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Boqueirão, um bairro de Santos com tradições, negócios e serviços

Publicado: 25 de outubro de 2022 - 7h10

Rosana Rife

Seja um produto ou um serviço, o morador do Boqueirão encontra no próprio bairro. Além da vocação comercial, tem seus cantinhos famosos. O casarão branco, imponente, em frente à praia, é um deles. A Pinacoteca Benedito Calixto é referência para o mundo das artes não somente no bairro ou na Cidade. E, claro, há uma orla charmosa em dias de sol e até de chuva. É neste cenário, e cheio de gás para muitas novidades, que o Boqueirão completa mais um aniversário nesta terça-feira (25).

O bairro tem sua área delimitada pelos canais 3 e 4, a orla da praia e parte das avenidas Francisco Glicério e Afonso Pena. Basta uma caminhada pelas suas 78 ruas para perceber a excelente infraestrutura urbana.

“É um bairro próximo a tudo, então dá para fazer tudo a pé, se quiser. É como se ele ficasse no meio de Santos. E praticamente o bairro inteiro é perto da praia, mesmo para quem não mora em frente à orla. Isso também é muito legal. Sou apaixonada pelo meu bairro”, diz a terapeuta Carla Palamone.

Outra apaixonada pelo bairro é a dona de casa Lourdes dos Santos Souza, 75 anos. Ela vive há 22 no Boqueirão e nem pensa em sair de lá. Um dos passeios favoritos dela é dar uma passada no Super Centro Boqueirão (Rua Oswaldo Cruz, 319), outro destaque do local.

Instalado praticamente no coração do bairro, é considerado o primeiro centro comercial da América Latina. Fundado em 1965, já nasceu com o conceito de lojas, serviços e lazer, todos concentrados no mesmo espaço. Com suas mais de 130 lojas, é uma referência não somente para dona Lourdes, mas para moradores de toda a Cidade.

“Aqui temos ainda muitos outros estabelecimentos e tudo fica pertinho. Farmácia, padaria, restaurante, feira… quando preciso ir ao banco, vou a pé. É muito bom ter meu cantinho no bairro”, diz Lourdes

Também na orla, o Edifício Parque Verde Mar (Avenida Vicente de Carvalho, 6), projetado e construído por João Artacho Jurado, é outro empreendimento que  pode ser considerado um monumento histórico. Erguido na década de 50, trouxe características estéticas inovadoras, com curvas e cores fortes e ainda sob o conceito de lazer integrado.

Em frente ao prédio, é possível passear, aos sábados, pela tradicional Feira de Produtos Artísticos e Artesanais (FeirArte), que reúne diversos expositores. Eles trazem na bagagem muito artesanato, bijuterias, roupas, sapatos e, claro, uma gastronomia diversificada.

Na praia, próximo à Avenida Conselheiro Nébias, há a Gibiteca Municipal, point dos amantes de quadrinhos. O equipamento reúne milhares de obras infantis, mangás, fanzines, por exemplo, e proporciona uma viagem ao mundo da leitura para crianças e adultos.

 

FORÇA NA EDUCAÇÃO

Outra característica do Boqueirão é a histórica concentração de unidades de ensino. A Faculdade de Direito de Santos foi instalada no bairro pela Universidade Católica de Santos (Unisantos) na década de 1950 (atualmente os estudantes do curso assim como os alunos de Arquitetura utilizam o campus Dom Idílio, na Vila Mathias). Depois, ao longo da década de 1960, o bairro ainda receberia o campus universitário da Santa Cecília (Unisanta) e da Fundação Lusíada.

Além disso, há ainda três escolas da rede municipal: a 'Antônio Demóstenes de Sousa Britto', que atende 446 crianças do ensino fundamental, 'Lydia Federici', com 129 alunos matriculados e 'Derosse J. de Oliveira', com 86 crianças em educação Infantil.

Sandro dos Santos, 52 anos, é porteiro de uma das unidades de ensino superior há 22 anos e acompanhou de perto as transformações ocorridas no bairro ao longo de mais de duas décadas.

“Eram muitas casas. Agora você vê prédios altos em vários lados. A cada dia surge um empreendimento novo e o bairro vai valorizando. O Super Centro mesmo não tinha tanto movimento no passado quanto agora. Está bem diferente de quando cheguei, mas a gente evolui e as coisas também. Gosto de trabalhar aqui. Fiz muitos amigos”.

 

HISTÓRIA

Por volta de 1840, a palavra Boqueirão já fazia parte do vocabulário dos santistas. Era usada em referência ao caminho utilizado para ir da região central até a praia, porque os moradores precisavam atravessar o Caminho Velho da Barra (atuais ruas Braz Cubas, Luís de Camões e Oswaldo Cruz) até chegar ao boqueirão - uma grande boca que abria passagem para a orla.

Mesmo com a construção da Av. Conselheiro Nébias, que já foi chamada de Octaviana e Independência, em 1872, o local continuou a ser usado e o nome Boqueirão passou a fazer parte da História da Cidade.

O aniversário foi oficializado em 1962, pela lei 2.571, mas as comemorações tiveram início dois anos antes, quando foi criada a Sociedade Amigos e de  Melhoramentos do Boqueirão, sendo assim, lá se vão 62 anos de muitas histórias e novidades vividas por seus moradores.