Longe dos olhos, obras de pontilhão em Santos têm intenso movimento no subsolo

ANA HERNANDEZ

Quem passa de carro pelo cruzamento das avenidas Presidente Wilson e Pinheiro Machado (praia do canal 1), no José Menino, ou caminha pelo calçadão da orla, não tem ideia dos serviços que estão sendo executados sob a estrutura, para reforço e recuperação do pontilhão.

A imagem da obra fica somente por conta da placa e da sinalização do trânsito. Não dá para ver que os serviços estão concentrados sob a pista sentido Ponta da Praia, ao lado do calçadão e avançam na direção da Av. Pinheiro Machado.

A intervenção abrange toda a área do pontilhão - as duas pistas da Av. Presidente Wilson, sentido Ponta da Praia e sentido José Menino, incluindo o canteiro central. É uma área de 15 metros de extensão por 39 metros de largura que compõe o pontilhão, construção anterior a 1960 que tem aproximadamente 400m².

Todas as lajes, vigas e pilares vão receber tratamento de proteção superficial e pintura com tintas que contêm materiais impermeabilizantes para proteger as estruturas da ação agressiva da água do mar.

Os serviços envolvem ainda a recomposição do canteiro central e dos passeios, e pavimentação da via no trecho impactado pela intervenção. Depois das obras, o pontilhão passará a ter capacidade de carga de 45 toneladas, oferecendo mais segurança a motoristas e pedestres.

CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES

O primeiro serviço foi a limpeza da parte inferior do pontilhão por meio de hidrojateamento. Na sequência foi retirada a camada superficial de concreto, para execução do reforço e recuperação da estrutura, serviço manual, feito com martelete.

“O trabalho prosseguiu com a furação para afixar a armadura de reforço nas lajes e vigas do pontilhão, e com a concretagem da laje maciça, por baixo do pontilhão, utilizando uma bomba que projeta a argamassa estrutural.

Atualmente o serviço está concentrado na concretagem de vigas e lajes intermediárias sob todo o pontilhão”, informa o engenheiro Eduardo Aguiar Mendes, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi).

Obra exigiu preparação especial da área 

Para a realização da obra, na parte inferior do pontilhão, foram montadas pilhas com sacos de areia com o objetivo de controlar o volume de água no local. Ao mesmo tempo, o fluxo de água do canal foi desviado provisoriamente, até alcançar o lado praia do canal.

Essa manobra de engenharia foi possível com a utilização de tubos de grande porte e bombas hidráulicas com alta capacidade de vazão. Desta forma, os operários podem trabalhar na etapa de preparação dos elementos estruturais sem que a altura da água embaixo do canal atrapalhe os serviços.

Os recursos para a intervenção, no valor de R$ 3,9 milhões, são fruto de um financiamento realizado junto à Caixa Econômica Federal, por meio da linha de crédito dedicada à Infraestrutura e Saneamento, na Modalidade Apoio Financeiro (Finisa).

A obra, fiscalizada pela Siedi, é executada pela TMK Engenharia, empresa vencedora da licitação, e tem apoio da CET-Santos, que implantou a sinalização de trânsito para a obra e faz o monitoramento do tráfego no local.

Os serviços devem ser concluídos até julho, devido a interferências nos trabalhos iniciais da obra como as ressacas, que provocaram o assoreamento do canal no período de inverno, maré e chuvas fortes prejudicando o andamento da obra.

MAPEAMENTO TOPOGRÁFICO

A maior parte da recuperação do pontilhão será realizada por baixo da pista, sem interferir no tráfego. Mas como poucas etapas serão executadas na parte superior, fez parte dos serviços preliminares o mapeamento topográfico para orientação dos trabalhos.

Com linhas pontilhadas e numerações, foi traçado um mapa do projeto sobre a avenida, o canteiro central e a calçada do canal, marcando os eixos das 16 vigas de sustentação. Entre elas haverá um vão de aproximadamente 1,70 metro. A marcação incluiu também as extremidades da laje maciça que será reforçada sob o pontilhão.