Museu do Café lança exposição de projeto com alunos de escola municipal de Santos
Cerca de 30 alunos do 8º ano da escola municipal Pedro II (Ponta da Praia) puderam vivenciar a história da Independência do Brasil de uma maneira diferente. Eles participaram do projeto ‘O Museu é Aqui’, que estimula o sentimento de pertencimento e o pensamento crítico dos estudantes. Na manhã desta quarta-feira (21), foi realizado o lançamento da exposição com o produto final da iniciativa, no Museu do Café, instituição que promoveu a atividade, em parceria com a Seduc (Secretaria de Educação).
Em sua terceira edição, o projeto, que ocorreu de maio a setembro, trabalhou os monumentos construídos para comemorar o centenário da Independência. Neste contexto, os estudantes realizaram roteiros históricos que incluíram a Bolsa do Café, inaugurada em setembro de 1922; a Praça da Independência, que possui monumento em homenagem aos irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva; o Parque Caminhos do Mar, com monumentos alusivos ao momento histórico estudado. Foram feitas ainda formação com professores na escola e oficinas com os alunos.
ATIVIDADE
“Refletimos com os estudantes sobre a importância das relações de pertencimento deles com estes espaços. Durante os roteiros, eles tinham uma missão. Dividimos a classe em três grupos e cada um tinha uma função: um coletou depoimentos de outros colegas e pessoas de fora, outro fazia desenhos de observação dos monumentos, e o último fazia registros fotográficos”, explicou a gestora do setor educativo do Museu, Daniella Oliveira. Todas as produções fazem parte da exposição que leva o nome do projeto.
Ela contou que a iniciativa também propôs uma discussão final. “Pedimos que pensassem qual monumento criariam para 2022 e recebemos uma série de respostas. Alguns falaram de fazer algo em homenagem aos pais ou aos esportistas como Neymar e Pelé. Outros pensaram de maneira mais crítica e gostariam de representar os trabalhadores, os indígenas e os povos escravizados. A participação de alunos e professores nos trouxe a certeza de que o nosso objetivo foi alcançado”, disse. Neste ano, o projeto fez parte da programação da 16ª Primavera dos Museus, realizada pelo Instituto Brasileiro dos Museus.
Para a coordenadora técnica do Museu, Marcela Calixto, a ideia é abrir a instituição para a comunidade e pensar nas gerações futuras. “O projeto está alinhado com tudo o que a gente idealiza e o nosso setor educativo é a nossa frente de conversa com o público, realizando esta ligação entre a educação formal e a não formal. Conseguir levar o que é desenvolvido dentro do museu para a escola e trazer os estudantes até aqui para produzir conosco é maravilhoso. A parceria de mais de dez anos com a Seduc é muito importante”, destacou.
A diretora executiva do Museu, Alessandra de Almeida Santos, prestigiou o lançamento. “É uma grande satisfação receber os alunos. Estamos felizes com o sucesso de mais uma edição desta iniciativa. Muito orgulho da nossa equipe do núcleo educativo! Agradeço o apoio da Seduc e o acolhimento que tivemos na escola. Nosso objetivo é contribuir com a sociedade, auxiliando para que os estudantes tenham um olhar crítico e desenvolvam a responsabilidade com o patrimônio histórico e cultural”.
De acordo com a secretária de educação, Cristina Barletta, parcerias como estas devem ser celebradas. “Há anos temos muitos projetos com o Museu do Café e é uma grande oportunidade para nossos alunos e nossas escolas”.
APRENDIZADO
“Eu aprendi muitas coisas sobre o período da independência e gostei de participar deste projeto. Fiquei no grupo da fotografia”, afirmou a aluna Nicolly Santos, 13. Ryan dos Santos, 14, achou divertido. “Foi legal fazer parte disso. Eu fiz os depoimentos e entrevistei dois colegas da classe”. Todos os estudantes receberam certificados.
Na escola, a ação foi trabalhada de forma interdisciplinar com a participação dos professores Carlos Roberto de Messias (História), Elaine Barbosa (Língua Portuguesa), Emmanuel Bento (História) e Meire Oliveira Alves da Silva (Artes).
A coordenadora pedagógica da UME Pedro II, Raquel Lamosa, estava muito feliz com a participação da unidade. “Alunos e professores ficaram muito empolgados em fazer parte da ação. Foi uma experiência enriquecedora, porque conheceram os lugares e vivenciaram a história e isso ficará guardado na lembrança de cada um”. A diretora da escola, Maria Luiza Del Rosso, também esteve presente na cerimônia.
Segundo Adriana Negreiros, uma das professoras responsáveis pelos projetos e formação na área de história da Seduc, a exposição e o projeto demonstram que os museus não são apenas lugares de coisas antigas, mas um espaço de movimento e de aprendizado. “É sempre muito gratificante fazer trabalhos em conjunto com o Museu do Café”.
VISITAÇÃO
A previsão é de que a exposição ‘O Museu é Aqui’ fique disponível para visitação por um mês. O Museu do Café funciona de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h (fechamento da bilheteria às 17h). Aos sábados a visitação é gratuita.