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Atendimento domiciliar a alunos com deficiência vai além do apoio pedagógico em Santos

Publicado:
24 de abril de 2019
18h 31

Com um apoio que vai muito além do aspecto pedagógico, a Secretaria de Educação (Seduc) oferece atendimento domiciliar àqueles que não podem frequentar a escola em razão de deficiências físicas, mentais, além das condições de saúde, temporárias ou definitivas. Atualmente, há 16 beneficiados.

A chefe da Seção de Educação Especial (Sedesp), Célia Plaza Gouveia, explicou que é preciso que o professor do atendimento domiciliar tenha maior sensibilidade, carinho, amor, tranquilidade, empatia, habilidades especiais porque entrará no âmbito familiar. São feitas entrevista, formações e lapidação adequada à função. “O perfil do educador tem que estar sintonizado ao perfil do aluno para se criar a empatia.”

Célia ressaltou que os alunos ganham uniforme e material escolar, preparando-se para a aula como se fossem à escola. “Este ritual é importante”.

Além do atendimento domiciliar, hoje há em torno de 900 deficientes incluídos na rede regular de ensino.

Criação de vínculo é fundamental

A professora Maria Emília de Abreu dá aulas em casa desde 2014 e, desde março de 2015, atende Luana Marques Fantinato, de 17 anos, por uma hora e meia, três vezes por semana. “Pensei em desistir no final de 2016, ficava frustrada porque programava três atividades e só conseguia completar uma com esforço. Mas fazia mestrado e, por meio de leituras, estudo e a percepção das aulas que dei, vi que a Luana evoluiu muito em outros aspectos. Você cria um vínculo e isso é fundamental”.

Ela contou que a estudante tem baixo foco de atenção e, com o tempo, foi tendo mais concentração. “As aulas são adaptadas a cada aluno”.

Emília destaca que a parte pedagógica não ficou de fora, porém há de se respeitar o ritmo do aluno, o que mais desperta atenção e interesse. O computador e aplicativos revelaram-se essenciais para a aprendizagem. “Uso editor de texto, vídeos no You Tube, o aplicativo educativo Sebran (figuras coloridas, música e jogos educativos que ensinam as crianças a ler e escrever), o HQ, para fazer histórias em quadrinhos, quebra-cabeças e livros de histórias virtuais e também físicos”.

APRENDIZADO

A mãe de Luana, July Marques Fantinato, contou que, em 2008, a menina teve encefalite pelo vírus da herpes, o que deixou um terço do cérebro afetado. Com isso, passou a ter epilepsia, fala e coordenação motora prejudicadas e hiperatividade. “Ela estudou na unidade Carmelita por quase dois anos, mas foi tendo muitas quedas bruscas e comportamento mais agressivo”.

July lembrou que no início do atendimento domiciliar ficou triste e receosa de que a filha fosse ficar excluída e não evoluísse. “Pelo contrário. Já no primeiro ano, seu progresso foi impressionante. Na escola, se distraía por qualquer coisa. Aqui é o momento dela. Hoje ela é pré-silábica, distingue palavras em placas”.

Outro benefício apontado é que há pleno acesso do professor aos familiares. “Aprendemos juntas e conversamos sobre o que é melhor para a Luana. É um processo de aprendizagem construído mutuamente. Discutimos qual a real necessidade dela naquele momento”.

Fotos: Isabela Carrari

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