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Orquidário completa 73 anos encantando gerações de santistas e turistas

Publicado:
10 de novembro de 2018
10h 00

NILTON SÉRGIO

 

Uma das áreas de lazer mais queridas da Cidade, o Orquidário completa 73 anos neste domingo (11). A história deste setentão se confunde como a de incontáveis santistas e turistas que visitam a Cidade. Foram décadas que testemunharam gerações e mais gerações passando momentos inesquecíveis neste recanto encravado no José Menino.

Atualmente chefe da unidade de Educação Ambiental do parque, Cibele Coelho Augusto é uma destas pessoas que tem uma relação muito mais do que profissional com o Orquidário. “Venho aqui desde pequena. Quando criança, morava na Avenida Francisco Glicério, então meu pai me trazia aqui para passeios, minha mãe ficava tranquila”.

Se a infância foi marcada pelas brincadeiras no parque, a adolescência trouxe uma nova dimensão no relacionamento com o espaço. Cibele cursava a faculdade de Biologia quando ficou sabendo que o parque iniciaria um novo trabalho na área de educação ambiental. “Nem sabia o que significava, não fazia ideia que existia esse campo. Vim aqui e me ofereci para ser voluntária, em 1989, neste novo projeto”.

Encantada com a oportunidade de orientar as pessoas sobre a importância do meio ambiente, Cibele ampliou sua formação e estudou Pedagogia. “Passamos a receber turistas, escolas, se tornou algo muito marcante na vida de tantas pessoas”.

Como não poderia deixar de ser, a ecologia apaixonou Cibele, que dedicou toda sua carreira a esse segmento e foi ascendendo dentro do parque até chefiar a unidade, que promove cursos, atividades, palestras e outras atividades. “As lembranças são gostosas. O Orquidário é um lugar lindo, algo que foi pensado por uma pessoa especial, Saturnino de Brito, que infelizmente não sobreviveu para vê-lo pronto. Mas idealizou este espaço verde, sabia que seria importante. É um lugar que está no coração de todo o santista”.

“Minha relação com o Orquidário é mais do que profissional. Eu não enxergo a minha vida sem este parque. É amor mesmo”, finaliza Cibele.

Segundo mais antigo do País em atividade

O Orquidário é o segundo mais antigo do País em atividade. Recebe cerca de 180 mil visitantes por ano em sua área de 24,4 mil metros quadrados (sendo 15 mil m² de vegetação).

Parque zoobotânico que reproduz a Mata Atlântica, conta com cerca de 3,5 mil orquídeas de 120 espécies, a grande maioria afixada nas árvores. Possui quase 500 animais de 70 espécies, muitos dos quais vivem soltos, a exemplo de cutias, cágados, jabutis, saracuras e pavões.

Foi inaugurado em 11 de novembro de 1945 com o objetivo de expor as orquídeas cultivadas por Júlio Conceição, o primeiro orquidófilo do Brasil, morto sete anos antes. Ele morava em uma grande chácara no Boqueirão, chamada Parque Indígena, onde cultivava cerca de 90 mil orquídeas, em árvores e ripados, no início do século passado.

Aberto em 1932, o Parque Indígena foi o primeiro estabelecimento de visitação pública de Santos e verdadeira referência turística da Cidade, funcionando até o início dos anos 1940, mesmo após a morte de seu fundador, em 1938.

O Parque Indígena abrigava também pavilhão para exposição de flores, pomares, jardins e cabines de banho, tanques de peixes, reservatório com peixe-elétrico do Amazonas, pombal e curiosos bancos formados por ossos de baleia. Com a morte de Júlio Conceição, a área foi loteada em 1944 e seu patrimônio biológico, vendido por valor simbólico à Prefeitura para formar o Orquidário. Mas a história do parque começou, na verdade, em 1903, quando o engenheiro Saturnino de Brito iniciou seu inédito plano para saneamento de Santos. Seu projeto previa também a desapropriação de terrenos para facilitar o acesso à Usina de Tratamento, inaugurada em 1907, e para a construção de um parque público em frente a esse complexo. O terreno foi desapropriado em 1909 e doado pelo Estado à Prefeitura em 1914. A ideia de construção do parque seria resgatada somente 24 anos depois.

SERVIÇO

 

O parque fica na Praça Washington s/nº, José Menino. Funciona de terça a domingo, com bilheteria aberta das 9h às 17h e entrada a R$ 8,00. Menores de 8 anos e maiores de 60 são isentos.

Aniversário terá bolo, música e dança

A comemoração dos 73 anos será realizada na entrada do parque, com entrada gratuita, no domingo. Entre 13h e 17h, haverá distribuição de pipoca e algodão doce. Às 14h, os participantes contarão com o tradicional bolo. Depois, o grupo Cantores do Rádio apresenta o espetáculo ‘Velhos tempos...novas emoções’. O encerramento será realizado com dança circular do projeto Cirandança.

 

Fotos: Marcelo Martins

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