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Exposição fotográfica de antônio vargas registra a vida do índio brasileiro

Publicado: 10 de agosto de 2004
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Resgatar a memória e a essência do povo indígena. Esta é a proposta da exposição fotográfica ‘Brasilidade – Retratos de Uma Civilização’, do repórter fotográfico Antônio Vargas. Realizada com o apoio da Fundação Arquivo e Memória (Fams), Secretaria de Comunicação Social (Secom) e Secretaria de Turismo (Setur), a exposição começa no próximo dia 19, às 11 horas, e segue até 29, na Casa de Frontaria Azulejada, no Centro Histórico. Terena, Pareci, Kaiapó, Matis, Way-Way, Guarany, Tembé, Yanomami e Kanela são algumas das nações registradas pela lente do fotógrafo que reproduziu a imagem, inclusive, de uma tribo – os Awaguajá – que mantém pouquíssimo contato com os não-índios. Serão painéis de 1,5m X 0,90m, com fotos, retratando o cotidiano de cerca de 25 tribos. A força desta exposição está nos fotografados. Um grupo étnico, importantíssimo na formação do País. A idéia era fugir do óbvio que seria uma exposição, por exemplo, no Dia do Índio (19 de abril). De rituais, sagrados, passando pela culinária até as danças, os flagrantes mostram a maneira como essas pessoas vivem e se comportam no dia a dia, comenta Vargas. Para o vice-cacique, Antônio Macena (Caray Gurá), este é um trabalho muito importante para os indígenas. Não são fotos posadas. São flagrantes da nossa vida, registro reais da essência do Índio, diz Macena. De acordo com Vargas, seu mergulho na cultura indígena é uma contribuição no combate à discriminação e ao desconhecimento em relação às populações indígenas. Para a maioria das pessoas, índio é coisa de livro escolar. E não é verdade. Eles têm uma cultura riquíssima, cheia de nuances, que está aí, ao nosso lado, enfatiza Vargas. Segundo o fotógrafo, esta exposição é um dos seus mais importantes trabalhos. Com mais de 30 anos de carreira, Vargas já realizou inúmeras exposições. A primeira, em 1976, retratando o perfil do Negro no Brasil. PESQUISA A exposição é uma pequena parte do trabalho que Vargas vem desenvolvendo há cerca de quatro anos, quando o fotógrafo registrou as imagens do Encontro Nacional do Índios, que aconteceu em Bertioga. Interessado pelo assunto, Vargas iniciou uma pesquisa sobre a História dos povos indígenas durante a colonização e ao longo da História do Brasil. Em novembro do ano passado, passou oito dias fotografando os Jogos dos Povos Indígenas, na praia da Graciosa, em Palmas, no estado de Tocantins. Oficializada pelo então ministro dos Esportes, Pelé, os jogos representam uma das mais importantes conquistas dos índios brasileiros. O evento faz parte do calendário do Ministério dos Esportes, contando com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai). Para o evento, em Tocantins, Vargas teve o apoio do próprio Pelé, além do Conselho Intertribal. Este ano, se tudo correr bem, em meados de outubro, irei para a segunda fase deste trabalho com os Índios, em Porto Seguro (BA), quando acontece mais uma edição dos Jogos dos Povos Indígenas, diz Vargas. No próximo dia 30 (até 4 de setembro), a exposição Brasilidade – Retratos de Uma Civilização será levada à Universidade de São Paulo (USP), durante a 2ª Semana de Meio Ambiente.