Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Mês da Mulher: dois encontros sobre autoestima neste sábado

Publicado: 15 de março de 2019 - 16h39

O tema autoestima será o centro de duas palestras voltadas ao público feminino neste sábado (16). Às 10h, a coordenadora de Políticas para a Mulher, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Diná Ferreira Oliveira, estará na Associação Casa da Criança de Santos (Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 120, Macuco) e, às 19h, na Igreja Assembleia de Deus (Rua Dr. Manoel Tourinho, 351, Macuco).  As ações integram a programação especial da Prefeitura pelo Mês Internacional da Mulher, que segue até dia 30.

Nesta sexta (15), o destaque foi o 17º Encontro Commulher, com abordagem da reinserção na sociedade de mulheres encarceradas e egressas do sistema penitenciário: empreendedorismo e considerações psicológicas e sociais. De acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - Infopen Mulheres, são 42.355 presidiárias no Brasil; 64% delas têm de 18 a 34 anos – período mais reprodutivo que acaba interferindo na possibilidade de criar os filhos.

Os dados foram apresentados na primeira palestra, com o psicólogo judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Leandro Augusto Ferreira. Outro apontamento de relevância é o tipo de crime que as leva para a cadeia: 62% se envolveram com tráfico de drogas – muitas vezes por influência dos companheiros, que depois as abandonam nos presídios.

Segundo Ferreira, esse típico abandono das mulheres presas é constatado também pela ausência de fila para os dias de visita íntima, ao contrário do que ocorre nos presídios masculinos. Além disso, o abandono dos demais familiares é estimulado com a transferência de muitas presidiárias para unidades prisionais longe de sua cidade. “Elas vão assumindo uma vida dentro da prisão e ficam no limbo. É comum não serem aceitas pela família e essas mulheres acabam perdendo o vínculo com os seus filhos”.

Desrespeito contínuo - Na palestra, o psicólogo chama a atenção para o escalonamento da falta de interesse da sociedade e poder público com as mulheres, ao relacionar essa parcela de presidiárias com as primeiras juízas que só foram aprovadas em concursos a partir da década de 1980. “Até então eram reprovadas por serem do sexo feminino. Isso é uma violência institucional e continua sendo reproduzido em escalas; pois as presas vivem com as sobras do que é destinado aos homens presos. A presidiária acaba sendo retirada do seu papel de mãe porque as unidades não são preparadas para assegurar os direitos básicos delas em estar com o filho e poder amamentar”.

Segundo a coordenadora de Políticas para a Mulher, Diná Ferreira Oliveira, é fundamental colocar o sistema prisional feminino em pauta porque tudo o que acontece com a mulher tem um peso maior na sociedade. “Ela é muito cobrada, criticada; e a dificuldade em voltar a trabalhar é muito grande. Merece uma nova chance. A grande maioria tem filhos e eles precisam da mãe; elas precisam trabalhar, ter uma estrutura para criar os filhos; a reinserção na sociedade que vem junto com o mercado de trabalho”.

 

Foto: divulgação