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Mutirão contra a dengue elimina 101 focos em Santos. Recusas atrapalham luta contra o mosquito

Publicado: 14 de fevereiro de 2025 - 7h53
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A luta contra a dengue continua em Santos. Nesta quarta (12) e quinta-feira (13), a Secretaria de Saúde realizou mais um mutirão de combate ao Aedes aegypti, desta vez no bairro do Embaré. A ação contou com 64 agentes de combate a endemias, que percorreram 4.042 imóveis e eliminaram 101 focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.

No entanto, a equipe enfrentou um novo desafio: o alto número de recusas para a entrada dos agentes nas residências. Somente em 2025, já foram registradas 677 recusas em toda a Cidade, sendo 286 apenas no Embaré.

O secretário de Saúde de Santos, Fábio Lopez, fez um apelo à população: “Negar o acesso ao agente é colaborar com o mosquito. Os agentes de combate estão devidamente uniformizados, com colete verde e crachá, e precisam vistoriar os imóveis para eliminar criadouros do Aedes. A colaboração de cada morador é essencial para evitar o aumento dos casos da doença.”

O mutirão vai retornar no sábado (15) para as pendências, como as recusas, podendo ser cancelado em caso de chuva. A empresa Terracom atuará em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando uma equipe de 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros do mosquito.

Apesar dos desafios, alguns moradores deram o exemplo e mostraram que o trabalho dos agentes faz a diferença. O zelador José Ribeiro, 65 anos, adotou medidas eficazes para evitar a proliferação do mosquito no prédio onde trabalha. “Estou aqui há 35 anos e já tive dengue, sei bem como é ruim. Há uns dois anos, os agentes encontraram focos no prédio e me explicaram o que fazer. Desde então, sigo as orientações, coloquei telas e pedras de cloro nos ralos para evitar que o mosquito se prolifere. O trabalho dos agentes nos ajuda muito, eles estão aqui para proteger a nossa saúde”, observou.

Outro exemplo de conscientização veio da aposentada Maria de Fátima de Souza, 71. Depois de enfrentar dengue e chikungunya, ela redobrou os cuidados com sua casa. “Senti dores horríveis quando tive as duas doenças, desde então lavo o quintal todos os dias e aplico cândida nos ralos. Sei que não tenho o olhar treinado dos agentes para encontrar larvas, por isso é importante permitir a vistoria deles. É uma questão de cuidar da saúde da nossa família”, afirmou.

Com a chegada do verão e o aumento das chuvas, a proliferação do Aedes aegypti se torna ainda mais rápida. A Secretaria de Saúde reforça a necessidade de colaboração da população para eliminar possíveis criadouros e reduzir os casos de dengue na cidade.

Os mutirões realizados no ano de 2025 em Santos já eliminaram 456 focos com larvas. Este ano, foram confirmados 35 casos de dengue e 1 de chikungunya no Município.

O MOSQUITO

As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.

Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.

VACINA

A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

PRINCIPAIS DICAS

• Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas

• Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado

• Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana

• Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca

• Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados

• Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema

• Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas

• Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente

ESTRATÉGIAS DE SANTOS AO ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO

• Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis

• Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade

• Imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente

• Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers

• Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras

• Nebulização - aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças

• Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local

• Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica

• Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios

• Monitoramento com drones em locais de difícil acesso

• Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria

 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Bem-Estar. Conheça os outros artigos dos ODS.