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Dengue hemorrágica tem primeiro caso confirmado

Publicado: 25 de fevereiro de 2002
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Foi confirmado ontem (25), por meio do exame sorológico do Instituto Adolfo Lutz, o primeiro caso de dengue hemorrágica em Santos. O paciente, um homem de 32 anos, José Alexandre Fiusa de Melo Cardoso, morador na Rua Alfaia Rodrigues, ficou internado duas semanas, na Casa de Saúde, reagindo bem ao tratamento. Ele já recebeu alta e deveria sair ontem do hospital ou hoje pela manhã, 26. A Seção de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Seviep) confirmou o caso e hoje envia o prontuário do paciente, via fax, para o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (CVE), órgão ao qual cabe definir oficialmente o caso como dengue hemorrágica. Diariamente, a Seviep mantém contato com o CVE, sobre os casos mais graves de dengue com manifestações hemorrágicas. No caso de José Alexandre, ele teve acompanhamento desde o início, o que tornou mais fácil o diagnóstico. Os dados foram discutidos de forma permanente entre Seviep e CVE, conforme os médicos que acompanhavam o paciente. Caberá à epidemiologista Gilzelda Katz, do CVE, confirmar, por escrito, o primeiro caso de dengue hemorrágica em Santos, o que deverá ocorrer até amanhã (27), estima a Seviep. Nos últimos dias, apenas dois casos de pacientes hospitalizados apresentavam sinais indicativos de dengue hemorrágica: uma menina de 5 anos, internada no Hospital Ana Costa (ainda na UTI, mas com melhora no quadro clínico), e o caso na Casa de Saúde. José Alexandre se contaminou na própria residência, na Rua Alfaia Rodrigues, Aparecida, onde os agentes da dengue acharam um grande criadouro de mosquito na calha da moradia, sobreposta, e já fizeram a eliminação. O caso da criança internada no Hospital Ana Costa ainda não tem definição. Para ser classificada como dengue hemorrágica é preciso que o doente apresente um quadro clínico específico, que inclui dois ou mais sintomas, além dos convencionais da dengue, tais como fortes dores abdominais, desmaios, pele fria, redução acentuada da pressão sangüínea, fezes pretas, tontura, dificuldade de respirar, vômitos freqüentes e sangramentos pelo nariz e boca. Nos serviços de saúde, o caso suspeito deve passar pela prova do laço. Ou seja, é feita a interrupção da circulação com o manguito que mede a pressão, aparecendo, em caso positivo, manchinhas de sangue – ou petéqueas - na dobra do braço. Outro teste envolve a elevação do hematócrito (engrossamento do sangue) e queda de plaquetas. O normal da quantidade de plaquetas fica entre 150 mil a 300 mil, mas em portadores de dengue cai até para 50 mil. Para essa avaliação são realizados hemogramas, várias vezes ao dia. A pressão arterial diferenciada (em pé ou deitada) e a hipotensão arterial são outros pontos analisados, além da sorologia para a dengue. A dengue hemorrágica provoca ainda taquicardia, derrames cavitários e aumento do fígado (hepatomegalia dolorosa) entre outras ocorrências. A SMS lembra ainda que as complicações da dengue ocorrem habitualmente após o fim do estado febril. Por isso é importante que o paciente retorno aos serviços de saúde, durante três dias seguidos, até a alta.