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Defesa Civil de Santos inicia orientação para período de chuvas

Publicado: 26 de novembro de 2019 - 17h57

O ano de 2019 vai chegando ao fim com o registro do maior acumulado de chuva desde 1996: foram 3.074 mm, enquanto o ano passado registrou 2.458,3 mm. Um desafio maior para o próximo Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), que entra em vigor no dia 1º de dezembro.

“Nós já iniciamos o trabalho de orientação dos moradores e, no dia 1º de dezembro, colocaremos em prática o plano de atender possíveis ocorrências e minimizar os danos. Nos deslocamos para as áreas mapeadas quando chove o suficiente para haver deslizamentos e removemos os moradores se necessário”, explicou o geólogo da Defesa Civil, Victor Arroyo.

E este ano, segundo o especialista, a quantidade de chuva acima da média exigirá ainda mais atenção dos técnicos. “Com exceção de janeiro, junho, e outubro, todos os meses registraram acumulados de chuva superiores às médias históricas mensais de 25 anos”, frisou Arroyo, que destacou o acumulado dos meses de fevereiro (724,1 mm; valor 149,35% superior à média mensal de 291,2 mm) e maio (479,6 mm; valor 190,67% superior à média mensal de 165 mm), os mais elevados da série histórica de 80 anos.

O geólogo explica que os dados manterão a Defesa Civil mais alerta. “Isso por conta da umidade remanescente no solo dos morros. Quanto maior a umidade, menor a quantidade de chuva necessária para desencadear novos deslizamentos”.

RESULTADOS

O trabalho preventivo da Defesa Civil vem apresentando bons resultados ao longo dos anos, já que desde 2000 não há registro de morte nos morros decorrente de deslizamentos. Segundo explicou Arroyo, melhorias e obras de drenagem de águas pluviais vêm contribuindo para isso. Entre os exemplos, a construção de uma escadaria hidráulica no Monte Serrat. No Morro São Bento, foi feita a instalação de bocas de lobo na Rua São Roque e de uma caixa maior para captação da água da chuva na escadaria Santa Mariza, no Largo do Machado. De acordo com a Defesa Civil, há 10.832 domicílios em áreas de risco.

 


SINAIS

É importante que os moradores permaneçam atentos aos sinais de instabilidade na encosta e tomem cuidados preventivos como descartar o lixo corretamente e evitar, neste período chuvoso, o corte de taludes, remover vegetação natural e realizar obras junto à encosta.

Os principais sinais de deslizamento são trincas nas paredes e no solo, árvores e postes inclinados, água barrenta e embarrigamento de muros.

“Neste período em que convivemos mais com riscos de deslizamento, conversamos muito com os moradores, que são agentes multiplicadores das iniciativas de prevenção”.

Muitos desses agentes são integrantes dos Núcleos de Defesa Civil Comunitários (Nudecs), espalhados por toda a Cidade, incluindo os morros, com pessoal capacitado para identificar e lidar com situações emergenciais. Atualmente, são 24 núcleos. “Eles são parte essencial do trabalho da Defesa Civil, uma vez que são treinados para dar as primeiras respostas em uma situação de desastre. São compostos por voluntários das comunidades”.

O porteiro Reinaldo dos Santos, 59 anos, integra o Nudec do Morro do Marapé desde os anos 1990 e mora há 35 anos naquela região. Ele é um dos que auxiliam a Defesa Civil identificando sinais. “Nesta temporada de chuva, ficamos sempre alertas. Moro na Rua 3, numa região que tem deslizamentos, e já vi várias ocorrências. A gente não sabe o que vem lá de cima”.

O PPDC vigora até dia 30 de abril de 2020, podendo ser estendido. Os telefones para emergências e mais informações em casos de deslizamento ou outras ocorrências relacionadas à chuva são o 199 e 3208-1000.

Arte: Rodrigo Vieira