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Parada LGBT+ reúne milhares e mostra voz no Centro Histórico de Santos

Publicado: 18 de setembro de 2022 - 22h11

Luigi Di Vaio

Uma festa colorida, com música empolgante e gente animada e de bem com a vida. Como pano de fundo, um evento para marcar posição de uma parcela da sociedade nem sempre respeitada ou representada nos espaços públicos. Uma forma de mostrar que lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e todos do universo LGBT+ têm não apenas o direito de se divertir, mas ter sua voz ouvida. Assim foi a 5ª Parada do Orgulho LGBT+ de Santos, realizada neste domingo (18), na Praça Mauá (Centro). 

Retornando ao formato presencial após dois anos em razão de paralisação da pandemia de covid-19, a Parada reuniu milhares de pessoas e faz parte da 11ª Semana Municipal da Diversidade Sexual. O evento contou com shows de artistas do cenário LGBT+ da região e das drags Ariella K e Tchaka Drag Queen. 

Mesmo com o sol martelando forte no Centro Histórico, Tchaka Drag Queen precisou de poucos segundos para levantar o público que estava na Praça Mauá, invocando os melhores momentos da personagem Priscilla, a Rainha do Deserto. Era por volta das 14h15, e o local já estava tomado de bandeiras e adereços multicoloridos.

Empolgação de sobra mostrava o trio de amigas drag queen formado por Victor Ramos (Vastaya.K), de 23 anos; Anderson Rodrigues (Elly Kovak), 24; e Bruno Olavo (Minoa Piovesan), 23. "Querendo ou não, eventos como a Parada ajudam a abrir os olhos de muitas pessoas", acredita Vastaya.K.

Para Elly Kovak, moradora de Cubatão, "ainda tem gente que não sabe respeitar o próximo. Este tipo de evento ajuda a combater isso. Aqui podemos mostrar que existimos e temos de se respeitadas". Segundo Minoa Piovesan, "este é um ato de resistência. Moramos aqui, trabalhamos aqui e temos de ser vistas".

Uma campeã também prestigiou a Parada LGBT+ de Santos. Foi Mohara Benatto, que veio trajando a faixa de Miss São Paulo Gay América 2021. Ela falou da necessidade de eventos como a Parada LGBT+ para convencer as pessoas mais conservadoras da sociedade a aceitar a pluralidade das demais. "Temos de mostrar que estamos resistindo". Para seu amigo de parada, Raphael Barreto, de 25 anos, era uma data especial. Faz 11 meses que ele assumiu sua sexualidade. Ele conta que esse processo foi muito bem aceito por sua família. "Esta é a minha primeira vez em um evento como este. Vou aproveitar bastante".

ECONOMIA

Um evento com grande público mexe com a economia local. O empresário Tiago Seixas veio com seu veículo da Cervejaria Filomena Etílica preparado para vender mais de 200 litros de cerveja, que a empresa produz no Centro Histórico de Santos. "Mais do que vender cerveja, este tipo de iniciativa ajuda na consolidação da marca".

Quem também veio apostando na sede de quem curtia a Parada LGBT+ foi Victor Doneaux, da Cervejaria Santista. "Esta é a primeira vez que participamos da Parada, mas já estivemos presentes em outros eventos aqui no Centro, como o Santos Café. Espero que o estoque não apenas acabe, mas que eu seja obrigado a trazer mais".

RESPEITO À INCLUSÃO

A vice-prefeita e secretária municipal da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Renata Bravo, destacou que a defesa da comunidade LGBT+ é uma das principais pautas do Governo Municipal. "Hoje é um dia de festa. Este é um governo que respeita a inclusão e o direito de as pessoas viverem como querem viver".

Responsável pela Coordenadoria da Diversidade (Codiver) da Prefeitura de Santos, Taiane Myiake falou da necessidade de desmistificar a ideia de que a Parada LGBT+ "é um Carnaval fora de época". "É um movimento político porque sofremos violência. Precisamos quebrar esse paradigma".

FOTOS: MARCELO MARTINS E EDUARDO MALTA / PMS