Muretas acompanham andanças e vida de santistas

Seja em quadros, em fotografias, joias e bijuterias ou nos corpos em forma de tatuagem, inúmeras pessoas, entre moradores e visitantes, reproduzem as muretas da Cidade como elementos de suas vidas.

Construída para ser apenas uma barricada para o mar não invadir a ilha pela Ponta da Praia, passou a funcionar como local de encontro, ponto de contemplação e aceno para viajantes de navios, até se consolidar como um signo visual da identidade santista.

A artista plástica Mônica Figo, que produz diversos quadros de paisagens da Cidade tem grande apreço pela mureta, por isso é um de seus trabalhos mais recorrentes. Mônica lembra que sentava na mureta da Ponta da Praia para esperar amigos que vinham do Guarujá.

Pelas lembranças e afetividade artística, Mônica entrou em contato com a joalheira Sandra Ceolin para que fizesse um anel igual ao círculo que está disposto no meio da mureta. “Eu era recém-chegada em Santos e trabalhava em alguns ateliês e a Mônica veio até mim para pedir o anel.” Faz 11 anos que o primeiro foi lapidado.

Não é só em objetos palpáveis que este símbolo é gravado. Os santistas mostram seu amor pelo símbolo por meio de tatuagens, seja junto à desenhos significativos ao tatuado ou apenas a mureta. “A febre destas tattos surgiu há uns 10 anos”, afirma o tatuador Paulo Santos.

Antes de tornar-se um símbolo santista, muita história aconteceu. Na época da 2ª Guerra Mundial e da recuperação econômica da  Cidade, a ponta da praia foi reformada, por conta do porto.  Foi a partir da construção da Avenida Saldanha da Gama, na Ponta da Praia, em 1941 que a ideia da mureta surgiu como proteção a quem passava pela calçada e como decoração.

Após ficar pronta a denominação foi balaustrada da Ponta da Praia,  “Pesquiso muito sobre a Cidade e, apesar do Engenheiro Carlos Lang ter construído a mureta, o projeto desse elemento foi de operários”, Conta o jornalista Sergio Willians, diretor técnico da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams).

O projeto das muretas dos canais não se restringiu à Ponta da Praia. Elas estão em canais distribuídos por toda a Cidade, Zona Noroeste e Área Continental; ao longo de toda a orla, inclusive em bancos,  cordonéis que delimitam canteiros do jardim e até fachadas de estabelecimentos comercias.

Foto principal:Isabela Carrari