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Homenagem: mulheres contam desafios e vitórias da maternidade

Publicado: 12 de maio de 2023 - 17h12
PORTAIS

Rosana Rife

Este domingo (14) é um dia dedicado especialmente para as mães. Mulheres batalhadoras, fortes, ternas, frágeis, doces, cuidadoras, preocupadas... Sejam elas um pouquinho de cada ou muito tudo isso junto e misturado. 

O fato é que mãe se transforma no que for preciso e enfrenta a estrada que for necessária para cuidar dos filhos.

Em homenagem a todas as mães, o Santos Portal conta a história de duas delas: a servidora pública Elen Lemos Miranda e a jornalista Mayra Ruas. Cada uma do seu jeito mostra como o amor de mãe une, transforma e supera desafios. Feliz Dia das Mães!

Mar, amor, desafios e vitórias. A receita diante do luto e suporte à família

Este é o segundo Dia das Mães em que Elen Lemos Miranda, 46 anos, não contará com a presença de Ronaldo, o parceiro de quase uma vida. As comemorações serão divididas com os três filhos. Entre lágrimas e sorrisos, ela conta que os dias trilhados até aqui foram de um intenso aprendizado para todos. Sem fórmulas mágicas, mas com muita conversa e, sobretudo, muito amor para que pudessem reaprender a viver com a nova formação familiar. 

Foi em junho de 2021 que a vida dela sofreu uma grande reviravolta. O marido morreu vítima de covid-19 aos 49 anos. Ela se viu viúva, após quase 30 anos de relacionamento, e sozinha para cuidar dos três filhos. Eles não eram tão pequenos: o Gabriel tinha 14, Rodrigo 17, e Felipe, 22. Mas a missão de cuidar da família tinha sido sempre bem compartilhada com o marido. Ronaldo Cavalcanti da Silva era parceiro em tudo, explica.

Tanto que o esporte, muito presente na vida dos filhos, foi um ponto decidido pelos dois. “A gente priorizou levar os filhos para o esporte. Não que se tornassem campeões, mas que fizesse parte da educação deles. Sempre tivemos o conceito de que o esporte, aliado à educação e cultura, faria diferença na vida deles”.

Felipe se apaixonou pela canoa havaiana desde cedo, mas acabou trocando a modalidade há pouco tempo pela faculdade e se tornou webdesigner. Mas Rodrigo e Gabriel são atletas da Fupes e despontam no cenário nacional e até internacional.

“O pai sempre estava muito à frente de tudo. Ronaldo tinha uma doença renal crônica e ficava limitado para trabalho. Por conta disso, aprendeu a fazer reparos em embarcações. Até que o dono de uma fábrica o chamou para ajudar e ele fechou uma parceria. Com isso, eles tinham equipamentos para as provas”.

Elen conta que agora acompanha tudo de perto. Gabriel tem vaga garantida no mundial de Samoa (Polinésia), em agosto. Rodrigo foi vice-campeão mundial no ano passado.

“O Ronaldo deixou a sementinha plantada. Continuamos com a parceria da empresa, o Diego Vale (proprietário) é uma bênção para a gente. Foi coisa de Deus. Mas tive que aprender e estou aprendendo muita coisa ainda”.

ENFRENTAMENTO

O caminho é longo, avalia Elen, e vai sendo trilhado com calma, paciência e muito amor. As lembranças e as lições ajudam a superar desafios e empurram a família para o futuro. 

“Acho que suprir a parte paterna não vou conseguir até porque o Ronaldo foi um excelente pai. Eles têm muita referência dele, então, não posso falar que sou pai e mãe e não vou ser nunca".

Apesar da dor, da perda e do luto, Elen batalha para continuar a cuidar sozinha do que tinham construído enquanto casal.

“O amor vence qualquer barreira, inclusive a da dor. Foi difícil fazer com que eles trabalhassem o luto. Cada um teve a sua maneira, mas superamos com muito amor, com muito diálogo. Hoje, não tem uma conversa, uma discussão, que não termina com um eu te amo, seja por telefone, pelo Whats ou pessoalmente”.

Do sonho às novidades de uma mãe de primeira viagem

“Essa é a Maria Luísa. Ela tem quatro meses e é o maior amor da minha vida”. É assim que a jornalista Mayra Ruas, 31 anos, apresenta a filha. Mas, até este momento de felicidade em comemorar o primeiro Dia das Mães da sua vida, ela passou momentos de angústia e ansiedade.

Mayra tinha receio que a endometriose pudesse dificultar a realização desse sonho. Ela ainda enfrentou um câncer de tireoide no passado, o que ajudava a aumentar a preocupação. 

“Em nenhum momento pensei que isso não seria possível. Sempre tive fé que iria acontecer, que seria a vontade de Deus e que tudo daria certo”, conta a jornalista.

Após casar em 2019, ela e o marido esperaram um pouco antes de decidirem tentar a gravidez. Após a pandemia de covid-19 dar uma trégua, eles decidiram que seria o momento certo. A espera durou dez meses.

O que pode não ser muito tempo para alguns, virou inquietação para o casal a cada mês que passava. “Não é muito perto de tanta gente que espera por anos, mas para quem está aguardando, foi muita ansiedade. Em abril do ano passado descobrimos que nosso sonho tinha sido realizado”.

A gestação foi tranquila. Mas a preocupação de Mayra estava concentrada no final da gravidez e na hora do parto. “Tenho um problema no fígado e sabia que no fim da gestação isso poderia gerar uma pressão, antecipação de parto ou alguma coisa do tipo. E, no fim, realmente tive pressão alta”.

Quando estava na 37ª semana, houve a decisão de fazer o parto para que não houvesse problemas para a mamãe e nem para o bebê. “O que importava para mim é que ela estivesse saudável e que nascesse da melhor forma. Então, me preparei psicologicamente, emocionalmente e fisicamente para o que viesse a acontecer”.

Mayra conta que foi enfática quando sua médica explicou a situação. “Quando fui à última consulta, ia completar 37 semanas e a médica disse que eu precisava decidir o que ia fazer. Podia tentar indução de parto ou cesariana. Mas a indução poderia não dar  certo. Comecei a ficar muito nervosa e perguntei se era possível marcar a cesárea para o dia seguinte.  Meu marido ainda estranhou, mas repeti, argumentando que já estava em 37 semanas. ‘Se pode, então vamos fazer’, reforcei”.

Maria Luísa nasceu saudável, sem nenhum problema sério, sem nenhuma situação de emergência.

Mãe de primeira viagem e amando todo o trajeto, Mayra diz que ‘maternar’ não é tarefa fácil neste comecinho. “Todo mundo fala que é difícil, é cansativo, que filho dá trabalho. E só quem vive sabe, porque tudo que me falaram é verdade, parece um furacão, um trator… tudo assim, em cima de mim”. 

SUSTO

E já levou um baita susto quando a pequena tinha 20 dias. “A gente deu uma voltinha no quarteirão e, quando olhei no carrinho, ela estava roxa, colocando leite para fora pelo nariz, pela boca, em silêncio. Fiquei desesperada. Chamei meu marido e ele começou a fazer manobra de desengasgo”.

A mãe ligou para o Corpo de Bombeiros, que deu orientações e o casal correu com a bebê para um hospital a duas quadras de onde estavam. “Saímos correndo pela rua equando chegamos ao hospital, já entrou de emergência. O médico fez aspiração e ela ficou bem imediatamente. Foi o maior susto até o momento. Espero que tenha sido o maior de todos”. 

Neste Dia das Mães, Mayra não poderia ter um presente melhor. “Ser mãe, para mim, é um sonho. Sempre quis e hoje, quando vejo esse pacotinho no meu braço, lembrando de todas as dificuldades que já passei, só posso agradecer a Deus por ter me dado essa chance, por me dar esse presente, por confiar em mim para cuidar de uma vida”.

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