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Hemeroteca reúne exemplares preciosos

Publicado: 1 de junho de 2005
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Preservar e estudar o passado é a melhor forma de entender o presente e construir o futuro. A máxima é irrefutável. E quando se fala em história, sem dúvida, temos de lembrar dos acervos escritos, que são as principais fontes para quem quer aprender sobre o homem e seus feitos. Inaugurada em 19 de abril de 1991, a Hemeroteca Municipal Roldão Mendes Rosa (Avenida Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias), órgão da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), cumpre, há 14 anos, sua função de multiplicar a cultura e preservar a memória da Cidade e do país. Funcionando de segunda a sexta-feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 14 horas, mensalmente, mais de 3 mil pessoas, a maioria estudantes, fazem levantamentos para pesquisas ou simplesmente visitam o local para lerem os principais jornais diários e revistas semanais. Há de tudo na Hemeroteca, que conta com mais de 74 mil exemplares, entre revistas e jornais, e cerca de 130 mil recortes de jornais. A publicação mais antiga é a Revista Comercial, de 1850, que foi o primeiro jornal impresso em circulação no Município. No equipamento também são mantidos exemplares dos antigos Diário de Santos, Jornal Iporanga, Tribuna Liberal e Jornal A Novidade. Há edições de A Tribuna, desde 1913. O extinto jornal Cidade de Santos, que funcionou de 1967 a 1987 e foi um marco do jornalismo santista, também consta no acervo. A mais antiga revista do acervo é O Malho, de 1905. Também há revistas de várias épocas, como O Cruzeiro, Manchete e Intervalo. Uma atração diferenciada é o Espaço Lydia Federici, formado por peças da mobília, crônicas, livros e troféus da jornalista, falecida em 1994, famosa pela célebre coluna "Gente e Coisas da Cidade", publicada no jornal A Tribuna entre 1961 e 1994. ESPAÇO LEITURA Nos eventos externos, promovidos pela Prefeitura, sempre há uma intensa participação da Hemeroteca, com a montagem do Espaço Leitura, que disponibiliza jornais e revistas a todos e promove atividades infantis. NOME É HOMENAGEM A JORNALISTA SANTISTA Logo de início, o nome da Hemeroteca Municipal já é um indicativo, uma pista, do seu precioso significado para a Cidade. O jornalista, professor e poeta, Roldão Mendes Rosa, que dá nome ao local, foi um dos principais intelectuais de Santos. Um homem de qualidades estéticas, artísticas e morais ímpares. Com profundidade e delicadeza, Roldão cantou o Porto e o Município. Nasceu em 25 de fevereiro de 1924 e morreu no dia 26 de janeiro de 1988. Coincidentemente, na data de aniversário da Cidade que amou e foi sua principal inspiração. Seu livro "Poemas do Não e da Noite", publicado postumamente, é comovente, intenso e primoroso. Em um trecho do poema Marinha, de 1975, ele diz: "As palavras / que nos dizemos / não estão nas árvores. / O que um ao outro / nos damos / não está nas vitrinas. / A vida começa / onde estamos, / e a cidade que amamos / nada sabe de nós." Como definiu o amigo, e também poeta de primeira grandeza, Narciso de Andrade, em artigo publicado no jornal A Tribuna, no dia 26 de janeiro de 1990, "(...) Roldão Mendes Rosa, nascido numa rua antiga desta Cidade antiga (Rua do Rosário, quando ele nasceu), cumpriu seu destino de poeta de forma absolutamente autêntica, digna, exemplar (...)".