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Escola Pública de Surf completa 24 anos

Publicado: 22 de junho de 2015
12h 50

Festa, homenagens e muito surfe marcaram as comemorações dos 24 anos da Escola Pública de Surf, em parceria com a Sthill (Escola Radical). Para celebrar a data, foi realizado o 2º He´e Nalu Santos Festival, na manhã deste sábado (20), no Posto 2, na Pompeia.

O festival teve como objetivo reunir pessoas da comunidade do surf em uma confraternização onde todos interagem e presenciam o verdadeiro espírito He´e Nalu (surfando sobre as ondas). Nesta edição, as atenções foram voltadas para as mulheres, que têm aumentado a participação na modalidade.

No mar, foi disputado o Meeting Sicrupt Longboard feminino, com a participação das alunas, uma apresentação com as pranchas multifuncionais e os alunos Luiz Felipe Miotto Leite e Raphael dos Santos, com paralisia cerebral e Valdemir Pereira, deficiente visual.

Uma homenagem foi feita para as mulheres surfistas, entre elas, Maria do Carmo de Jesus, 74 anos, aposentada. Com o sorriso no rosto, estava orgulhosa. “Entrei aqui com 70 anos e só sabia nadar. Hoje eu pego onda. Estes professores são maravilhosos e essa escola é minha vida”.

Coordenador da Escola Radical, Cisco Araña não esconde a emoção ao falar sobre os 24 anos de história. “É um presente de Deus. Quando comecei, não imaginava que chegaríamos a tudo isso, poder levar o surfe para tanta gente e desenvolver um trabalho de inclusão".

O prefeito Paulo Alexandre Barbosa esteve presente e destacou a tradição da Cidade no surfe e a importância do trabalho realizado. “O que é desenvolvido aqui é uma referência para todo o Brasil. Os professores fazem a diferença para transformar vidas. Nosso maior patrimônio é o capital humano”.

Memorial dos surfistas

A primeira onda surfada na América do Sul foi em Santos, em 1938, na praia do Gonzaga, por Osmar Gonçalves. Pioneiro do surf, ele está representado com uma estátua ao lado da Escola Radical de Surf.

Em volta do monumento, estão colocadas placas com os nomes de outros surfistas e incentivadores do esporte. A calçada em torno da estátua recebeu homenagens póstumas a mais quatro nomes: Armando Jaguari, Murilo Ferreira, Alberto Mansur e Luis Gonzaga Batista (Lagartixa).

Membro do Clube dos Pioneiros, Walter Teodósio Júnior, Waltinho, 62 anos, engenheiro, estava feliz com a homenagem aos companheiros e também pelo aniversário da Escola. “Era no Posto 2 que as pranchas eram trazidas e furadas, quando o esporte passou por repressão, há mais de 40 anos. Hoje, olha o que temos aqui? para nós, lava a alma”.

Escola Radical

Criada em 1991, a Escola Radical de Surf, sempre em parceria com a Sthill, é uma das grandes responsáveis pelo grande número de surfistas existentes atualmente na Cidade. São cerca de duas mil pessoas atendidas, por ano, por meio dos projetos e parcerias, no surf e no bodyboard. Até hoje, cerca de 30 mil pessoas passaram pelo local.

Primeira escola pública de surf do Brasil, a Escola Radical sempre buscou a inovação. A presença de muitas mulheres nas aulas, algo que era raramente visto em décadas passadas, além de alunos deficientes e da terceira idade, fazem o trabalho ser reconhecido ao redor do mundo.

Para o secretário de esportes, Alcídio Mello, Cidão, é algo especial. “Não é simplesmente uma escola, é um ponto de encontro da comunidade do surfe, onde se realiza um trabalho diferenciado. Fazemos questão de destacar a importância da Sthill, parceira desde o início”.

Foto: Isabela Carrari