Capacitação em Santos orienta a ouvir crianças vítimas de violência
Profissionais que atendem crianças e adolescentes vítimas de violência em Santos participam, desde o início do mês, de um programa preparatório para a escuta especializada. É a primeira vez que o curso acontece em Santos.
A ideia é atualizar técnicos sobre modos corretos e atuais de entrevistar e acolher crianças e adolescentes que sofrem violência ou que são testemunhas de situações agressivas.
Realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), a capacitação é feita por videoconferência, para cerca de 70 profissionais das secretarias de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, além de conselheiros tutelares, conselheiros de direito, promotores, juízes da Vara da Infância e Juventude e defensores públicos. As atividades seguem até o dia 30.
A presidente do CMDCA de Santos, Suzete Faustino, explica que a escuta especializada visa evitar que a criança ou adolescente tenha que contar diversas vezes, para diversas pessoas, a história que vivenciou ou testemunhou. “A proposta é que, quem esteja prestando o serviço que a criança porventura passar, tenha o entendimento da escuta e faça os encaminhamentos necessários, evitando que a criança e o adolescente tenham que repetir a situação, em um processo denominado 'revitimização', revivendo um momento difícil a cada nova narração”.
A capacitação se baseia em lei federal que organiza e cria protocolos para coibir a violência contra crianças e adolescentes. Os participantes entram em contato com técnicas e práticas para a escuta especializada; a importância do trabalho em rede efetivo para a proteção e o atendimento à vítima, entre outras orientações que têm como suporte o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A advogada e conselheira municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santos, Claudia Diegues Krawczuk, avalia como positiva a ideia de capacitação dos agentes envolvidos no atendimento deste segmento. “É de suma importância promover a capacitação dos diversos atores do sistema de garantia de direitos para que as crianças e os adolescentes recebam prioridade absoluta, tratamento digno e proteção quando vítimas ou testemunhas de violência”.