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Fundação promove bazar de eletroeletrônicos

Publicado: 9 de fevereiro de 2018
16h 05

Batizado pela Fundação Settaport como Bazar de Eletroeletrônicos, esse serviço promove a venda de TVs de LCD, computadores, teclados, mouses, monitores, CPUs, vinis, aparelhos de som e eletrodomésticos antigos. Mas na prática, vai além da venda desses produtos a preços populares.

Com certidão de nascimento de outubro de 2010 e original da Avenida Conselheiro Nébias, 85, Paquetá, a iniciativa veio ao mundo com o nobre destino de evitar que esses materiais tóxicos acabassem descartados incorretamente e poluíssem o meio ambiente. Por prevenir a poluição, o projeto tem apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Segundo a Fundação Settaport, de 2010 a 2017 foram recolhidas mais de 800 toneladas de lixo eletrônico, 201 ton só no ano passado.

Túnel do tempo

Só que andar pelo galpão de 800 m² onde os produtos ficam expostos bimestralmente (o próximo bazar será dia 13 de abril), das 8h30 às 17h, é fazer uma viagem no tempo. E a constatação é de que ele anda rápido demais e que não é preciso muito para algo ser rotulado de velho.

A humanidade teve de esperar 1.946 anos depois de Cristo para usar o primeiro computador. Pesava 30 toneladas e ocupava uma área de 180 m². Foram precisos mais 35 anos para surgir o primeiro computador pessoal, ao custo de US$ 1.565 e que estava longe de ser um produto de vida curta. Hoje é possível comprar um computador pessoal a partir de US$ 180,00 só que praticamente a cada ano a informática apresenta novidades e em até cinco anos o aparelho começa a ter dificuldades para “ler” alguns programas. Em meia década ficou ultrapassado.

O mesmo raciocínio pode-se empregar em relação às TVs e aos aparelhos de som, que antes eram grandes e pesados e requeriam móveis para suportar seus pesos. Hoje tem muita TV presa à parede, enquanto o som migrou para os aplicativos de celular. A evolução desses produtos refletiu até no mobiliário doméstico, com alguns móveis perdendo utilidade, sumindo da sala.

Passado

O técnico de informática Lucas do Nascimento Diniz Fernandes, 29 anos, foi no bazar em busca de peças para computador. “É incrível como tem coisa antiga, não esperava tanto”.

Um homem saindo com um som antigo do galpão da Fundação Settaport despertou a curiosidade do caminhoneiro Rodrigo Rua de Oliveira, 34. Ele parou seu veículo e pela primeira vez entrou no bazar. Comparou sua emoção a um parque de diversões.

“Qualquer som desses”, apontando para uma pick-up, “é melhor que qualquer um de hoje em dia”. Seu interesse era comprar aparelho “antigo” da década de 1980. É curioso saber que o primeiro aparelho de som, o fonógrafo, surgiu só em 1857 e evoluiu para gravador cassete quase um século depois (1953). No final da década de 1980 surgiram os CDs, depois o walkman, discman, MP3, iPod até os atuais aplicativos de música que estão no celular.

Evolução

O supervisor do bazar, Francisco Nogueira da Silva, 67 anos, disse que quem quiser pode entregar seu eletrodoméstico antigo direto no depósito da Avenida Conselheiro Nébias, 85, ou solicitar que a fundação retire o material em domicílio, basta ligar 3221-2546 e agendar a retirada.

“Eu calculo que 40% do que pegamos tem conserto e é vendido. O restante nós mandamos para a indústria de transformação, em São Paulo”, disse Francisco.

No fundo do galpão também funciona o Museu de Eletrônicos, onde você pode encontrar, por exemplo, diversos “tijolinhos”, apelido de um modelo de telefone fixo, um produto que na década de 1970 era tão caro e escasso que se tinha de entrar na fila do programa de expansão da extinta Telesp e esperar a rede de telefonia chegar a seu bairro.

Outras preciosidades são diversas câmeras fotográficas cujas imagens ficavam registradas em filmes com 12, 24 ou 36 poses e que tinham de ser levados para revelação em laboratório.

O Bazar de Eletroeletrônicos também pode provocar uma visita às memórias do visitante, ao reconhecer alguns objetos que fizeram parte de sua vida, um reencontro com a história pessoal. Uma viagem no tempo.