Nova povoação, vila de santos, santos... 463 anos de história

As origens da cidade de Santos confundem-se com as origens do Brasil. O litoral paulista e a Ilha de São Vicente foram descobertos no início do ano de 1502. A ilha foi habitada poucos anos depois, formando-se dois pequenos núcleos urbanos. O primeiro foi o Povoado de São Vicente, elevado a Vila, por Martim Afonso de Sousa, em 1532. O segundo, chamado Nova Povoação, formado por volta de 1540 por Braz Cubas, quando transferiu o porto que atendia à região, situado na Ponta da Praia, para o outro lado da ilha, junto a um pequeno morro denominado depois de Outeiro de Santa Catarina. O povoado de Santos durou, aproximadamente, de 1540 até 1546, quando virou vila. A então Vila do Porto de Santos passou a se chamar de Vila de Santos, condição na qual permaneceu até 26 de janeiro de 1839, quando foi transformada em cidade graças a José Bonifácio, um dos irmãos Andrada e conhecido como Patriarca da Independência. Por causa dele, a Assembleia Provincial (hoje Assembleia Estadual) aprovou uma lei que elevava a Vila de Santos à condição de cidade, assinada pelo presidente da Província de São Paulo, Venâncio José Lisboa, em 26 de janeiro (Lei n°122). ARQUEOLOGIA Durante escavações na obra da ampliação da linha do bonde turístico do Centro Histórico, foram encontrados mais de 4 mil peças históricas por meio do processo de arqueologia preventiva, desenvolvido pelo arqueólogo Manoel Gonzalez e o historiador Waldir Rueda, em parceria com a prefeitura de Santos. Entre os resultados, objetos como faianças (louças) portuguesas, garrafas artesanais, pedaços de azulejos franceses, pratos e xícaras datados de 1800 a 1900. Também foram confirmados locais históricos, a exemplo do curtume (estabelecimento onde se curte o couro) de Braz Cubas (fundador da Vila de Santos). O curtume se localizava na região da atual Praça Correa de Melo, em frente à subida do bondinho do Monte Serrat. De acordo com o historiador Waldir Rueda, autor do livro ‘Braz Cubas - Homenagem a uma Vida’, o curtume foi um dos primeiros do país e remonta à data de 1560. "O estabelecimento funcionava no local por causa da Fonte do Itororó, onde lavava-se o couro", explica Rueda. Segundo comprovou sua pesquisa, Braz Cubas foi um dos homens mais ricos da capitania e proprietário de imensas áreas de terra com extensão até o atual estado do Rio de Janeiro.