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Emoção marca sorteio de moradias populares no estradão

Publicado: 30 de janeiro de 2009
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O sorteio começou e colocou fim à espera de uma vida inteira para realizar o sonho da casa própria. Foi assim que aconteceu com dona Maria Benvinda Silva e Silva, 60 anos, a primeira contemplada no sorteio que definiu as famílias que ocuparão os 500 apartamentos construídos no Estradão, na Zona Noroeste, numa parceria entre a prefeitura e o Governo do Estado. Jamais uma data combinou tanto com seu nome, trazendo sorte. Emocionada, ela e o filho Marcelo gritaram de alegria do alto da arquibancada do estádio da Portuguesa Santista, sexta-feira (30), ao escutarem o resultado do sorteio. É muita emoção. Há menos de um ano perdi meu marido e meu filho, mas jamais perdi a fé, a esperança. Agora Deus me abençoou e vou ter um teto para morar com meu filho Marcelo e minha netinha Nicolly. Se eu pudesse já ia para lá hoje (sexta) mesmo, conta ela, que é pensionista, mora na Vila São Jorge e faz parte do movimento Meia Bola há mais de dez anos. Dona Maria integra o grupo de cerca de 1.290 famílias inscritas pelos movimentos populares de habitação na cidade, acompanhadas pelo Conselho Municipal de Habitação, e que concorreram no sorteio. Moradia é uma questão de dignidade e estamos trabalhando muito neste sentindo, com o maior programa habitacional que a região já teve, para oferecer oportunidades para todos. Esta é uma conquista conjunta, não apenas da prefeitura, do Governo do Estado, mas principalmente da luta, do sacrifício e da compreensão de todos vocês, afirmou o prefeito João Paulo Tavares Papa, destacando também os demais projetos em andamento na Zona Noroeste, como na Alemoa, Caneleira, entre outros. O secretário de Estado da Habitação e presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Lair Krähenbühl, ressaltou o entendimento para que fossem contemplados os movimentos por moradia. Levou um tempo para que pudéssemos ajustar as questões burocráticas, para que o sorteio acontecesse nesses moldes. Mas valeu a pena, porque dentro de 30 ou 40 dias será possível vocês se mudarem, já com a escritura em mãos. APARTAMENTOS Os apartamentos possuem 44,89 m2, com dois quartos, sala cozinha, banheiro e área de serviço. Eles estão dispostos em dois conjuntos: Santos C, na Av. Manoel Ferramenta Jr., com 320 unidades, e Santos N, na Av. Afonso Schmidt, com 180. Cada prédio do conjunto é formado por piso térreo e mais quatro pavimentos, somando 20 unidades. O terreno foi doado pela prefeitura, que também está executando toda infraestrutura do setor de condomínio, que envolve os espaços comunitários, entre eles as vagas de estacionamento, espaços de circulação e serviço de paisagismo. A CDHU, seguindo a conduta dos programas de moradia de interesse social do Governo do Estado, atende à população com renda mensal entre um e dez salário mínimos, priorizando famílias que recebem no máximo três. O prazo para quitação é de até 25 anos e as prestações, subsidiadas pelo governo estadual, são calculadas de acordo com os rendimentos de cada família. Assim, as que ganham de um até três salários mínimos, por exemplo, pagarão o equivalente a 15% da renda. Por isso, o sorteio contou com cinco urnas. Cada munícipe cadastrado colocou sua senha na urna correspondente. Havia uma para idosos, uma para família com renda entre um e dois salários mínimos, entre dois e três, três a quatro e quatro a dez. Vale destacar que do total de unidades, 7% foram reservadas para pessoas com deficiência, 5% para idosos e 4% para policiais. DOCUMENTAÇÃO Após o sorteio, todos os contemplados foram atendidos pela equipe da CDHU, que orientou sobre a documentação a ser apresentada, tão logo sejam novamente convocados. No salão, as cenas eram de muita emoção: famílias inteiras se abraçavam e choravam de felicidade. Houve quem ajoelhasse com os papéis em mãos, em agradecimento a Deus. Com lágrimas nos olhos, Alessandra Moreira, 25 anos, não escondia a alegria. Tudo vai mudar. Meu marido e eu sairemos do aluguel, e iremos oferecer uma vida melhor ao nosso filho, diz ela, que mora na Caneleira, e há cerca de cinco anos faz parte do movimento Nova Esperança. De mãos dadas com a mãe, o pequeno Juan Felipe, de quatro anos, sorria. Ele parecia já entender perfeitamente que faz parte de um grupo que deu início ontem a uma nova etapa da vida.