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Maior jardim de praia do mundo recebe atenção especial da prefeitura

Publicado: 18 de outubro de 2001
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A edição de 2002 do Guinness Book of Records, o livro mundial dos recordes, que acaba de chegar às livrarias, destaca na página 196, a inclusão do jardim da orla de Santos, como o jardim de praia de maior extensão do mundo. Só esse fato já justificaria a atenção especial dedicada pela Prefeitura ao local, que é sobretudo o cartão postal da Cidade e serve de atração permanente para os santistas e turistas que visitam Santos. Contrário à proposta de tombamento do jardim pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), representantes da Prefeitura destacam que a medida seria totalmente desnecessária, já que a área tornou-se um equipamento turístico, que cada vez mais deverá ser valorizado pela Prefeitura, cujos projetos estão dirigidos ao incremento do turismo e ao crescimento econômico do Município. De acordo com a Seplan, dependendo do nível de proteção do jardim, a ser decidido pelo Condephaat, toda a área, num raio de 300 metros, ao seu redor também seria considerada tombada, o que incluiria os imóveis da orla, contribuindo para uma estagnação do desenvolvimento da Cidade. A medida impediria ainda a construção da ciclovia nas avenidas da orla, que ao invés de danificar o jardim, ampliaria ainda mais a área verde do local, que passaria por uma recuperação, incluindo a passagem subterrânea de fios e cabos. Ainda segundo os técnicos, o jardim não apresenta qualquer característica que justifique o tombamento, pois além de reunir 100 espécies de flores e plantas, abriga postos de salvamento, fontes e bancos de cimento, além de bustos e monumentos. O jardim dispõe de 5.335 metros de extensão e 218mil e 800 m2. de área total. A idéia de construí-lo nasceu em 1914, fruto de um estudo de urbanização desenvolvido pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito. Atualmente, 38 jardineiros se encarregam da sua manutenção. Tombamento ameaçaria paralisação de obras em andamento O tombamento dos jardins da praia comprometeria o funcionamento do Laboratório de Controle de Balneabilidade, cujas as obras de instalação estão na fase final de execução, sob o gerenciamento da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) e supervisão da Secretaria de Meio Ambiente (Semam). O laboratório será instalado no Posto de Salvamento 3 (Gonzaga), que deverá estar pronto no início de novembro. De importância vital para os moradores e turistas que visitam a Cidade, o equipamento garantirá condições o monitoramento diário da qualidade das águas do mar, dos canais e do Estuário. O projeto, elaborado pela Prodesan, foi desenvolvido para acomodar os setores destinados à análise técnica, além da criação de uma sala de educação ambiental que servirá para receber os interessados em conhecer o processo de monitoramento da balneabilidade das praias. O Posto 3 abrigará também a Central de Automatização das Comportas, de onde os comandos para abertura ou fechamento dos motores dos canais serão acionados, de acordo com o volume atingido pelas águas. De acordo com a Semam, o serviço permitirá a emissão de relatórios diários sobre a situação da maré e a necessidade de abrir as comportas, numa intervenção imediata. Área de lazer Outra obra que poderia sofrer paralisação é a da área de lazer localizada junto ao posto 2, nos jardins da praia. Os trabalhos no local também estão em fase de execução e destinam-se à criação de uma área de convivência para adultos e crianças. Uma praça de 1.500 m2, com fonte e espelho d’água, integra o projeto, que tem ainda como objetivo fazer uma homenagem ao surfe, com a instalação de um monumento alusivo ao esporte, na área central. A praça será revestida com um piso acimentado colorido, apropriado para práticas esportivas como andar de bicicleta, skate, patins etc. Quatro bancos de madeira, com três metros de comprimento cada um, vão garantir conforto ao visitantes que quiserem descansar. De acordo com a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), responsável pelo trabalho, está prevista também a construção de outros dois jardins em formato de meia lua. Além das obras, o tombamento dos jardins impossibilitaria intervenções em relação à vegetação e atingiria também áreas como as alamedas e calçadas. População apóia a construção da ciclovia Para Patrícia Tenório Rabachini, moradora da Vila Belmiro, a ciclovia tiraria os ciclistas da avenida da praia, garantindo maior segurança aos pedestres. O jardim é maravilhoso e juntar a ele uma ciclovia, só iria contribuir mais ainda para o lazer da Cidade. Santos é um lugar plano e a construção da ciclovia iria trazer mais beleza para o jardim, além de incentivar passeios de bicicletas pelo local, com segurança para ciclistas e pedestres, que teriam faixas exclusivas, destacou o morador do Macuco, Antonio Cosmos da Silva Neto. Silvio Isau de Oliveira, que há quatro meses mantém seu carrinho de pipoca no Gonzaga, afirma que a ciclovia vai ajudar a preservar o jardim. Agora, para desviar dos pedestres, os ciclistas passam por cima da grama, prejudicando o jardim que é tão bem cuidado. Se for bem planejada e organizada como é o jardim, acho que a implantação da ciclovia é ótima medida, tanto para os moradores, quanto para os turistas, afirmou Oscar Pasin, morador de São Bernardo do Campo, que tem um apartamento de veraneio no Gonzaga.