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Brasão é símbolo da história e das tradições de santos

Publicado: 8 de abril de 2005
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A palavra símbolo é de origem grega. 'Symbolom' quer dizer sinal ou distintivo. Pela definição do dicionário é tudo aquilo que, por sua forma ou natureza, evoca, representa ou substitui alguma coisa, estimulando sua compreensão. É uma alegoria, metáfora dos princípios que representa. Com o Brasão de Armas da Cidade de Santos acontece exatamente isso. Ele é a melhor tradução da história do município. Remodelado pela Lei nº 2.134, de 12 de setembro de 2003, o Brasão de Armas aparece, por exemplo, na bandeira da Cidade, no gabinete do prefeito e em veículos oficiais. Criado pelo pintor Benedito Calixto, em 1920, o Brasão teve que ser refeito, uma vez que foram apontadas falhas que permitiam interpretações erradas. Entre as mudanças, está o número de torres. Antes, o Brasão apresentava três, mas pela importância de Santos agora tem oito torres. No escudo antigo aparecia um bico, indicando que a Cidade teria sido colonizada por franceses. Como a colonização foi de fato portuguesa, o novo formato do Brasão é arredondado. A adaptação artística do Brasão e a definição das cores, com base no memorial descritivo constante da Lei, foi feita por técnicos da Secretaria de Comunicação Social (Secom). A esfera armilar, também presente no Brasão, é símbolo da ciência e navegação. Os antigos navegantes e estudiosos portugueses usavam esta esfera para cálculos astronômicos. Passou depois a fazer parte do Brasão de Armas do Brasil e foi usado no cunho de moedas e medalhas, como também nos emblemas dos uniformes militares. MITOLOGIA Segundo a mitologia clássica, o caduceu, que está no Brasão, era a vara mágica que Apolo deu a Mercúrio, o mensageiro dos deuses, e sobre a qual se enroscam duas serpentes que simbolizam a prudência. Símbolo do Comércio, registra a importância do Porto de Santos. A fita verde-amarela adornava o peito das autoridades e patriotas no tempo da Independência, e foi adotado no Brasão em memória de José Bonifácio. A Coroa Mural colocada sobre o escudo simboliza força, resistência e emancipação. As portas das torres proclamam o caráter hospitaleiro do povo. Os metais das Armas, ouro e prata, representam à primeira bandeira, usada por Brás Cubas em 1560. Conforme consta de documentos daquela época e do epitáfio de seu túmulo, ele "descobriu ouro e metais e fez fortaleza por ordem Del Rei Dom João III". CAFÉ No escudo, os ramos de café significam a principal riqueza agrícola de São Paulo e afirmam a posição de Santos como o maior escoadouro de produção cafeeira do Estado, base de seu comércio e riqueza. ARTE COMPLEXA Muito complexa, a heráldica, que é a arte de formar e descrever Brasões de Armas, começou por volta do século XII. Entretanto, os historiadores acreditam que sua origem seja mais remota ainda, uma vez que símbolos pessoais e familiares são antiquíssimos. Hoje em dia, os estudos de heráldica são mais intensos e populares em países que têm a monarquia como forma de governo. Para se compor um brasão, é necessário um estudo profundo das características, origem e história do local ou grupo que será simbolizado. Basicamente, existem oito cores e dois metais que compõem os brasões de famílias, grupamentos militares, associações e governos. Na Heráldica alguns dos nomes das cores são diferenciados, como o negro (sable), o vermelho (gules) e o verde (sinople). Também são usados o púrpura e o azul, como cores principais. Outras cores, mais raras, são laranja, castanho e carnação (cor de pele). Os metais são a prata e o ouro. FRASE RESUME IDEAIS SANTISTAS A frase em latim "Patriam Charitatem et Libertatem Docui", que significa "À pátria ensinei a caridade e a liberdade", é o lema gravado no brasão de armas de Santos. Cunhada pelo historiador Afonso d’Escragnolle Taunay, o dizer é representativo dos ideais e da História santista; e alude diretamente à instituição da primeira Santa Casa de Misericórdia do Brasil (Caridade) e às lutas pela Independência (Liberdade). Embora Taunay tenha nascido em Nossa Senhora do Desterro, hoje, Florianópolis, Santa Catarina, sua frase inspirada não é fruto do acaso. O historiador, que foi diretor do Museu Paulista, entre 1917 e 1945, lembrado como uma figura fundamental para a preservação da memória brasileira, nutria uma grande deferência e carinho por Santos. Afonso Taunay foi, inclusive, um dos integrantes do movimento favorável à construção do Monumento aos Andrada, localizado na Praça da Independência, inaugurado no centenário da Independência em 1922.