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Desemprego cai de 18% para 15,2% em santos

Publicado: 8 de novembro de 2000
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A Universidade Santa Cecília (Unisanta), por meio do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese), divulgou, ontem (08), dois relatórios que comprovam a recuperação do nível de empregos em Santos. Um deles, baseado em uma pesquisa realizada durante o mês de setembro em 490 domicílios (universo de 1.608 pessoas, sendo 884 mulheres e 724 homens), atesta a queda do índice de desemprego na Cidade, que passou de 18% em março para 15,2%. A tendência de recuperação é confirmada por outro relatório, elaborado em parceria da Unisanta com a Prefeitura, por meio do Nese e da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo este documento, o índice mensal do emprego formal em Santos indica o crescimento dos postos de trabalho por três meses consecutivos. Nos primeiros oito meses de 2000, o aumento foi de 0,18% (o equivalente a 181 novos postos). Já em agosto, último mês analisado, foram gerados mais 75 empregos (0,07% a mais). A apresentação dos relatórios foi feita pela equipe do Nese, formada pelo coordenador geral, Alcindo Gonçalves; pelo coordenador de pesquisas, Jorge Manuel de Souza Ferreira; e pelo supervisor, Júlio Simões Júnior. Também estiveram presentes a reitora da Unisanta, Silvia Teixeira Penteado, e a diretora-presidente do Instituto Superior de Educação Santa Cecília, Lúcia Teixeira Furlani. "Esses relatórios possibilitam um panorama melhor da situação do emprego e desemprego na nossa região, principalmente porque são relatórios que analisam duas situações: de um lado, dados de uma pesquisa de campo, onde estão considerados os empregos formais e informais e os inativos e, de outro, as informações oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego, referente ao mercado formal, ou seja, levando em conta apenas os casos regidos pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), os chamados carteira assinada. Essa fusão permite uma melhor avaliação do que vem ocorrendo em nossa região, explicou a reitora da Unisanta, Silvia Teixeira Penteado. Segundo Alcindo Gonçalves, os relatórios mostram a tendência de crescimento na economia da região como um todo e, mais do que isso, devem ser utilizados para a definição de políticas públicas que possibilitem avanços neste setor. Trata-se de diagnósticos muito importantes e que vêm mostrando a recuperação do número de empregos na Cidade e em alguns municípios da região, seguindo tendência já verificada há alguns meses no Brasil e no Estado de São Paulo. Ele explica que a pesquisa de campo realizada pelo Nese a cada seis meses vem mostrando claramente a queda no índice de desemprego em Santos. Só para ter uma idéia, em julho de 99 o percentual era de 23,7%. Em março deste ano foi para 18% e, em setembro, caiu para 15,2%. Apesar disso, ainda é cedo para se apostar definitivamente na retomada do desenvolvimento nacional, mas não deixa de ser uma indicação positiva que, após longo período de estagnação, a economia dê sinais de crescimento, em especial em Santos que teve, como mostram os indicadores, uma recuperação superior em relação às regiões metropolitanas de São Paulo e do ABC, onde os índices de desemprego foram de 17,3% e 18%, respectivamente, em setembro, segundo a Fundação Seade e o Dieese. Jovem Outro dado importante obtido com a pesquisa mostra que a inserção do jovem no mercado de trabalho ainda parece ser o grande desafio. Essa situação, entretanto, só será resolvida pelo efetivo crescimento de oportunidades na região como um todo, pois os municípios vizinhos a Santos geram poucas chances de emprego. Só para ter uma idéia, a quantidade de empregos formais em Santos é muito elevada (quatro habitantes por vaga). Por isso, obviamente, as vagas são disputadas por moradores das cidades vizinhas, explica Gonçalves. Ele diz, ainda, que 85% dos residentes de Santos trabalham na própria cidade, sendo que o percentual é inverso em outros municípios como: São Vicente, Praia Grande e Guarujá, cuja relação vaga/residente é muito inferior a de Santos. O grande nó do desemprego está no jovem, já que o levantamento mostra que 47,9% dos desempregados têm de 16 a 24 anos. Por isso é preciso pensar políticas de geração de empregos para atender o jovem, principalmente aqueles que estão entrando no mercado de trabalho. Também chamou a atenção dos pesquisadores o aumento que vem sendo percebido na população inativa (que reúne crianças, aposentados, estudantes, mulheres, incapazes e todos que não querem ou não precisam trabalham). O trabalho mostrou que os inativos estão hoje com 52,1% da população total, cerca de 215.094. Vale ressaltar que metade tem abaixo de 15 anos e cerca de 18% são aposentados. Mesmo assim, em março o índice de inativos era de 47,5%. Na próxima pesquisa estudaremos melhor o perfil das pessoas que estão nessa situação para termos um quadro mais definido. Mostra Foram pesquisados, durante o mês de setembro, 490 domicílios, totalizando um universo de 1.608 pessoas (884 mulheres e 724 homens), correspondente a 0,4% da população residente, conforme dados do IBGE de 1996. Uma vez definido o tamanho, a amostra foi subdividida pelos 34 bairros e morros de Santos, proporcionalmente à população de cada um. O processo de escolha do domicílio a ser pesquisado foi por sorteio eletrônico dos endereços. Dados oficiais Já o relatório feito em parceria com a Seac, com os dados do MTE, mostra que os oito primeiros meses de 2000 totalizam crescimento no número de postos de trabalho em seis cidades da Baixada Santista: Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Santos e São Vicente. Já os municípios de Bertioga, Peruíbe e Praia Grande tiveram redução no número de empregos.