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Comerciantes recordam o passado do bairro que completa 41 anos

Publicado: 23 de outubro de 2001
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Hoje (25), o Boqueirão - quarto bairro mais populoso da Cidade, de acordo com o Censo de 1996 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - completa 41 anos. A data é comemorada desde 1960, quando foi fundada a Sociedade Amigos e de Melhoramentos do bairro que, na verdade, é muito antigo. Quem aprecia e conhece muito bem as curiosidades que marcaram uma época mais remota, não esconde a emoção e o saudosismo. Os comerciantes Antônio Ruggiero, Luiz Dominguez, João Abrantes, Aparecido Antônio da Costa e Dirce de Almeida Silvares mantêm o passado do bairro vivo em sua memória. O barbeiro, Antônio Ruggiero, guarda lembranças do advogado Júlio Conceição, o proprietário da chácara Parque Indígena - uma das moradias que deram início à ocupação do Boqueirão. A área tinha palmeiras imperiais, muitas orquídeas, era aberta ao público para visitas e estava localizada na esquina da Avenida Conselheiro Nébias com a praia, até a Rua Governador Pedro de Toledo e Avenida Epitácio Pessoa. ‘Seo’ Antônio, que trabalha há 49 anos na região, recorda com satisfação: O senhor Júlio era um dos meus importantíssimos fregueses. A Barbearia Jangada (nome está relacionado à proximidade com o mar) de Ruggiero ainda atendeu personalidades ilustres como Jô Soares e Chico Anísio, que se apresentaram no extinto Recreio Miramar - local onde foi organizado a primeira festa carnavalesca da Cidade em 1916. Gente famosa também freqüentava o Restaurante Anhangá de Luis Pereira Dominguez, inaugurado em 1958; na época o único a la carte do bairro. Orlando Villa Lobos e Mário Covas eram fregueses assíduos. O seo Luis ainda faz questão de destacar um fato curioso. Trata-se do cozinheiro, José Blanco, que há 40 anos prepara os pratos tradicionais do estabelecimento, como a feijoada e o peixe Acapulco. PONTOS TRADICIONAIS Outros locais que guardam a história do bairro são o Super Centro Comercial Boqueirão, o primeiro shopping center construído na América Latina, atualmente, com 126 lojas e a Pinacoteca Benedicto Calixto, antes conhecida como o famoso Casarão Branco da família Pires (Francisco e Zulmira) que sempre promovia festas no local. Os bazares Dunga e Soneca da dona Dirce Silvares e o centenário 5 de Outubro, hoje comandado pelo seo João Esteves Abrantes que mora e trabalha na região há 53 anos, também são dois pontos tradicionais da região, localizados na Avenida Epitácio Pessoa. Quando os meus familiares vieram de Portugal, eles se instalaram no Boqueirão. Aqui, também inauguraram o primeiro supermercado do bairro, lembra João. O tempo passou, mas uma imagem curiosa do antigo bairro ainda pode ser apreciada, como a guardada com carinho pelo colecionador de fotos antigas da Cidade e primeiro chaveiro do bairro, Aparecido Antônio da Costa. Uma delas está exposta na parede do Chaveiro Boqueirão – estabelecimento que mantém desde 1959 - e retrata um palacete que antes ocupava a Avenida Bartolomeu de Gusmão nº 22. Apaixonado também pela história da região, ele conta que antes de ser um supermercado, a área onde, hoje, está o Carrefour (Conselheiro Nébias, 802) era uma pensão muito frequentada. DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento acompanhou a passagem do tempo. Hoje, o Boqueirão ocupa uma área de 160 mil metros quadrados - equivalente a 20 campos de futebol – com residências e pontos comerciais dispersos nas 70 ruas que compõe a região. A Administração Municipal já pavimentou 23 delas, proporcionou melhorias na iluminação de 64 logradouros públicos, reformou o Posto 5 de Salvamento, a Fonte do Sapo, os playgrounds dos canais 3 e 4, a Emef. Antônio Demóstenes e o Gapa, reurbanizou a área dos quiosques do canal 3 e promoveu a manutenção de diversas praças como a Ilha de Conveniência que será reocupada e revitalizada, por intermédio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), até o final do ano. As obras serão iniciadas com o término do contrato firmado com os permissionários.