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Judocas olímpicas santistas estão de volta e já pensam em novos desafios

Publicado: 29 de setembro de 2000
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O sentimento ainda é de tristeza. Uma por não ter chegado às medalhas. Outra por ter amargado a reserva, depois de duas participações como titular. As judocas santistas Priscila Marques e Andréa Berti, ambas patrocinadas pela Unimonte, Prefeitura de Santos e Pinheiros, já estão de volta dos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, e já pensam em novos desafios. O próximo importante compromisso será defender a Cidade nos 64º Jogos Abertos do Interior, marcados para novembro, em Santos. As duas atletas são destaques do judô brasileiro e internacional e estiveram nas olimpíadas em situações diferentes. Priscila, 22 anos, fez a sua estréia na maior competição do planeta, disputando a categoria pesados. Terminou em 7º lugar entre as 24 participantes. Andréa, a mais experiente da delegação brasileira, com 27 anos, desta vez foi para Sydney como reserva, mais para "dar força" às companheiras, depois de competir em Barcelona (92) e Atlanta (96). De volta a Santos, Priscila diz estar chateada, por não ter lutado bem. "Minha colocação, um 7º lugar entre 24 atletas numa olimpíada não é um resultado ruim, mas eu sei que poderia ter chegado mais longe", afirmou Priscila, que é realista quando fala de suas chances. "O ouro é o sonho de todos, não sei se chegaria na final, mas poderia conseguir uma medalha, com certeza", disse a judoca, que fez quatro lutas. Venceu a primeira e foi derrotada na segunda, pela chinesa Huan Yuan (que garantiu o ouro). Foi para a repescagem, venceu a primeira e depois perdeu para a francesa Christine Ficot, quando disputava a chance de chegar a medalha de bronze. "Não lutei bem, por isto estou chateada. Se tivesse lutado bem, talvez estivesse mais conformada", destacou Priscila, que durante os Jogos teve um "desfalque", a falta de seu técnico e namorado, Ulisses Silva. TÉCNICO/NAMORADO FAZ FALTA - Segundo ela, se ele a estivesse apoiando ao lado do tatame, a situação poderia até ser diferente. "Isto pesou. Ele me treina há oito anos e a gente se conhece muito bem, às vezes até só pela troca de olhares eu já entendo o que ele passa. Se o Ulisses estivesse lá, talvez eu estaria mais concentrada, mais motivada. Senti muito a falta dele, tanto que depois das lutas eu ia correndo ligar para o Brasil para pedir dicas", contou Priscila. "Na seleção temos técnico, mas não temos a mesma confiança". Independente da tristeza por não ter garantido uma medalha, Priscila destaca a importância de estar nos Jogos. "Só de ter ido já é uma grande conquista. Estar lá foi maravilhoso, um sonho. Fiquei abismada. Vi ídolos do esporte como o Guga, o Gustavo Borges, o pessoal do vôlei, me cumprimentando como se fôssemos uma família", lembrou Priscila, que guarda com carinho o momento quando Guga veio apoiá-la após a derrota: "Ele veio falar comigo e disse: levanta a cabeça. Vai ter a próxima. Ele é sensacional, um grande brasileiro. Outro bom momento ela passou ao lado da grande amiga Andréa Berti. As duas ficaram juntas, no mesmo quarto, em Camberra, onde a delegação brasileira fez os treinos e adaptação. "Ela queria me deixar sempre mais calma. É um grande apoio", afirmou Priscila, que em 99 teve dois bons resultados, sendo a 5ª colocada no Mundial, na Inglaterra, e bronze nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá. Sobre os Jogos de Atenas, na Grécia, em 2004, ela está confiante. "Mas antes temos de passar todos os estágios, os mundiais, Pan-Americano e as seletivas", disse Priscila que em novembro será uma das estrelas nos 64º Jogos Abertos do Interior, em Santos. Nos Regionais deste ano, ela foi ouro no pesado e prata no Absoluto, perdendo apenas para Edinanci Silva. "É muito bom competir perto da família", completou Priscila, que terá como principal adversária, novamente Viviani Oliveira, de São Caetano do Sul.