Mais colorido na primavera, jardim da orla desperta os sentidos

Um tapete verde repleto de lírios, biris, moreias, lantanas, agapanto, entre outros, que tornam a paisagem à beira-mar encantadora aos olhos de santistas e turistas. O maior jardim de praia em extensão, reconhecido pelo Guinness Book, começa a ficar mais colorido com a proximidade da primavera (23 de setembro), época que as plantas atingem seu auge de desenvolvimento e floração, em função de mais luminosidade, aumento da temperatura e umidade. Quem passeia por suas alamedas já nota os sinais da próxima estação. Durante todo o ano, 25 funcionários da prefeitura, entre engenheiros agrônomos, encarregados, jardineiros, podadores, ajudantes gerais e microtratoristas, preservam a beleza natural dos mais de 920 canteiros, com mais de 70 espécies de plantas ornamentais em toda a extensão, que conta ainda com 853 árvores e 1.088 palmeiras. O levantamento, de 2008, foi feito pelo Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes), da Semam (Secretaria de Meio Ambiente), que estima gastar mais de R$500 mil com a manutenção. O trabalho para garantir a época mais florida do ano já começa no inverno, quando é feita adubação preparatória, além da observação de má formação. Na primavera são verificadas as pragas, por causa das mudanças no clima, é intensificada a adubação e o corte de grama chega a duas vezes na semana em função do crescimento vegetativo. "É a melhor época para mostrarmos o esforço do trabalho. É encantador ver a flor brotando, crescendo, florescendo. E para cada espécie há um cuidado diferente", disse o encarregado geral dos jardins da orla, João Mendonça. Encantado também fica José de Alcântara, que há 23 anos atua como jardineiro na prefeitura. "É uma satisfação, gosto de trabalhar com isso". VIDA PRÓPRIA Os jardins da praia funcionam como um grande viveiro. O material cortado, inclusive a grama, volta para a terra como adubo, sem perder nutriente. Periodicamente são adquiridos novos lotes de mudas para incrementar e repor os canteiros de matrizes. Quando há maior intervenção são usadas mudas do Jardim Botânico Chico Mendes, na Zona Noroeste. "O jardim da praia tem vida própria. Somente quando há necessidade levamos material do Botânico, onde também pegamos adubo e terra", explica o chefe do setor, João Cirilo. A maioria das flores é do tipo perene. Por ficarem sujeitas à umidade e salinidade, são escolhidas as mais resistentes às condições de clima e solo, preferencialmente as com cores fortes e texturas variadas de caules e folhas. SENTIDOS AGUÇADOS Caminhar pelos jardins é descobrir, a cada passo, tonalidades, texturas e cheiros diferentes - laranja, vermelha, branca, amarela, roxa, adocicada, áspera. "Quem observa o jardim da orla sempre verá uma novidade, porque ele tem vida, movimento, não é estático. Ele desperta os sentidos do ser humano, no toque, no cheiro e no olhar", disse Cirilo. Com cor durante todo o ano – se não é flor é folhagem, como a dracena, com suas folhas roxa e vermelha –, não há quem não o contemple. O casal Ana Maria e Silvio Assunção, 59 e 65 anos respectivamente, caminham noite e dia pela orla e não se cansam da paisagem: "Contemplar essa maravilha é muito lindo. Viajamos para outros lugares, mas só aqui há esse jardim", disse Ana Maria. "Andamos à beira-mar e vemos ao longe essa beleza. Chego em casa mais disposto", completou o marido.