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Estrutura será novo cartão-postal de Santos

Publicado: 14 de agosto de 2020
20h 26

LUZES DÃO COR A ESTRUTURA

180 TRABALHADORES ENVOLVIDOS

OS DESAFIOS DA OBRA

 

ELAINE SCHWANZ

A paisagem da entrada da Cidade está emoldurada com uma nova estrutura arquitetônica e de mobilidade urbana que se transformará num cartão-postal. “Santos merece essa obra tão bonita e necessária aguardada há tanto tempo”, afirmou a aposentada, Selma Santos Arruda, moradora da Zona Noroeste há 30 anos. Ela passava pelo local durante as obras e via que o trabalho não parava. “Sem dúvida será um cartão-postal e estou orgulhosa com a nova entrada da Cidade”, destacou.  

Além de ser uma obra de arte, o viaduto em curva facilitará o deslocamento de cerca de 180 mil moradores da Zona Noroeste e, toda a população santista, ao realizarem o trajeto no sentido Centro à Zona Noroeste. O elevado faz parte de um sistema viário integrado que permitiu a eliminação de semáforos, garantindo mais fluidez no trânsito. Além disso, compõe com outras obras realizadas na Via Anchieta que irão separar o trânsito de veículos de passeio e de caminhões.  

“Essa obra está sendo uma revolução porque tiraram os semáforos e o trânsito já está melhorando. Fico feliz com essa conquista”, destacou o professor Rafael Moura. Ele é morador do Saboó há mais de 30 anos e sempre via dificuldades nessa região. “Uma nova entrada da Cidade para uma nova Cidade que avança para o futuro. Uma obra com começo, meio e fim. Estou orgulhoso de viver aqui”, completou. 

O morador da Zona Noroeste há 27 anos e, atualmente residente no Rádio Clube, professor de artes marciais, Wilson Santos Junior, falou da importância da obra. “Vamos poder chegar no trabalho mais tranquilos e voltar para casa mais rápido. Quando vejo o viaduto sinto orgulho da Cidade e do trabalho que vem sendo feito”, afirmou. Junior falou da sensação de felicidade ao passar pelo viaduto. “É uma emoção gigante com um sentimento de muita gratidão”. 

 

LUZES COLOREM ESTRUTURAS DE CONCRETO 

As luzes estão colorindo as estruturas acinzentadas de concreto do viaduto e já são um dos principais atrativos. A iluminação cênica possibilita que as cores das lâmpadas sejam trocadas. Desta forma, em datas comemorativas e campanhas de saúde, por exemplo, as cores podem fazer referência a essas iniciativas.

Um total de 325 luminárias lineares de LED estão instaladas para a iluminação cênica com possiblidade de reprodução de até 67 milhões de combinações de cores. Para que as luzes funcionem com data e horário marcados é utilizado um programa de edição pelo controlador iPlayer. Esse aparelho tem espaço de memória de 256 cenários.

A programação também pode ser feita pelo calendário astronômico que identifica o anoitecer e o amanhecer. “Essa região está melhorando e esse colorido está muito bonito”, destacou o proprietário de uma oficina mecânica localizada no Saboó, Edimilson Bezerra da Silva. Ele tem comércio no bairro há 20 anos e afirma que a obra está trazendo benefícios. “Tudo está organizado e tem vindo mais clientes. A Prefeitura está trabalhando muito bem”, afirmou Silva.  

O aposentado Francisco dos Santos, morador do São Jorge ressaltou a beleza do viaduto e a importância para toda a região. “Depois de décadas estamos vendo um sonho ser realizado. Fico feliz por esse empenho e a entrada da Cidade merece essa magnitude. As luzes ressaltam a beleza da obra”, destacou Santos. 

 

CONSTRUÇÃO CONTA COM 180 TRABALHADORES  
 

A grandiosidade da construção do viaduto envolveu cerca de 180 funcionários da Terracom – empresa vencedora da licitação para a realização da obra – que trabalharam simultaneamente. Dentre as funções desempenhadas estiveram presentes engenheiros civis, mestres de obra, motoristas, operadores, encarregados, carpinteiros, armadores, montadores, pedreiros, ajudantes, eletricista, soldadores. 

Um dos colaboradores que trabalhou na obra foi o ajudante geral, Marcos Batista da Costa. Ele falou sobre o sentimento de ver o viaduto concluído. “É uma grande satisfação ver tudo isso pronto porque a população será beneficiada”, afirmou. Batista se emociona quando menciona o orgulho de ter participado desse capítulo da história da Cidade. “Quando passar por aqui (apontando o viaduto) com a minha filha, vou mostrar para ela que ajudei o desenvolvimento de Santos”, declarou. 

Para que a obra ganhasse agilidade e os desafios encontrados no terreno e na própria estrutura construída fossem vencidos, os trabalhadores também contaram com a utilização de diversas máquinas e veículos. Dentre eles, caminhões basculante, pipa, munck e betoneira, retroescavadeira, mini escavadeira, escavadeira hidráulica, guindaste, bate estaca, fresadora, rolo compactador, plataforma elevatória e muitos outros. 

Outro ajudante geral, Elísio Gomes, que também integrou a equipe de colaboradores da construção do elevado e trabalhou em meio aos maquinários no canteiro de obras, destacou a importância dessa obra na vida dele. “Essa obra foi uma oportunidade de emprego que apareceu e espero que venham mais obras. Estou muito feliz em ver essa maravilha toda pronta”, afirmou. 

ESTACAS

A magnitude do viaduto de 11 mil toneladas pode ser percebida não apenas visualmente, mas também pelo volume de materiais usados em sua construção. No total foram cravadas 243 estacas, sendo 143 para fundação e 100 para o cimbramento (estrutura provisória). A estaca mais longa atingiu 50 metros de profundidade no solo e a mais curta alcançou 25 metros.  

PILARES 

O viaduto possui cinco pilares arredondados com diâmetro de 1,50m cada, distribuídos ao longo de sua estrutura. A sensação de amplitude por quem avista o elevado também é causada pelos quatro vãos de 40 metros e um de 35 metros que dá mais leveza à paisagem urbanística do local. O ponto mais alto do elevado até tocar a pista da Avenida Martins Fontes, que passa embaixo, fica a 9 metros.

CONCRETO

O viaduto em curva da entrada da Cidade, durante a construção, recebeu cerca de 4 mil metros cúbicos de concreto em toda a sua estrutura. Essa quantidade equivale a 400 caminhões betoneira. E o aço somou aproximadamente 640 toneladas de aço, sendo equivalente a 26 carretas. Se todo esse aço fosse alinhado teríamos cerca de 570 quilômetros de extensão. Essa seria, por exemplo, a distância entre as cidades de Santos e Birigui (SP). 

ILUMINAÇÃO PÚBLICA  

Os motoristas que trafegarem no viaduto em curva, que possui duas faixas de rolamento de 3,6 m de largura, sentido Centro/Zona Noroeste (Martins Fontes/Nossa Senhora de Fátima), encontrarão o trecho iluminado com lâmpadas LED. 

No total há 53 postes, sendo 14 de aço galvanizado com 8 metros de altura sobre o viaduto; 18 postes de aço galvanizado com 10 metros de altura, ao longo da Av. Martins Fontes, no passeio paralelo à linha férrea e mais 21 postes de concreto com 21 metros de altura ao longo da Av. Martins Fontes, no canteiro central. 

SUSTENTABILIDADE

Um fator de destaque na obra do viaduto em curva da entrada da Cidade foi a sustentabilidade. Desde a montagem do canteiro de obras, os materiais inutilizados tinham suas condições de reaproveitamento avaliadas e seguiam para outros fins. Os tapumes metálicos que protegeram o entorno da obra, por exemplo, foram reutilizados em outros canteiros de obras da Nova Entrada de Santos. Outro material reutilizado foi a madeira empregada na execução do formato curvo do viaduto. Essas estruturas foram reutilizadas na construção de estruturas de pontilhões. 

CONHEÇA OS DESAFIOS DA OBRA POR TRÁS DOS TAPUMES

Uma obra aguardada há mais de 50 anos pela população, num local por onde circulam diariamente 120 mil veículos e 10 mil caminhões. Esse foi o principal desafio para a construção do viaduto em curva. “Fizemos a obra sem interromper o tráfego nesse ponto principal de entrada e saída da Cidade, contando com o apoio de diversos órgãos”, afirmou o gestor do Programa Nova Entrada de Santos, Wagner Ramos. 

E esse não foi o único obstáculo vencido nesse período de obra. Outro fator de grande impacto na evolução do viaduto foram as investigações e os remanejamentos de interferências, previstas e não previstas, como adutoras de água, rede de esgoto, gasoduto, drenagem, telefonia, fibra ótica, redes elétricas de média e alta tensão.

O coordenador de Engenharia da Terracom, Márcio Brites explicou que em virtude destas limitações, o espaço físico disponível para o canteiro de obras também foi reduzido. “Precisamos de habilidade na logística de distribuição de insumos durante todo o tempo”. completou. 

“A construção do viaduto atende uma demanda que os santistas aguardaram por anos e, finalmente foi realizada, pois sua construção aumentará a mobilidade e a qualidade de vida dos residentes e visitantes. Além disso, apresenta design inovador e durante a noite uma iluminação cênica que surpreende quem passa pela nova entrada da cidade”, afirmou o superintendente da Terracom, Marcos Diniz.

Fotos: Marcelo Martins

 

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