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Geobags impedem mais estragos após ressaca na Ponta da Praia em Santos

Publicado: 12 de setembro de 2022 - 20h23

Os geobags evitaram mais estragos em trechos de calçadas no raio protegido pela estrutura, na Ponta da Praia, durante a ressaca na madrugada do domingo (11). Esta é a avaliação da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), após reunião com representantes da Universidade de Campinas (Unicamp) e secretarias de Serviços Públicos (Seserp) e de Assuntos Portuários e Projetos Especiais (Seport) de Santos, nesta segunda-feira (12). A ação é uma das realizadas pelo Município para reduzir os efeitos das mudanças climáticas no planeta.

A constatação foi feita a partir de imagens de satélite, inspeções locais e dados de monitoramento científico. Eles apontaram que a área onde estão os geobags foi a menos atingida durante a ressaca.

“A região protegida pelos geobags teve menor impacto nas calçadas, então isso confirma um fator positivo do projeto. Agora faremos uma inspeção com mergulhadores para verificar a integridade dos geobags em toda a sua extensão, o que deverá ocorrer nos próximos dias”, explica o secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório.

Em formato de L, a barreira submersa conta com 49 bags (saco geotêxtil). A estrutura perpendicular à praia, de 275 metros, e instalada a partir da mureta na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima, tem a função de diminuir a energia das ondas. Já a estrutura paralela à praia, de 245 metros de extensão, tem o objetivo de ajudar a armazenar areia.

Vale ressaltar que o projeto-piloto para Mitigação e Monitoramento dos Efeitos Erosivos, conhecido como geobags, tem como objetivo conter a erosão e, consequentemente, minimizar os efeitos das ressacas.

Já outro trecho de calçada, próximo ao Aquário, que não está englobado pelo projeto, cedeu com a força da maré. A partir deste resultado, a Semam avalia a ampliação dos geobags para outros pontos da orla, porém ainda não há prazo definido para isso, informa o secretário.

Desenvolvido pela Unicamp desde 2018, o projeto é pioneiro no País e vem sendo acompanhado constantemente pelos pesquisadores da universidade. Nesse período, os especialistas apontaram um aumento de 8,9 centímetros de altura de areia na área onde foram instalados os 49 geobags submersos.

Os geobags são preenchidos com areia. Sua reposição ou remoção é simples, sendo uma das alternativas de menor impacto em uso no mundo.

REFERÊNCIA NO BRASIL

Santos foi a primeira cidade brasileira a criar o Plano Municipal de Mudanças Climáticas, lançado em 2016, com a participação de pesquisadores de diversas universidades, tornando-se referência para as cidades brasileiras.

No mesmo ano, Santos também recebeu o primeiro estudo sobre a percepção da população sobre as mudanças climáticas no País e participou de uma pesquisa internacional, ao lado de uma cidade norte-americana (Broward County) e outra inglesa (Selsey).

Em 2017, Santos criou a Seção de Mudanças Climáticas (Seclima/Semam), com o objetivo de aprofundar as parcerias científicas, ampliar o conhecimento sobre as ações mitigadoras e criar uma política pública sobre o tema.

Em janeiro de 2022, foi lançado o Plano de Ação Climática de Santos (Pacs) contendo 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050, direcionadas para oito eixos:

1- Planejamento urbano sustentável e meio ambiente

2- Redução de vulnerabilidades e gestão de riscos climáticos (desastres naturais)

3- Inclusão e redução da vulnerabilidade social

4- Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza

5- Resiliência na zona costeira, estuário, praia, rios e canais

6- Gestão de infraestrutura (incluindo recursos hídricos, saneamento, transporte e estrutura portuária)

7- Inventário de emissores de gases de efeito estufa (GEE) e plano municipal de mitigação de GEE

8- Governança e participação na gestão climática

O Plano pode ser conferido aqui.

OBRAS DE DRENAGEM

A Prefeitura realiza também obras de micro e macrodrenagem para conter os alagamentos causados pelas fortes chuvas em áreas da Zona Noroeste da Cidade, que tem pontos de alagamento devido ao fato da maior parte da região se encontrar abaixo do nível das marés mais altas.

Outro motivo é o sistema de drenagem, que sofreu obstruções por descarte irregular de lixo, desgaste pelo tempo, tubulações com dimensões inadequadas à situação atual dos bairros.

Para resolver essas questões, a Prefeitura executa um conjunto de ações por meio do Programa Santos Novos Tempos e do Programa Nova Entrada de Santos, que já garantiu a substituição das tubulações por estruturas maiores, desobstrução e limpeza regular do sistema.

O Município faz ainda monitoramento constante das áreas de encosta de morros, onde também realizou obras de contenção, reconstrução de encostas, implantação de escadas hidráulicas, demolições em áreas de risco, entre outras medidas.

Fotos: Doug Fernandes e Francisco Arrais/PMS