Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Amigos e políticos falam de zuza

Publicado: 6 de março de 2001
0h 00

Mário Covas era conhecido entre os amigos como Zuza. Estava sempre sorrindo e gostava de falar de futebol, principalmente de demonstrar o seu fanatismo pelo Santos F.C. Elogios não faltam tanto ao homem público como ao companheiro de escola, dos bailes do Caiçara Clube e como funcionário público. As lembranças sobre o comportamento de Zuza, sempre fiel aos seus princípios, se transformaram em assunto principal de encontros de amigos, ontem, no Centro da Cidade, em especial na Rua XV de Novembro, onde o pai do governador de São Paulo, era um dos mais tradicionais corretores de café de Santos, proprietário da firma Covas e Assunção Exportadores de Café. Para o corretor de café Mário de Barros Calazans, o amigo Zuza sempre mostrou seu amor pela Cidade e um dos exemplos que faz questão de citar foi a medida que tomou em dezembro do ano passado quando, ao saber das dificuldades que a Santa Casa vinha enfrentando, resolveu doar um tomógrafo, uma cápsula de bomba de cobalto e R$ 1 milhão para o pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital. Ele foi o maior aliado que a Cidade teve nas lutas que travou em termos de política nacional, comentou Calazans, recordando uma passagem que teve com Zuza em 1950, quando Covas, ganhou do pai um carro Austin, inglês. Era uma alegria passear pelas ruas de Santos naquele veículo, afirmou. Uma pessoa que acompanhou toda a trajetória de Covas foi o amigo Fernão Betim Paes Leme, de 71 anos, há 50 atuando como classificador de café. Paes Leme e Zuza estudaram juntos da infância à adolescência, passando pelas escolas Brás Cubas, Colégio Santista e Colégio Bandeirante, este último na Rua Cubatão, na Capital, onde dividiram uma república estudantil e formaram-se em Química Industrial. Mário sempre se destacou na escola e, em São Paulo, enquanto os demais colegas procuravam diversão, ele ocupava os finais de semana estudando, muito dedicado, recorda-se o amigo. Covas era um aluno tão exemplar que ao ingressar para a faculdade de Engenharia, na USP, foi convidado a lecionar no colégio Bandeirante, o qual havia acabado de se formar, iniciando a sua vida como professor. Já na vida pública, os primeiros passos como político foram dados quase que simultaneamente com o ex-prefeito Osvaldo Justo. Covas sempre mostrou habilidade e espírito de comando, mas algo admirável era a sua personalidade, com coragem de dizer não, coisa difícil para quem exerce um cargo no Executivo, afirmou Justo. O ex-prefeito lembra uma passagem há aproximadamente quatro anos, quando um deputado estadual pediu cargos para amigos no governo do Estado. Covas o chamou em um canto e solicitou que esse deputado trabalhasse mais para criar condições de trabalho em sua cidade, pois assim todos teriam emprego. Sobre as suas origens, Justo afirma que, depois dos irmãos Andradas, Covas foi o primeiro político que colocou a Cidade no patamar mais alto, ocupando os cargos no Senado e Governo Estadual. O presidente do Centro Vivo e dos Museus dos Cafés do Brasil, Eduardo Carvalhaes, estudou com Renata Covas e, desde jovem, cultivou uma admiração pela coragem e idoneidade do governador. No ano passado, quando houve a reforma do prédio da Bolsa de Café, Zuza foi empossado presidente de honra da instituição. O presidente do Sindicato Varejista de Santos, José Kauffaman definiu o governador como um verdadeiro exemplo para a classe política, motivo de orgulho pela sua honestidade, dedicação e humildade. Ele é um modelo de como deve ser um verdadeiro político.