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Maestro Gilberto Mendes recebe homenagem no Cais Vila Mathias

Publicado: 20 de abril de 2018
17h 06

Um prédio que simboliza parte do desenvolvimento socioeconômico de Santos e que continua a fazer parte da história dos munícipes, agora na formação artística e cultural, também passa a homenagear um dos maiores expoentes da música do País. A formalização do Espaço Cultural Maestro Gilberto Mendes, no Bloco C do Centro de Atividades Integradas (Cais) Milton Teixeira, conhecido como Castelinho, ocorreu em evento realizado na noite de quinta-feira (19), quando se celebrou a história e o legado do artista.

Do lado de fora do prédio, a biblioteca móvel do projeto Leia Santos – Um Incentivo à Leitura fez edição especial com 250 partituras de Gilberto Mendes, que estavam sob a guarda da maestrina Meire Berti há 17 anos, e livros de arte. O material foi distribuído a músicos e estudantes.  Na parte interna do Castelinho, na Galeria de Arte Mário Gruber, o público foi convidado a conhecer mais sobre o universo do maestro por meio de gravuras feitas pela Eliane Ghigonetto Mendes, viúva de Gilberto, e das fotografias de Isabel Carvalhaes.

Objetos pessoais de Mendes, como a cadeira de balanço, os óculos, prêmios e uma blusa de frio vermelha e verde também foram colocadas em exposição. “Sempre fui muito participativa na obra dele, estudei música desde criança, e ele nas minhas pinturas. Mas eu produzia só para nós dois. Ele sempre quis que eu expusesse, mas eu falava que não era profissional. Agora, com a ajuda da Isabel (Carvalhaes) e da Meire (Berti), pude realizar a ideia dele”, afirmou Eliane.

Na sala de exibição Maurice Legeard foi projetado o documentário A Odisseia Musical de Gilberto Mendes. Dirigido pelo filho do maestro, Carlos de Moura Ribeiro Mendes, o filme celebra a obra revolucionária do compositor erudito de vanguarda.

 

Apresentações

Com a presença de admiradores da arte de Gilberto Mendes dos mais variados segmentos sociais, a programação da noite foi aberta pelo escritor e poeta Flávio Viegas Amoreira.

“Música e poesia nasceram juntas, na Grécia antiga, e com o passar do tempo foram se separando. Minha ligação com o Gilberto veio da convergência brasileira entre o compositor e o poeta”, disse Amoreira, que ressaltou em sua fala a retribuição que Santos deu ao maestro, que tinha reconhecimento nacional, e não abandonou a Cidade em que iniciou o Festival Música Nova. “Ele continuou a produzir e compor aqui. E hoje, ao lado de Vicente de Carvalho, Plínio Marcos e Cacilda Becker, é um dos grandes expoentes da Cidade”, concluiu Flávio.

O evento teve sequência com o ator Bruno Fracchia, que encarnou Gilberto Mendes e conduziu as apresentações da noite. Sob o comando de Renata Pacheco, o Balé da Cidade de Santos mostrou um trecho do espetáculo Pedaços de Mim, inspirado na obra de Mendes.

“É um prazer participar do evento e, de alguma forma, estar próxima do Gilberto novamente. Tive vários momentos próximos a ele que foram de muita riqueza e grande benefício”, afirmou Renata. Sobre a concepção da peça, que já faz parte do repertório do Balé há quatro anos, revelou que foi um desafio grande e instigante tentar decifrar os caminhos incertos da arte única e bela do maestro.  “Trabalhei em conjunto com o pianista Tarso Ramos, discípulo de Mendes. Na época, eu tentava imaginar como Gilberto trabalhava, de que forma compunha”, disse.

A música, como não poderia faltar, esteve presente com as apresentações do pianista Antonio Eduardo, do Coral Municipal de Santos, sob a batuta da maestrina Nailse Machado, e do Coral Santista de Servidores, sob regência de Meire Berti. Encerrando a programação, a Banda Marcial de Cubatão, regida pelo maestro Alexandre Felipe Gomes, executou clássicos do jazz como Cheek to cheek e Fly me to the moon, além de trilhas sonoras de filmes apreciados por Gilberto, como o longa-metragem Em Algum Lugar do Passado.

A noite teve ainda homenagem à família do maestro, amigos e a todos que ajudaram a elaborar a exaltação a Gilberto Mendes. “Fico muito feliz pelo reconhecimento da Cidade. Ele amava tanto Santos! Sempre passeava na beira do mar para o olhar o pôr do sol. Ele amava muito essa Cidade”, ressaltou Eliane Ghigonetto Mendes.

 

Foto:  Marcelo Martins