Cena teatral em Santos relaciona isolamento da pandemia com relato do holocausto
Durante o holocausto nazista, na Segunda Guerra Mundial, a família da jovem Anne Frank abriga-se em um sótão para fugir, pois eram judeus. Anne então passa a escrever todos os seus sentimentos e aflições em um diário.
A história, relatada no livro 'O Diário de Anne Frank', inspirou a cena 'Fragmentos de Anne Frank - o nosso diário', apresentada em 23 de novembro no canal Fescete (Festival de Cenas Teatrais de Santos)/YouTube, por alunas do 3° ao 5° ano da escola municipal Dos Andradas II, Agatha Santos, Esther Venâncio, Maria Gabrielly, Chiara Narducci, Júlia Reis e Geyse Santos, sob direção das educadoras de teatro Estefane Cliquet e Thalita Carrilho.
O grupo aguarda, ansioso, a premiação da melhor cena, melhor atriz e melhor direção na próxima segunda-feira (30), às 19h, no https://www.youtube.com/c/fescete. O voto popular pode ser dado pelo Instagram.
Na encenação, foram relatados momentos vividos pelas crianças em tempos de pandemia e trechos do que Anne Frank viveu, fazendo uma relação entre 1942 e 2020. “Por meio da ferramenta Zoom, demos início em julho ao projeto Núcleo de Teatro OnLine. A temática é 'Nossa casa, nosso mundo', a mesma do projeto Santos à Luz da Leitura. As aulas eram virtuais, práticas e teóricas, e buscaram amenizar os sentimentos de ansiedade e tudo que o teatro pode proporcionar para as crianças de 6 a 11 anos”, disse Estefane.
As gravações das cenas foram feitas na casa de cada uma e, por edição, transformadas em um teatro/filme. Por meio de vídeo, os pais autorizaram as participações das crianças, durante a quarentena. Já as atividades, efetuadas semanalmente, foram executadas por grupo de WhatsApp e encontros virtuais.
DEDICAÇÃO
“Neste processo de montagem, educadoras, alunas, responsáveis e parceiros da escola foram protagonistas, pois se dedicaram 15 dias direto, entre ensaios, ajustes de cenas, filmagens, refilmagens e dois dias de edição”, afirmou a diretora da unidade, Maria Fernanda Pieruzzi, lembrando que, no ano passado, as educadoras já haviam participado do Fescete com a cena 'Femininas'.
Maria Fernanda ressaltou que os pais se envolveram tanto quanto as filhas. “O fato de só meninas quererem participar ajudou na escolha do tema. Estudamos a história da personagem, o que aconteceu naquele momento histórico, no processo de entendimento do enclausuramento social. As alunas se identificaram, trazendo seus depoimentos, apresentados na cena, junto com as falas de Anne Frank”.