Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Casa das Anas atende 46 mulheres em dois anos

Publicado: 16 de fevereiro de 2016
15h 02

Seguir em frente. O termo nem sempre empregado de forma literal é, sem dúvida, o que mais se aplica quando o assunto é mudar a vida. É também o que melhor traduz o sentimento de mulheres que têm a oportunidade de recomeçar uma nova fase com todo apoio necessário para alterar rumos da trajetória até então percorrida.

Foi justamente essa a expressão utilizada por Alexsandra Bastos Mamedi, 32 anos, ao falar de suas perspectivas para um futuro próximo. “Aqui é maravilhoso, tenho tudo o que preciso, mas tenho que continuar, seguir em frente. Quero conseguir um emprego, ter um cantinho para viver com meu pequeno. E quem sabe, mais para frente, voltar a estudar”, projetou, segurando nos braços o filho Carlos, de nove meses.

Alexsandra é uma das 11 atendidas na Casa das Anas, unidade mantida pela Secretaria de Assistência Social (Seas) da Prefeitura de Santos, na Vila Belmiro, com objetivo de garantir abrigo e encaminhamento para mulheres em situação de risco social e seus filhos. Em dois anos de funcionamento, 43 mulheres passaram pela casa, além de 34 crianças.

A casa

O serviço funciona como um lar para um momento de transição na vida das atendidas. As mulheres abrigadas na Casa das Anas já passaram por outros serviços sociais oferecidos pelo Município e lá têm a oportunidade de vivenciar uma rotina doméstica, com auxílio e respaldo assistencial para retomada de suas histórias.

Segundo a coordenadora Cristina Coninch, da organização não-governamental Vidas Recicladas, responsável pela administração da Casa das Anas, além de suporte psicológico e social, as atendidas são encaminhadas a cursos de capacitação com objetivo de ingresso no mundo do trabalho.

Nesse sentido, segundo o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, que visitou a unidade nesta terça-feira (16), acompanhado da secretária de Assistência Social Rosana Russo, a Prefeitura pretende estabelecer parcerias com a iniciativa privada para oferecer vagas no mercado.

No local, a usuárias também recebem apoio para atendimento nos serviços da rede municipal, como saúde e educação para os filhos. O tempo de permanência na Casa das Anas depende da evolução de cada uma no processo de reinserção social. Em média, elas ficam por seis meses, estada que pode ser prorrogada por mais seis.

O período, segundo técnicos, serve para que elas consigam reestabelecer suas vidas, conquistem confiança e autonomia. Mesmo após deixarem a casa, as atendidas seguem em acompanhamento técnico.

Da agressão aos cuidados

Mais que uma triste lembrança, a publicação que marcou um período da história de Ilma Maria de Jesus, 46 anos, foi transformado em uma etapa de mudança. Personagem de uma matéria sobre agressão doméstica, Ilma é agora uma moradora da Casa das Anas.

Dois anos depois da agressão que mudou sua vida, Ilma encontra-se em uma situação muito diferente de quando foi acolhida pelos serviços sociais da Prefeitura. Com esperanças renovadas, hoje pensa no futuro, em trabalhar e mudar sua vida, de uma vez por todas.

“Ainda refaço a minha vida, mas estou em outro momento. Aqui tem sido tudo para mim”, afirma a mulher que ingressará no final do mês no projeto Fênix (para reintegração no mercado de trabalho), da Secretaria de Assistência Social.

“Já participei de outros cursos do Município e estou ansiosa por esse. Tenho certeza de que será o apoio que preciso para seguir em frente”, completa.

Foto: Susan Hortas