Nadador santista brilha na Surdolimpíada e se firma como maior medalhista do Brasil

O nadador santista Guilherme Maia (Fupes/Tênis Clube) fez história conquistando duas medalhas de bronze na prova dos 100 e 200 metros na Surdolimpíada, que reúne cinco mil atletas, de 77 países, para a disputa de 20 modalidades. O evento acontece até 15 de maio, em Caxias do Sul (RS). 

Para ter ideia da façanha do santista, o nadador tem agora sete das 12 medalhas conquistadas pelo País desde a primeira participação brasileira na competição, em 1993. Em 2013, na Bulgária, ele faturou uma prata e dois bronzes. Na Turquia, em 2017, conquistou o primeiro e único ouro da história do Brasil, nos 200m livre, com recorde mundial, além de outro bronze.

AS MEDALHAS

Disputando agora a competição em seu país, Guilherme teve o apoio da torcida, que lotou o Complexo Aquático da Sede Guarany, para subir no pódio.

Nos 100 metros livre, no dia 4, ele fez o tempo de 52s73. A prata ficou com americano James Klotz, com o tempo de 52s51; o ouro com o ucraniano Illia Sultanov, com o tempo de 52s46.

Na última sexta (7), em sua principal prova, os 200 metros, o santista dominou grande parte da disputa, mas no final acabou sendo ultrapassado por nadadores japoneses. Ryutaro Ibara, com o tempo de 1m54s82, ficou com o ouro, e Satoi Fujihara, com o tempo de 1m55s22, a prata. O recorde mundial do santista, de 1min52s55, foi mantido.

COMEMORAÇÃO

Guilherme, que neste ano mudou para Caxias do Sul para seus treinamentos, vibrou com as conquistas. "Foi emocionante, inacreditável, pela primeira vez senti a vibração da torcida. Uma experiência maravilhosa conquistar duas medalhas dentro do meu país", disse.

Para o atleta de 33 anos a conquista teve outro sabor especial, pois foi alcançada com a presença de sua mãe, Andrea, na arquibancada: “Minha mãe é minha referência. Ela foi minha primeira professora de natação e ainda é minha maior incentivadora”.

O maior medalhista brasileiro em Surdolimpiadas também comentou sobre o seu desempenho. "Tive apenas três meses de treinamento. Tentei mudar a técnica dos 200 metros para baixar o recorde mundial, mas não deu certo. Prometo ir buscar no Mundial de 2023, na Argentina", disse o multicampeão.

SURDOLIMPÍADA

A Surdolimpíada de Verão (Summer Deaflympics) reúne mais de cinco mil atletas surdos ou com deficiência auditiva, de 77 países, na disputa de 20 modalidades no masculino e 18 no feminino. As competições seguem até 15 de maio na serra gaúcha. O Brasil tem 199 atletas inscritos, a maior delegação da história do país no megaevento. A Surdolimpíada de Verão ocorre a cada quatro anos. A primeira edição ocorreu em 1924, em Paris, na França.

FOTOS: DIVULGAÇÃO/CBBS / Bruno Todeschini e Juliana Reis