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Escolas municipais contam com trabalho voluntário de pais e profissionais

Publicado: 8 de dezembro de 2000
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Anônimos na maioria das vezes, pais de alunos e profissionais das mais variadas áreas atuam como voluntários junto à direção das escolas da rede municipal e transformam cada unidade na extensão de sua própria casa, dedicando a ela parte do seu dia e transformando-a em uma grande família. O objetivo: colaborar tanto com a qualidade do ensino quanto na criação de atrativos extracurriculares para que as crianças sintam prazer em continuar os estudos. Todo dia A Emee Maria Carmelita Proost Villaça (Ponta da Praia), de Educação Especial, tem uma dessas importantes parceiras: Dóvis Martins Grantham, que procurou a escola em julho, oferecendo-se como voluntária para qualquer trabalho, e foi a primeira a participar do projeto federal ´Amigos da Escola´, que convida os cidadãos a darem sua contribuição na vida escolar, utilizando suas aptidões. Desde então, ela é uma auxiliar competente e assídua. Diariamente, das 14 às 17 horas, Dóvis auxilia os professores no recreio, durante as refeições, nas oficinas de artesanato e estamparia, e até na sala de aula, como suporte, quando há necessidade. Revezamento Na Emef Profª Emília Maria Reis (Vila Belmiro), mães de alunos, de ex-alunos, professores e membros da equipe técnica aposentados formam um corpo de voluntários que auxiliam a unidade o ano inteiro. "Somos uma escola muito querida e contamos com o apoio de muitos amigos", conta a diretora Djelda Dias Mattos. Entre eles estão sete mães de alunos - Rosemeire Batista do Carmo Bordi, Regina Célia da Silva Franco, May Ann Terrell Silva, Helliete Vaz de Oliveira Lopes, Célia M. B. De Ornelas, Jivane S. Almeida e Marisa Molina Pinhão -, que se revezam durante a semana, auxiliando, pela manhã e à tarde, na venda de lanches para aumentar a arrecadação mensal da Associação de Pais e Mestres (APM) e em tarefas como levantamento de preços para compras da escola, fiscalização das condições de higiene dos fornecedores, acompanhamento e preparação de eventos, como Festa Junina, Noite de Caldo Verde, Bazar de Latarias, e outras. "Na véspera das festas maiores, é muito comum professores e mães trabalharem juntos na cozinha, descascando batatas, picando alimentos, como uma grande família", diz a diretora. Na biblioteca A Emei Antônio de Oliveira Passos Sobrinho (Macuco) também conta com mães voluntárias, que participam do ´Projeto Biblioteca Paraíso´, exclusivo para interessados em prestar serviços não-remunerados à escola. Às quartas e sextas-feiras, seis mães de alunos - Ana Cristina da S. Oliveira, Izabel Cristina Antônio Reis, Maria Aparecida da Silva Olinda, Suely Ferreira Marques, Maria Rita T. P. de Jesus e Regina Célia Geraldino Pereira - incentivam os pequenos à leitura e fazem as vezes de bibliotecárias, registrando empréstimos e devoluções de livros, atendendo aos pedidos e mesmo, enviando bilhetes aos pais, quando é necessário cobrar a multa (R$ 0,10), sempre que expira o prazo para devolver o livro retirado. O valor é simbólico e reverte em favor da própria biblioteca. Portão e pátio Cuidar da entrada e saída dos alunos e oferecer-lhes opções de lazer durante o recreio são tarefas que as mães Márcia Nogueira Costa e Amélia del Carmem V. Lima fazem com prazer, diariamente, na Emef Ayrton Senna da Silva (Marapé). Elas assumiram o compromisso desde o começo do ano quando, na primeira reunião de pais e mestres, a direção abriu espaço para o voluntariado. Na entrada e saída das aulas, elas observam a movimentação dos alunos e cuidam de sua segurança no trânsito; no recreio, ficam com eles no pátio, promovendo jogos e brincadeiras. "Todas as sextas, elas se reúnem comigo e a equipe técnica, para trocar idéias sobre o trabalho. Suas sugestões são sempre importantes, porque nelas está presente o olhar de mãe, que nos ajuda a tornar a escola cada vez melhor", conta a diretora Maria Tereza P. Nogueira. Para mães e filhos Na Emef Avelino da Paz Vieira (Vila Nova), duas voluntárias vão à escola ensinar artesanato para os alunos e suas mães. Desde o primeiro semestre elas mantêm a atividade e, segundo o diretor Heraldo Vicente, devem continuar no próximo ano letivo, "porque a comunidade gosta e se mostra interessada", diz ele. Eusíqua Augusta de Oliveira comparece às segundas-feiras, a partir das 14 horas, e ensina artesanato para as mães dos estudantes que, com isso, aproximam-se da escola e obtêm uma forma alternativa de aumento da renda familiar. Às quartas, no mesmo horário, é a vez de Roberta M. M. Fonseca transmitir seus conhecimentos para os alunos do período da manhã. Fanfarra Um dos orgulhos da Emef Judoca Ricardo Sampaio (Caruara) é a fanfarra da escola, que tem um voluntário como instrutor de percussão: Heverson Carlos da Conceição, mais conhecido como padre Miguel, porque pertenceu à escola de samba do Rio de Janeiro. "A fanfarra reúne alunos, seus pais e professores, que vêm tocar também e ensinar o que sabem. Além de promover essa integração, tirou as crianças das ruas, das drogas e do sexo precoce ", conta a diretora Alice Maria Martins Ribeiro. Futebol de salão No Jardim Piratininga, a Emef José da Costa e Silva Sobrinho torna-se um centro de convivência comunitária, nos horários e dias em que não há aula. Um de seus muitos usos é a Escolinha de Futebol, criada pelo voluntário José Celestino Menezes e que, segundo a assistente de direção Denise Henrique, os alunos adoram. "Há poucas opções de lazer no bairro e os jogos de futebol divertem e integram a criançada", diz. José Celestino dá aulas de futebol durante toda a semana: de segunda a sexta, das 18h30 às 20h30, e aos sábados, das 9 às 15 horas, reunindo várias turmas de interessados na quadra da escola. "No início do ano, ele pede para abrirmos as inscrições e, durante o ano, promove jogos com outras escolas. Nunca cobrou nada pelo trabalho e é realmente um amigo da escola", afirma a assistente. Cumprindo uma promessa com muito prazer O cumprimento de uma promessa levou Dóvis Martins Grantham a se tornar voluntária na Emee Maria Carmelita Proost Villaça. Estava sem trabalhar fora há dois anos e sentia falta da atividade. Além disso, engravidou e soube que estava com toxiplasmose, correndo o risco de ter uma criança deficiente. "Então, fiz a promessa: se minha filha nascesse perfeita, como nasceu, trabalharia como voluntária junto a crianças com necessidades especiais, durante um ano", conta, emocionada. Dóvis percorreu outras entidades, mas só foi aceita como voluntária pela escola. Como fez Licenciatura, diz que preferiu atuar junto a professores e alunos: "Todos me receberam muito bem e me sinto tão beneficiada em conviver com as crianças, que nem sei se retribuo o suficiente com meu trabalho. Com elas, aprendi a ver com outros olhos os que têm deficiências, a reconhecer suas capacidades e tratá-los com igualdade. E o trabalho realizado na escola, em classe e nas oficinas, só merece elogios", concluiu.