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Com grafites, espaços públicos ganham cores, formas e sentimentos

Publicado: 29 de março de 2019
12h 00

Espaços antes brancos que agora estão completamente preenchidos por cores, desenhos e principalmente, sentimentos. Assim, o grafite, que comemorou seu dia nacional na última quarta-feira (27), tem ganhado cada vez mais respeito e, por consequência, mais admiradores pela Cidade.

Em Santos, seis muros externos de escolas municipais receberam a técnica através de mutirão de artistas denominado ‘Arte e Grafite nas Escolas’. O grupo foi formado por iniciativa de Carlos Roberto da Silva, o Catts, e atua de forma voluntária, cabendo à escola o fornecimento do material.

Com 28 anos e grafiteiro há apenas quatro, o artista firmou parceria com a Prefeitura e pintou outros espaços públicos, como 12 painéis no Jardim Botânico, o Ceu das Artes (Zona Noroeste), Parque Municipal Roberto Mário Santini, Complexo Esportivo Rebouças e espaços internos em unidades de ensino, como casinhas ao ar livre, salas temáticas, brinquedotecas. O artista cita a importância das artes em espaços públicos para auxiliar o sentimento de pertencimento ao espaço. “Principalmente entre os alunos, a arte cria uma sensação de pertencer àquela imagem, eles se reconhecem nos desenhos. Já vi crianças abraçando os desenhos, dando nome aos personagens. É muito gratificante”.

VALORIZAÇÃO

Catts cita a importância da valorização do grafite por parte do Poder Público. “É muito bacana ver o acolhimento e aceitação que surgem a partir do momento que a arte está em um espaço público. Percebi uma valorização muito maior do grafite e, paralelamente, valor agregado ao espaço. Realmente, deixou de ser algo marginalizado para virar arte e o apoio das prefeituras só vem somar para essa valorização”. Os temas e ilustrações são escolhidos pelo próprio artista, com base no perfil do público do local. “Eu tenho duas linguagens. Para as crianças, que brincam mais com a imaginação, procuro trazer cores e traços mais criativos e divertidos. Se o público for adolescente, trato temas como natureza, animais, algo que desperte a conscientização de cada um”.

Paulo Oshiro, assessor técnico da Secretaria de Educação (Seduc), considera que o movimento do grafite tem conquistado seu espaço. “O movimento tem que receber todos os méritos, porque o grafite é cor, alegria, transmite o amor. Traz conscientização e, nas escolas, torna o ambiente alegre, confortável, traz felicidade e, desde pequenos, criam o sentimento de pertencimento ao espaço”.

HISTÓRIA

O artista iniciou sua arte em 2014, despretensiosamente. Após pintar o muro de sua casa inspirado pelos grafites espalhados pela Cidade, o então paisagista foi convidado a pintar um espaço público em São Vicente. A partir daí, viu nascer uma paixão pela técnica e aceitou convites para pintar escolas, creches e desenvolver trabalhos em comunidades carentes da região.

Fotos: Marcelo Martins

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