto, contra mais de sete mil no mesmo período do ano passado, o que demonstra um avanço no controle. No País, os casos de febre hemorrágica da dengue caíram de 2.617 em 2002 para 574, neste ano (1º semestre), e os óbitos de 145 para 37, mas a letalidade foi maior, passando de 5,5% para 6,4%. Em Cuba, por exemplo, onde a dengue também é problema de saúde pública, a letalidade de dengue hemorrágica é menor que 1%. Os técnicos do Ministério da Saúde garantem que, entre as dificuldades no próximo verão, estará a disseminação do vírus 3, por todo o País. METAS O encontro de avaliação, que passará a ser mensal em cada Estado segundo estabeleceu o Ministério da Saúde, definiu algumas metas para os próximos meses, entre os quais cursos de comunicação para agentes e supervisores, visando convencer o cidadão a mudar seus hábitos, com técnicas adequadas de abordagem. A iniciativa será realizada, em Santos, nesse segundo semestre. Também foram apontados avanços ocorridos no controle da doença, entre as quais, o fortalecimento da infra-estrutura de combate ao mosquito transmissor e a inclusão das ações de prevenção e combate na atenção básica. O anúncio de novas aquisições de veículos e equipamentos figura entre as propostas levantadas pelo PNCD. A representante da Coordenadoria da Saúde Coletiva defende, no entanto, que o nosso Município receba mais investimentos em recursos humanos do que em equipamentos. Foi enfatizado, também, no encontro de avaliação, a tendência da epidemia, que, tal como ocorreu na Ásia, deverá estar atingindo, já no próximo verão, a população infantil, em razão do esgotamento da população adulta. A própria mãe, na gravidez, transmite ao filho essa susceptibilidade, quando atingida por um ou mais vírus da dengue. Por essa razão é fundamental o treinamento dos pediatras para estarem atentos à manifestação da doença nas crianças, já que a dengue pode ser facilmente confundida com virose. Essa iniciativa de capacitação também será adotada em Santos. Entre as dificuldades registradas a nível de Brasil figuram a rotatividade de agentes, já que os contratos são temporários, supervisão irregular, alto índice de pendências nas grandes cidades, (imóveis fechados), manutenção de campanhas educativas e falta de integração da vigilância epidemiológica com a entomológica e laboratorial. Nas propostas de aperfeiçoamento figuram, ainda, o levantamento mais rápido dos índices entomológicos (índice de breteau) que mede a quantidade de mosquitos por imóvel e a criação de referência regional para o exame de identificação viral (PCR). CONFIRA AS INICIATIVAS CONTRA A DENGUE A equipe de Educação Continuada do Programa de combate à Dengue estará treinando, nos próximos dias, a pedido de empresas portuárias, a força tarefa que, cada empreendimento estabelecido na área do porto é obrigado a manter por determinação da Agência de Vigilância Sanitária - Anvisa. O objetivo é manter a área do Porto livre de lixo, entulhos e criadouros do mosquito. O órgão federal estabeleceu a norma mas ainda não deu o treinamento, que será fornecido agora pelo IEC – Informação Educação e Comunicação, do Programa da Dengue. O treinamento e formação de multiplicadores na área Portuária e nas escolas é apenas uma das iniciativas que estão previstas até dezembro pelo programa municipal que já começou a intensificar, desde agosto, a visitação em imóveis fechados, (pendências) aos sábados. A iniciativa é importante porque, durante a semana muitos proprietários não são encontrados, já que marido e mulher trabalham fora. Em setembro o enfoque principal na visitação casa à casa será o controle de vasos de plantas, que voltaram a representar, neste ano, grande foco de criadouros do Aedes aegypti. Em outubro, o Programa fortalecerá os cuidados com imóveis especiais, tais como shoppings, clubes, universidades, escolas, hospitais, assim como imobiliárias, visando atingir imóveis colocados para alugar, na próxima temporada. No mês dedicado a Finados, Novembro, o trabalho dos agentes vai enfocar cemitérios e floriculturas. Já em dezembro, será lançado o projeto verão, provavelmente com uma grande campanha que se estenderá até março.