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Pelé, a arte do rei agora vai ao rio de janeiro

Publicado: 16 de abril de 2002
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Durante décadas os amantes do futebol, no Brasil e nos quatro cantos mundo, vibraram com seus lances, dribles e gols geniais. Agora, os brasileiros e turistas estrangeiros viverão uma emoção única: conhecer de perto a vida e a história do maior jogador de futebol de todos os tempos. Pela primeira vez, uma exposição reúne um acervo inédito, incluindo objetos pessoais, troféus raros, medalhas, uniformes, fotos histórias e obras de arte, que conta quem é o mineiro de Três Corações, filho de D. Celeste e Dondinho, batizado Edson, coroado Rei Pelé. A exposição Pelé – A Arte do Rei, após ficar até 31 de março no Museu de Arte de São Paulo (Masp), estará na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, de 23 de abril até 23 de junho. Em São Paulo, pouco menos de 100 mil pessoas visitaram os objetos expostos no Masp, um dado bem inferior à expectativa dos organizadores que esperavam algo em torno de 400 mil visitantes. A exposição está sendo realizada pela Coca-Cola e faz parte de uma parceria entre a empresa e Pelé, firmada em agosto do ano passado. Esta exposição é um sonho antigo que, depois de tanto tempo, se torna realidade. É uma honra receber essa homenagem, mas essa mostra é também uma forma de retribuição ao carinho do povo brasileiro que ajudou a construir a história do Pelé, afirma o Rei. A Casa França-Brasil fica na Rua Visconde de Itaboraí, 78, no Centro, e a exposição poderá ser vista de terça-feira a domingo, das 12 às 20 horas. A expectativa dos organizadores é de que 200 mil pessoas visitem a mostra que retrata a vida do melhor e mais importante jogador de futebol de todos os tempos. UMA CARREIRA DE GLÓRIAS E CONQUISTAS Das memórias da infância do menino Edson em Bauru, cidade do interior paulista onde cresceu, passando por toda a sua trajetória profissional nos gramados do Brasil e dos Estados Unidos, à glória de ter sido o único jogador no mundo eleito quatro vezes o "Atleta do Século", a exposição reúne um total de 547 peças, além de fotos históricas e artísticas do Rei e 26 quadros inspirados em Pelé e no futebol. Assinados por artistas como Djanira, Cândido Portinari e Rubens Gerchman, os quadros foram cedidos pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, pelo próprio Masp e por colecionadores particulares. Um destaque à parte é o quadro "Pelé", pintado por Andy Warhol, que o craque retirou de seu apartamento em Nova lorque para a exposição. Grande admirador de Pelé, Andy Warhol adaptou sua mais famosa frase para o craque, dizendo que se todos têm 15 minutos de fama, Pelé tem a eternidade da fama. Pelé é especial até por conseguir unir novamente esporte e arte, um dos pilares do espírito olímpico, conta o curador Romaric Buel, que liderou uma equipe de 150 profissionais entre pesquisadores, restauradores, jornalistas, arquitetos, museólogos, cenógrafos e designers - uma verdadeira força-tarefa cujo desafio foi não só reunir tamanho acervo, como também organizá-lo para contar de forma atraente, mas também didática, a história do homem e do atleta Pelé. O desafio foi grande. O trabalho de pesquisa e de desenvolvimento do projeto se iniciou em agosto do ano passado. As peças foram recolhidas em várias cidades do país e do mundo - do Guarujá (SP) até Nova lorque e Paris. O trabalho de restauro também foi intenso, envolvendo mais de 40 itens, entre certificados, troféus e coroas, além das camisas das finais e faixas das Copas de 1958 e 1970; e faixas do tricampeonato paulista de 1967, 1968 e 1969 do Santos. ESTÁDIO DE FUTEBOL - "Pelé - A Arte do Rei" promete ser contagiante do início ao fim tal como tantos jogos disputados pelo craque. Ao entrar na exposição, os visitantes passam por um túnel, como se saíssem do vestiário rumo ao gramado do estádio. Quando "entram em campo", se deparam com um grande telão, no qual serão exibidos flashes de jogos com Pelé. Em seguida, o visitante passará por vários módulos sobre a vida pessoal e profissional do atleta, incluindo a carreira no Santos e na Seleção Brasileira. Entre as curiosidades resgatadas pela equipe de pesquisadores, sobre objetos que marcam a infância do craque, destacam-se uma bola de meia, feita com meias de seda de sua avó Ambrozina e sua mãe D. Celeste, que ele mesmo costurava, além da caixa de engraxate, construída com madeira de caixote de bacalhau, com a qual ele trabalhava para ajudar no sustento de sua família. Há também peças inéditas da carreira do ex-jogador, nunca apresentadas ao grande público, como o troféu que a Federação Russa de Futebol presenteou Pelé por ter sido o mais jovem jogador campeão do mundo, na Copa de 1958. Sem contar a bola, o par de chuteiras e a rede do lendário jogo Santos 2 X 1 Vasco, o jogo em que Pelé marcou seu milésimo gol. As vitórias de Pelé pela Seleção Brasileira não poderiam ser esquecidas. As camisas do tricampeonato (Copas de 58, 62 e 70), que o consagram como o único jogador brasileiro tricampeão, também são destaque. A mostra conta também com inúmeras fotos, em preto e branco, do repórter-fotográfico José Herrera, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Prefeitura de Santos. Herrera, ao lado do irmão Rafael Dias Herrera, teve o privilégio de retratar o início da carreira do Rei Pelé em inúmeros trabalhos dentro e fora dos gramados. Aos 82 anos de idade, dos quais 65 dedicados ao jornalismo, José Herrera recebe um carinho todo especial por parte de Pelé, que o chama carinhosamente de Seo Zezinho Herrera.