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Novo ônibus Amelinha vai ensinar corte e costura em cinco bairros

Publicado: 22 de janeiro de 2012
20h 00

A entrega do novo ônibus do projeto Amelinha marcou nesta segunda-feira (23) a programação de aniversário da cidade. O veículo adaptado para oferecer gratuitamente curso de corte e costura foi apresentado pelo prefeito João Paulo Tavares Papa, na Praça Mauá, em cerimônia com a presença de autoridades, alunas e ex-alunas e familiares de Amélia Machado de Lima, que inspirou a iniciativa.

Com o veículo doado pela Viação Piracicabana, que dispõe de bancadas e mesas de máquinas industriais, o curso será levado, a partir do início de fevereiro, aos bairros da Aparecida (segunda-feira), Castelo (terça), Areia Branca (quarta), Santa Maria (quinta) e Marapé (sexta). As inscrições estão esgotadas.

Após dois anos de aprendizado, as alunas saem preparadas para o mercado de trabalho, atuando em confecções ou na residência. Desde 2006, cerca de 1.200 se formaram no projeto Amelinha, desenvolvido pela prefeitura, por meio do Departamento da Administração Regional da Zona Noroeste. Segundo a professora Maria Rosângela da Costa, cerca de 30% das alunas passam a trabalhar com costura.

O prefeito disse que o ponto central da proposta é a geração de empregos, além de amizades e da convivência ao longo do curso. “Esse projeto é parte do grande esforço feito hoje na cidade em vários campos para se oferecer sustentabilidade econômica e social aos santistas. Como é itinerante, vai chamar a atenção da população para esse campo de trabalho”.

Papa também ressaltou que um dos produtos do projeto Amelinha é a Cooperdique (Cooperativa de Trabalho de Costura do Dique da Vila Gilda), que tem endereço fixo na Av. Manoel Ferramenta Júnior, na Zona Noroeste, e presta serviço para empresas da região.

Presente à entrega do novo ônibus, Augusto Machado de Lima, filho de Amélia, disse que a mãe, se fosse viva, adoraria o veículo. “Ele vai solidificar o projeto e melhorar as condições de trabalho para professoras e alunas”.

Sonho
Junto com a professora Maria Rosângela, as alunas do Amelinha foram as que mais comemoraram a nova aquisição. Regina Amores, que deve frequentar as aulas no Marapé, diz que o projeto deu a oportunidade de realizar o sonhado curso de corte e costura. “Mesmo aposentada, estou aprendendo algo novo. Fui eu que fiz a saia que estou usando”.

Já formada, Teresinha de São José tornou-se costureira graças ao Amelinha. “Até hoje ganho dinheiro com a costura e mantenho amizade com a professora”.

Agradecimento
Assim como a geração de renda, os laços de amizade criados durante as aulas são o forte do projeto, segundo a representante das alunas, Roseli Vicente, que leu o seguinte texto de agradecimento durante a entrega do ônibus.

“Só mesmo quem vive e viveu neste ambiente, chegando no primeiro dia de aula, sem saber colocar uma agulha e passar a linha na máquina. E com o decorrer das semanas, ver os moldes se transformarem em roupas próprias ou para familiares, jogos de cozinha e banheiro, artesanato.

O retorno da autoestima, materialização de sonhos, e ajuda no orçamento doméstico, pela comercialização de peças, troca do divã do psiquiatra pela conversa franca que flui, quando a confiança e amizade acontecem, consegue entender.
A magia que ocorre dentro do ônibus, que inebria e contagia quem participa desse projeto, a união, a insistência, a reivindicação é que deram sustentação à luta para não esmorecer e continuar batalhando, até este glorioso momento de vitória.

A nossa gratidão maior à professora Rosângela, pelo conhecimento, pela amizade, pelo incentivo e pelo amor ao projeto Amelinha, que é a grande responsável pelo sucesso, porque sem ela, provavelmente, o rumo de nossa história teria sido outro”.