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Cães são vacinados contra leishmaniose em Santos

Publicado: 16 de maio de 2019
15h 54

De forma pioneira no País, a Prefeitura de Santos oferece uma linha de cuidado integral aos cães da Cidade com relação à leishmaniose. A medida mais recente é a vacinação de cães sadios que têm contato direto com outros infectados pela doença ou moram em um raio de até 100 metros de diâmetro de distância.

Desde o início de maio, a Secretaria de Saúde, por meio da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), está convocando por telefone e pessoalmente os tutores de 780 cães cujos exames de laboratório deram negativo para leishmaniose para que levem os animais para vacinar. As doses são aplicadas aos sábados e domingos na sede da Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida) por técnicos da Sevicoz.

Nos dias 4 e 5 de maio, 91 animais, de 200 que foram convocados, receberam a vacina. No fim de semana do Dia das Mães, não houve imunização. As atividades retornam neste fim de semana (18 e 19) e mais 200 tutores foram convocados. Quem não compareceu será novamente convocado.

“A vacina está disponível apenas para os animais que já foram investigados pela Sevicoz e tiveram exame de sangue negativo para leishmaniose”, destaca Laerte Carvalho, veterinário da Sevicoz.

Cada cão deve receber três doses da vacina, com intervalo de 21 dias entre cada dose. Se houver algum atraso, será necessário reiniciar o esquema vacinal. Depois, uma dose de reforço anual é necessária.

Até o momento, apenas um dono se recusou a imunizar o animal e assinou um termo de responsabilidade. A leishmaniose é uma doença infecciosa transmitida pelo inseto Lutzomya longipalpis, conhecido popularmente como mosquito-palha. Quando pica um cão infectado, torna-se um transmissor do parasita ao picar outros cães e até seres humanos.

Os sintomas, que costumam aparecer de dois a três anos após a infecção pelo parasita, são: pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão, são afetados. A leishmaniose não tem cura nos animais.

As vacinas foram adquiridas pela Secretaria de Saúde com verba parlamentar no valor de R$ 197.325,00, destinada pelo vereador Benedito Furtado, que também destinou R$ 58.110,00 para a aquisição do medicamento milteforam, usado no tratamento dos cães infectados, e R$ 6.776,90 para coleiras com repelente. “Reafirmamos que não há surto de leishmaniose em Santos. O que observamos são casos isolados e em áreas suscetíveis da Cidade, mais próximas a matas”, afirma Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.

Munícipes cujos cães apresentem sintomas de leishmaniose devem procurar atendimento veterinário. Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº - Jabaquara), de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 12h às 17h. Telefones: 3203-5593 e 3203-5075.

Linha integral de cuidado

Desde o registro do primeiro caso de cão com leishmaniose na Cidade, em 2015, Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. Nunca houve registro de leishmaniose em humanos na Cidade.

Saiba mais sobre as demais ações do Município para a prevenção e controle da leishmaniose

  • Investigação do vetor: embora existam casos positivos de leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor
  • Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a Sevicoz sobre casos de leishmaniose. A Sevicoz inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos
  • Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a Sevicoz faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de diâmetro de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz. Desde 2015, foram identificados 58 casos positivos (destes, 32 cães já foram a óbito)
  • Tratamento: atualmente, 26 cães com leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro
  • Coleira com repelente: todos os cães identificados com leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto o pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas
  • Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população
  • Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de mais atividade do mosquito-palha.