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Fumantes poderão medir grau de dependência do cigarro em Santos

Publicado: 28 de agosto de 2019 - 14h40
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Cigarro convencional ou eletrônico, charuto, cachimbo ou narguilé. Formas de acesso ao tabaco que causam um dos piores vícios à saúde, o tabagismo. Em Santos, os perigos provocados pela doença são abordados em grupos de apoio das policlínicas e, nesta quinta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, terá um reforço importante: o uso do monoxímetro, aparelho usado para medir o grau de dependência entre os fumantes.

A ação será realizada na Rua Dr. Mário Graccho Pinheiro, na altura do nº 300, das 14h às 16h, no São Manoel, Zona Noroeste. Renato Matos, coordenador do Programa Municipal de Atenção Intensiva ao Tabagista, utilizará o aparelho durante abordagens aos moradores para sensibilizá-los e conscientizá-los sobre os riscos do tabagismo.

O monoxímetro mede as concentrações de gás carbônico em partículas por milhão (ppm) e os resultados aparecem no visor, com luzes que se acendem após um sopro no bocal descartável do aparelho. Os indicativos são as cores verde (não fumante), amarelo (fumante leve), vermelho (fumante) e vermelho escuro (tabagismo severo).

''Quanto mais alto esse indicador, maior o risco do usuário desenvolver as doenças associadas ao tabagismo, que estão em torno de 50. Se o aparelho indicar alteração, cadastramos a pessoa para os nossos grupos de apoio'', destaca Matos. Ainda de acordo com o coordenador, regiões periféricas estão as maiores  quantidades de fumantes.

A Secretaria de Saúde conta com três aparelhos, sempre utilizados na triagem dos usuários que querem participar dos grupos de apoio e durante tratamento, conforme solicitação médica. Esses grupos, formados por no mínimo 8 e no máximo 15 pessoas, contam com atividades especialmente desenvolvidas em unidades de saúde da Cidade. Os fumantes que quiserem aderir a estas ações podem ir à policlínica mais próxima para obter informações. 



DEIXARAM DE FUMAR

 

 

De acordo com Matos, desde o lançamento do programa, 1.799 pacientes já foram atendidos, sendo que 826 conseguiram se livrar do vício. Uma delas foi Cyntia Souza Mendes, 34 anos. Ela parou de fumar em dezembro do ano passado, após um pedido feito pelos filhos. ‘’Parei dia 13 de dezembro. No começo, foi muito difícil. Tem que ter muita força de vontade, ainda mais quando você tem marido e um irmão fumantes em casa’’, conta.

Cyntia, que fumava desde os 13 anos, fez tratamento na policlínica do São Jorge e diz que o apoio recebido no grupo foi fundamental para que a decisão de largar o cigarro de uma vez desse resultado. A dona de casa afirma que ainda tem vontade de fumar, mas que consegue controlar o desejo. Hoje, dorme melhor, sente mais o cheiro das coisas e recuperou o paladar.

TRATAMENTO

 

As atividades oferecidas aos tabagistas pelos grupos de apoio incluem reuniões periódicas, orientações, exercícios de respiração e entrega de insumos para parar de fumar, como os adesivos de nicotina.

‘’A maioria das pessoas que nos procuram são mulheres, apesar da incidência do tabagismo ser maior entre os homens. A cada 15 usuários, em média apenas dois são homens. As mulheres são mais cuidadosas com a saúde’’, explicou Renato Matos. O tratamento é destinado a maiores de 18 anos.

A médica do programa de combate ao tabagismo, Juliana Nogueira Calixto Charaf, ressaltou que o cigarro convencional contém 4.720 substâncias tóxicas, das quais 70 cancerígenas. Quando chegam para o tratamento, que dura três meses, os usuários já apresentam sintomas do tabagismo como cansaço excessivo e dificuldade de respirar, ou até mesmo uma patologia cardíaca.

‘’É muito importante que a pessoa se sinta motivada a parar de fumar, caso contrário não vai adiantar. É por isso que fazemos uma triagem para saber o grau motivacional, porque a abstinência vai vir e o tratamento pode falhar’’.  

Quando já está inserido nas atividades do programa, o paciente tem duas opções para parar de fumar: de uma vez, em uma data escolhida por ele mesmo, ou aos poucos. Conforme Juliana, há pesquisas que indicam que o primeiro método é o mais eficaz.

Ao largar o cigarro, o ex-fumante já começa a sentir mudanças no organismo. Recupera o paladar, a pele e a respiração melhoram. ‘’O que o fumante deve é pensar sobre sua qualidade de vida e o que quer para o futuro. Fumar um cigarro hoje pode representar usar um aparelho para respirar amanhã’’.

 

NARGUILÉ E CIGARRO ELETRÔNICO



Alternativas aos cigarros convencionais, o narguilé e o cigarro eletrônico também contêm tabaco e nicotina e são mais nocivos à saúde, prejudicando pessoas que estão parando de fumar ou já largaram o vício e acham que são formas menos prejudiciais de acesso ao tabaco.

‘’Pelo contrário, o narguilé não tem filtro. E o cigarro eletrônico também induz à dependência química’’, alerta a médica.

De olho nos riscos à saúde da população, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou no último dia 8 de agosto audiência pública sobre o cigarro eletrônico

Espécie de cachimbo muito usado em países orientais, o narguilé tem água e um mecanismo de filtragem que podem levar muitos a acharem que não é tão prejudicial à saúde. Mas, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos e equivale a fumar cerca de 100 cigarros. 

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 200 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil em decorrência de doenças provocadas pelo fumo. Entre os tipos de câncer que mais matam no País está o de pulmão, que atinge em 90% dos casos fumantes e ex-fumantes. É ainda a principal causa de morte entre os homens e a segunda entre as mulheres.

 

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