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Fique atento aos sintomas das doenças de inverno. Especialista de ambulatório de Santos dá dicas 

Publicado: 29 de maio de 2022
12h 32

A ocorrência de frentes frias, com queda de temperatura e a chegada do inverno fazem as pessoas permanecerem em locais fechados por mais tempo, o que facilita a propagação de doenças respiratórias.

Mas como diferenciar uma gripe de um resfriado? Quais os sintomas dessas doenças? Como prevenir e tratar as chamadas 'doenças do inverno'? 

A alergologista e imunologista Luciana Sacconi, que atua no Ambulatório de Especialidades (Ambesp) da Zona Noroeste de Santos, responde a uma série de perguntas para facilitar a identificação e orientar para alguns cuidados. 

DIFERENÇA ENTRE GRIPE E RESFRIADO

Ambos têm sintomas muito semelhantes: coriza, espirros e tosse. No resfriado, os sintomas são mais leves. A gripe apresenta sintomas mais fortes e persistentes, e a febre é um pouco mais alta. Há uma prostração (fraqueza, abatimento) da pessoa, que pode perder o apetite.

IMPORTÂNCIA DE SE VACINAR CONTRA A GRIPE

Pessoas suscetíveis podem ter complicações como pneumonia, sinusite e otite. Essas complicações se manifestam com mais dias e febres mais altas em quem não está vacinado.

  • Alerta - As crianças e idosos estão no grupo que mais preocupam, bem como as pessoas com doenças crônicas como pressão alta, diabetes ou com doenças renais e cardiológicas.
  • Tratamento - Os medicamentos são para os sintomas. Para coriza e tosse, remédios. O mais importante é hidratar, tomar bastante líquido.

RINITE ALÉRGICA

  • Sintomas - Coriza e coceira no nariz, que pode se estender para olhos, ouvidos e garganta. 
  • Como surge - em países como o Brasil, é desencadeada por contato com poeira e ácaros. 
  • Prevenção - ficar distante de ambientes que possam juntar poeira e de artigos como tapetes, bichos de pelúcia e cortinas. Mudança de temperatura também pode ser fator desencadeante.
  • Tratamento - depende basicamente dos sintomas. As mais leves podem ser tratadas com antialérgicos. Normalmente, quando procuram ajuda médica, já há necessidade de exames para detectar a causa para poder realizar tratamento mais específico.

SINUSITE

  • Causa - pode ser desencadeada por uma rinite alérgica. É uma reação que produz secreção do nariz, que se acumula nos seios da face.
  • Importante - nem todas as pessoas que têm sinusite, têm rinite alérgica; mas grande parte dos pacientes que têm rinite alérgica teve pelo menos um episódio de sinusite.
  • Prevenção - lavagem nasal com soro fisiológico em temperatura ambiente e controle dos sintomas da rinite alérgica. 
  • Alerta - preocupa mais nessa época do ano por ser uma complicação da rinite alérgica. A rinite alérgica piora nessa época por causa do frio, porque as pessoas tendem a ficar mais agasalhadas. Muitas vezes as peças de frio ficam guardadas no armário quase todo o ano. E o tempo, nesta época, tende a ficar  mais seco, o que leva à necessidade de uma hidratação mais adequada. O tempo seco resulta em narinas mais secas.

PNEUMONIA

  • Como surge - pode começar com um resfriado. Sintomas variam: pode ter tosse.
  • Alertas - em criança, o mais comum é ter febre por mais de três dias. Em adultos, falta de ar, dor no peito, além de outros sintomas. Em idosos, prostração (debilidade, fraqueza) pode indicar a doença.
  • Tratamento - em caso de suspeita, precisa procurar um médico. O diagnóstico da pneumonia requer exames clínico e de raio-X (que mostrará a gravidade da pneumonia). Para o tratamento, são indicados antibióticos e, nos casos mais graves, internação.

ASMA

  • Sintomas - chiado no peito e falta de ar. Pode vir com rinite alérgica.
  • Alerta - pode afetar qualquer idade; crianças bem pequenas podem ter, mas os sintomas não são bem claros e não há exames tão específicos como na idade adulta.
  • Tratamento - principalmente com prevenção dos fatores desencadeantes como contato com poeira e mofo. Os medicamentos modernos quase não apresentam efeitos colaterais.

MENINGITE

  • Sintomas - afeta principalmente as crianças. Pode começar com um resfriado, após alguns dias. Principal sintoma é a dor de cabeça, raro em crianças. Ficar atento às febres persistentes por mais de três dias, falta de apetite e prostração.
  • Tratamento - hospitalar, por isso diagnóstico tem de ser rápido. Indicação de antibióticos e anti-inflamatórios.

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

  • Quais são - enfisema e bronquite crônica são as mais comuns.
  • Sintomas - falta de ar, tosse e chiado no peito.
  • Alerta - As DPOCs são incapacitantes. Quanto antes entrar com tratamento, menos chance de evolução, com melhor controle dos sintomas. Pioram no inverno por causa do frio e ambientes fechados, que propiciam propagação de vírus e bactérias. O clima mais seco exige melhor hidratação das vias áreas.

ONDE PROCURAR ATENDIMENTO

Quem tiver alguns dos sintomas das doenças citadas acima deve ir à policlínica do bairro para avaliação inicial e, se necessário, será encaminhado a um especialista da rede municipal de Saúde. Em caso de doenças infecciosas como gripe, sinusite ou pneumonia, o caso pode ser tratado por um clínico em uma unidade.

Doenças crônicas como o enfisema e asma são tratadas nas crises pelo médico da família e encaminhadas para o especialista da rede para acompanhamento.

Galeria de Imagens

A alergologista e imunologista Luciana Sacconi está sentada à mesa diante de desktop. Ela usa máscara. #paratodosverem
A alergologista e imunologista Luciana Sacconi - Foto: Isabela Carrari