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Atendimento integrado propicia melhor qualidade de vida a idosos que vivem em santos

Publicado: 19 de setembro de 2000
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Nos últimos anos a Prefeitura de Santos vem implantando um novo modelo de atendimento ao idoso, com projetos de impacto que visam proporcionar melhor qualidade de vida para este segmento, no qual estejam integrados programas de valorização, alternativas de moradia, lazer, geração de renda e acompanhamento psicossocial. Essa diretriz, implementada por meio da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac), foi fortalecida principalmente a partir da criação da Seção de Atenção à Pessoa Idosa (Seapi), em 1997, unidade que hoje concentra vários projetos voltados à Terceira Idade na área de Assistência Social. À Seapi cabem tanto os programas de atendimento quanto os de desenvolvimento social. Ou seja, à seção compete a orientação e o trabalho com idosos abandonados e vítimas de maus-tratos ou negligência, inclusive com o acompanhamento individualizado; a intervenção junto às famílias; e, ainda, as visitas domiciliares. No aspecto de desenvolvimento social, a seção é responsável pela continuidade e ampliação de projetos (como as repúblicas, voltadas à oferta de moradia; e o Bazar Arte & Fatos, direcionado à geração de renda) e pela implantação de novas iniciativas (como o ´Projeto Vovô Sabe Tudo´ e o Atendimento Social Domiciliar). Além disso, há ainda os centros de convivência da Terceira Idade, que propiciam lazer, esportes e atividades culturais para pessoas com idade a partir de 50 anos. Todo este trabalho faz parte de uma iniciativa que busca a valorização do idoso, atendendo-o de forma integrada e inserindo-o em todas as discussões pertinentes para a melhoria de sua qualidade de vida. Por isso, é estimulada a participação dos idosos nos encontros e conferências municipais da Terceira Idade e sua presença efetiva no Conselho Municipal do Idoso. BALANÇO – Em função da ´Semana Municipal do Idoso´, que será realizada de 26 a 29 deste mês, a Seac acaba de traçar um balanço sobre o atendimento prestado em seus diversos serviços. Do total de idosos residentes em Santos (59.589), cerca de 12.900 encontram-se no segmento atendido pela Assistência Social (o que equivale a 21,6%). Só para ter uma idéia, os projetos da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania, em 1999, garantiram o atendimento a 60% deste segmento, ou seja, 7.740 idosos. Levando em conta o período de 1997 até o primeiro semestre de 2000, foram fechados os resultados por projeto. A Seção de Atenção à Pessoa, criada em 1997, atendeu no mesmo ano 136 pessoas. Em 98, esse número subiu para 283 idosos atendidos. Já em 99, com crescimento de 84,4% na demanda em relação ao ano anterior, foram registrados atendimentos a 522 idosos. No primeiro semestre de 2000 já passaram pelo serviço 311 pessoas, o que comprova a aceitação do equipamento e sua referência junto à comunidade. Nos dois centros de convivência, onde estão inscritas aproximadamente 8 mil pessoas, a freqüência média/dia é de 250 idosos no Vida Nova e 150 no Isabel Garcia. Quantos às repúblicas, das 13 vagas existentes em 97, houve a ampliação para 25 em 99 (com mais uma casa) e para 42 em 2000, com duas novas unidades (ou seja, um crescimento de 230% das vagas em quatro anos). Com relação ao ´Vovô Sabe Tudo´, iniciado em março de 98 com 9 idosos atendendo 362 crianças e adolescentes, os resultados são bastante positivos. Em 99, 22 idosos atenderam 860 meninos e meninas. No primeiro semestre de 2000, com oficinas também para adultos, 26 vovôs oficineiros vêm garantindo o aprendizado a 3.482 pessoas, sendo 3.336 crianças, 133 adolescentes, 237 adultos e 28 idosos. Com essas iniciativas, os idosos têm tido a garantia de respeito aos seus direitos e necessidades, atuando na sociedade como cidadãos e conseguindo reverter a imagem de pessoa ultrapassada. PROGRAMAS DA SEAC ESTIMULAM A PARTICIPAÇÃO DO IDOSO A Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) mantém uma série de programas de atendimento à pessoa idosa. Nele estão integrados projetos que têm como objetivo propiciar uma melhor qualidade de vida ao idoso, valorizando-o sob vários aspectos e estimulando sua participação nas discussões relativas à definição das políticas públicas específicas do segmento. São eles: SEÇÃO DE ATENÇÃO À PESSOA IDOSA– Atende idosos vítimas de maus-tratos, abandono e negligência, além de coordenar os demais projetos. Além disso, presta apoio técnico às entidades que atendem ao idoso e monitora as instituições conveniadas. PROJETO REPÚBLICA – Oferece moradia digna a idosos de baixa-renda, com pagamento de aluguel simbólico. PROJETO VOVÔ SABE TUDO – Visa integrar idosos a crianças e adolescentes carentes. PROJETO BAZAR & FATOS – Propicia a geração de renda. PROJETO CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA A TERCEIRA IDADE – Espaços de lazer e integração social de idosos. ATENDIMENTO DOMICILIAR – Dá retaguarda social e psicológica para idosos e famílias, em sua residência, visando à melhor convivência familiar (em implantação). CONHEÇA MELHOR CADA UM DOS PROGRAMAS 1. Seção de Atenção à Pessoa Idosa – Foi implantada em abril de 1997 a partir de uma reivindicação dos idosos e da equipe da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania que atua com a Terceira Idade, visando um atendimento mais integral às pessoas inscritas ou não nos centros de convivência. Com a regulamentação da Lei 8.842/94, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, a necessidade de um órgão articulador das políticas públicas para o atendimento a este público tornou-se mais premente. São considerados marcos do trabalho da seção: a identificação de uma demanda ainda pouco conhecida; a ampliação do número de vagas para idosos dependentes em instituições da área não-governamental (1997); a participação da seção no 3º Encontro Santista da Terceira Idade e na 1ª Conferência Municipal do Idoso (1997); a implantação do Projeto Vovô Sabe Tudo (1998); e a ampliação dos projetos República e Bazar Arte & Fatos (1999). 2. Projeto República – Em 1995, no 2º Encontro Santista da Terceira Idade, realizado pela Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania, por meio dos centros de convivência Vida Nova e Isabel Garcia, nasceu a proposta, feita pelos próprios idosos durante as discussões sobre moradia, da implantação de repúblicas. O projeto foi implantado em 26/9/96, com a inauguração da república Bem Viver, em parceria com a Cohab Santista, a partir do Programa de Locação Social, que é direcionado às pessoas que não têm condições financeiras para aquisição de imóveis. O projeto foi desenvolvido em cinco fases: a escolha dos futuros moradores (de acordo com os critérios estabelecidos); a preparação dos idosos para um convívio coletivo; o acompanhamento técnico e o estabelecimento de uma rede de apoio; o período de adaptação e avaliação. Após as avaliações foram realizadas algumas adequações ao projeto e estabelecida uma nova parceria para a implantação da segunda república, a Fraternidade, em 1998. Hoje o Município conta com mais duas repúblicas, a Vitória e a Renascer, inauguradas em junho de 2000, que proporcionam moradia a 20 idosos. No total, as quatro unidades oferecem 42 vagas. 3. Projeto Vovô Sabe Tudo – O projeto faz parte do Programa de Valorização do Idoso. A idéia constava como proposta de Governo, sendo concretizada através da elaboração do projeto em agosto de 1997 pelos técnicos da Seac e pela promulgação da Lei 1.663 de 11 de março de 1998. As etapas da implantação foram: a. Inscrição dos vovôs (que atenderam a divulgação do projeto, realizada pelo jornal local e pelo Diário Oficial de Santos). Foram realizadas 109 inscrições de idosos com diferentes habilidades. Das inscrições, foram deferidas 77 que atenderam aos critérios de inscrição. Os demais idosos foram orientados a se inscreverem em outros projetos da Secretaria de Ação Comunitária: Centros de Convivência da Terceira Idade, Grupos de Geração de Renda e outros. b. Paralelamente foram aplicadas pesquisas de interesse junto às crianças e adolescentes das Escolas Municipais e Centros de Convivência, envolvendo 257 crianças e adolescentes. A seguir foi realizada a seleção através da demonstração prática dos candidatos a oficineiros. Foi montado um grupo de avaliadores, pessoas com conhecimento a respeito das habilidades avaliadas. O primeiro grupo contou com 38 idosos aprovados. Destes, de acordo com o interesse das crianças e adolescentes foram convocados nove oficineiros para capacitação que, além de conhecimento da demanda, planejaram as oficinas, com previsão de material, custo e instrumentais utilizados para acompanhamento e avaliação. A atuação do primeiro grupo de oficineiros foi considerado piloto pois se desconhecia outra experiência similar para parâmetro. c. O grupo iniciou suas atividades em equipamentos municipais mencionados anteriormente: centros de convivência para crianças e adolescentes e uma organização não-governamental: Associação Cruzada das Senhoras Católicas. d. Todos os oficineiros cumpriam 20 horas semanais e hoje cumprem 16 horas, sendo quatro horas semanais utilizadas para as reuniões de acompanhamento pela coordenação. e. Em março de 98 os 16 vovôs inscritos atendiam cerca de 362 meninos e meninas, a maioria na faixa etária de 7 a 14 anos, freqüentadores dos centros de convivência mantidos pela Seac. Esse número cresceu bastante, sendo que no primeiro semestre deste ano, 26 vovôs oficineiros atenderam 3.482 pessoas, sendo 3.336 crianças, 133 adolescentes, 237 adultos e 28 idosos. Além dos oficineiros, há quatro vovôs que atuam voluntariamente na área de esportes e outros quatro que foram selecionados para atuar no bonde turístico (que trabalharam como motorneiros e condutores). 4. Projeto Bazar Arte & Fatos – A iniciativa surgiu de um grupo de mulheres freqüentadoras dos centros de convivência da Terceira Idade, que devido à baixa pensão e/ou aposentadoria, passaram a confeccionar produtos artesanais com dois objetivos: a ocupação do tempo livre e a geração de renda. O trabalho começou em 1991, com a utilização de diversos pontos para a venda dos itens. Em 1996 a Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania destinou uma sede para o funcionamento do bazar. Em 1999 o projeto foi ampliado, passando a contar com mais dois pontos de comercialização. 5. Projeto Centros de Convivência para a Terceira Idade – A implantação do primeiro centro de convivência para idosos, em 1991, surgiu de um antigo projeto chamado Núcleo de Atendimento ao Idoso, que funcionava em um centro de convivência voltado a crianças e adolescentes. Enquanto durante o dia o equipamento recebia meninos e meninas de 7 a 14 anos, durante o período da noite, pais e avós destas crianças utilizavam o local como um ponto de encontro para a realização de pequenas atividades recreativas e também para discutir questões ligadas ao envelhecimento. A partir deste grupo foi implantado o Centro de Convivência Vida Nova (1991) e, quatro anos após, o Isabel Garcia (1995). Atualmente, um outro grupo de senhoras se reúne em um espaço na Zona Noroeste da Cidade – chamado Grupo Nova Esperança – que ainda este ano será ampliado para o mesmo tipo de atendimento, dando origem a mais um centro de convivência. São considerados marcos do trabalho dos cecons: os encontros santistas para discutir temas da Terceira Idade, com ênfase ao envolvimento de organizações governamentais e não-governamentais; a reformulação do Conselho Municipal do Idoso, de acordo com a Lei Federal 8.842, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso; incentivo à organização dos idosos em movimento popular criado em torno da questão da moradia com o objetivo de viabilizar a aquisição de casa própria ou a locação social; a realização das conferências municipais do Idoso; a fomentação de projetos que vieram a ser criados posteriormente, como as Repúblicas, o Arte & Fatos e o Atendimento Social Domiciliar. 6. Atendimento Social Domiciliar – A elaboração do projeto foi concluída em abril de 2000. A partir daí, técnicos da Seção de Atenção à Pessoa Idosa vêm se reunindo com representantes de organizações não-governamentais que já atuam neste segmento para viabilizar um trabalho em parceria, inclusive com a definição de voluntários. Hoje, o projeto está em fase de implantação, com levantamento e caracterização da demanda.