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Parceria abre portas para jovens deficientes no mercado de trabalho

Publicado: 4 de maio de 2011
18h 00

Há pouco mais de dois meses, a cadeirante Kelliane Sena dos Santos, 16 anos, sequer imaginava que conquistaria o primeiro emprego como patrulheira do Camps (Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro de Santos), no setor de Recursos Humanos da empresa de navegação MSC (Mediterranean Shipping Company).

Cadastrada na Code (Coordenadoria de Defesa de Políticas para Pessoas com Deficiência), ligada à Secretaria Municipal de Defesa da Cidadania, ela é uma das formandas da primeira turma do projeto de capacitação de jovens aprendizes com deficiência para o mercado de trabalho, realizado desde o ano passado em parceria entre a prefeitura, Camps e MSC.

“Não esperava ser chamada tão rápido. Foi uma grande surpresa. Fiquei muito feliz e estou gostando e aprendendo bastante. Posso até crescer na empresa”. Kelliane foi encaminhada pela Code ao Camps, onde fez prova e entrevista para participar do treinamento. Aprovada, durante três meses teve aulas de informática, comércio exterior, comunicação, logística, ética e cidadania, inglês, relações humanas e qualidade de vida. “O mercado exige qualificação”, disse, lembrando que já fez cursos de auxiliar administrativo e computação pela prefeitura.

Formada em uma turma de 65 alunos, dos quais dois, além dela, são deficientes, Kelliane tem contrato de dois anos na empresa via Camps. Seus planos incluem a faculdade. “O direito de ter acesso ao mercado está em pé de igualdade para esses jovens”, afirmou o chefe da Code, Luciano Marques. Segundo ele, de modo geral adultos deficientes não estão preparados competitivamente para o mercado, pois não tiveram oportunidades e acesso à educação quando jovens. "Precisamos corrigir esta história".

Disciplina
No Camps, jovens com limitação visual, auditiva, física e mental, ou não, dividem a mesma sala, em aulas de segunda a sexta-feira. Aos sábados, participam de torneios de futsal, caratê e xadrez na instituição. Disciplina é uma exigência, conforme o coordenador da Code. “Não há diferença porque são deficientes. Há regras e horários a serem cumpridos por todos”. Para a psicóloga do Camps, Rosana Marques, “a experiência inédita é rica para a equipe e alunos”.

Com 42 anos de atuação, a entidade conta com tradutor de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), professores e funcionários treinados, além de rampas e sanitários adaptados - reformas financiadas pela MSC. Uma segunda turma se formou em abril, com 60 adolescentes, entre eles dois deficientes.

Cadastramento
A Code disponibiliza o cadastro de deficientes às empresas e também faz o encaminhamento aos cursos do Camps. Para se cadastrar no projeto, o jovem deve ter entre 14 e 22 anos e comparecer à Avenida Campos Sales, 128, sala 11, 1º andar (tel: 3202-1880). Atualmente, o setor da prefeitura conta com 30 jovens cadastrados. A MSC, construída na Avenida Ana Costa de acordo com os preceitos da acessibilidade, continua com vagas para deficientes.