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68º jogos abertos do interior: barretos, 150 anos de história e muita tradição

Publicado: 14 de setembro de 2004
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Barretos ainda está em festa, afinal, no último dia 25 comemorou 150 anos de fundação. A sua origem, entretanto, remonta o ano de 1.831, quando chegaram na região os irmãos Francisco José Barreto e Antônio Barreto. Chico Barreto nasceu na cidade de São José da Campanha, Minas Gerais. Mudou-se de sua terra natal e fixou residência em Caldas Velhas, também no estado de Minas. Lá casou-se com Ana Rosa. Do casamento nasceram oito filhos. Naquele ano de 1831, Francisco José Barreto e seu irmão acompanhados de toda a sua família, decidiram vir para o norte do Estado de São Paulo e tomar posse de uma gleba de terras à margem esquerda, entre a confluência dos rios Grande e Pardo. Cinco dos filhos de Francisco José Barreto já estavam casados. O local escolhido passou-se a denominar Fazenda Fortaleza. A região pertencia ao município de Araraquara e chamava-se Sertão de São Bento de Araraquara. Algum tempo depois da chegada de Chico Barreto chegou Simão Antônio Marques e sua família que também era da cidade de Caldas Velhas. A sua propriedade chamava-se fazenda Monte Alegre. No ano de 1.845 as duas famílias pioneiras, os Barreto e os Marques, instituíram o povoado delimitando uma área comum às duas fazendas, doada à igreja, recebendo o nome de "patrimônio do Espirito Santo", cresceu e virou a "Villa dos Barreto", depois "Villa Barreto" e finalmente "Barretos". No dia 25 de agosto de 1.854, seis anos após a morte de Francisco José Barreto e de dois anos após a morte de sua mulher Ana Rosa, seus filhos, nora e genros doaram 62 alqueires da Fazenda Fortaleza. Da mesma forma Simão Antônio Marques, sua esposa e irmãos doaram 20 alqueires de terra da Fazenda Monte Alegre. Os dois lotes de terra totalizando 82 alqueires foram doados ao Divino Espírito Santo, afim de se constituir uma capela para que ao redor nascesse um povoado. A sede da Fazenda Fortaleza, onde morava a família de Chico Barreto, situava-se na parte sul da cidade, nas imediações das atuais ruas 6 e 8 com as avenidas 13 e 11 no quarteirão onde hoje encontra-se o marco histórico da cidade e o Hospital Psiquiátrico e Asilo Dr. Mariano Dias. A cidade foi considerada a "Capital da Pecuária Nacional" e é conhecida atualmente como a "Capital do Country Brasileiro". A origem da "Capital da pecuária nacional" deve-se à excelência de suas pastagens, surgida por um acidente da natureza, através de uma forte geada no mês de junho de 1.870, "queimando" por conta da intensidade do frio a fechada mata existente. Após a geada, no dia 24 de agosto do mesmo ano, dia de São Bartolomeu, a vegetação ressequida foi devorado por um incêndio de grandes porções acabando com a mata fechada existente. Com a chegada da primavera e das chuvas, surgiram imensas pastagens naturais, estabelecendo excepcionais condições para a engorda de gado. Fazendas foram estabelecidas e grande contigente foi atraído pelas possibilidades de ganhos que a atividade pecuária passou a propiciar na região. A melhoria nas condições de transporte permitiram a ocupação acelerada do território e a consolidação de uma rede urbana que continuamente atraia imigrantes. FERROVIA Em 1.909 a ferroviária chegou a Barretos e redimensionou o crescimento da cidade. Entrepostos, depósitos e unidades de beneficiamento de grãos foram construídos. A disponibilidade de transporte eficiente a existência de boas condições para o desenvolvimento e expansão da pecuária permitiram que em 1.913 se instala-se na cidade a Companhia Frigorífica Anglo Pastoril. Além de suas instalações industriais foram também construídos uma vila operária e um ramal ferroviário às margens do Ribeirão Pitangueiras. A infra-estrutura de transporte continuou a desempenhar importante papel no desenvolvimento econômico que se seguiu. O asfaltamento da via Washington Luiz e posteriormente a Rodovia Brigadeiro Faria Lima foram fundamentais para a atração de indústrias e novas contingentes migratórios, consolidando não apenas importantes centros urbanos, como Campinas e Ribeirão Preto, mas também centros menores como Barretos. Durante muito tempo Barretos foi o centro da pecuária nacional, ocorrendo aqui os vultuosos negócios graças a quantidade e a excelente qualidade de seus rebanhos levados à mostra nas exposições de animais e produtos derivados tendo como palco o recinto Paulo de Lima Correia Inaugurado no ano de 1.945. A cidade ostentou durante muito tempo um outro título: vitrina da pecuária brasileira. Novas atividades agrícolas foram adquirindo importância durante este processo. Dentre elas destaca-se a heveacultura e a citricultura, que cresceu na região durante as décadas de 60 e 70. Nesse período assistiu-se também a um intenso processo de modernização da agricultura, expandindo-se a produção mecanizada de grãos, especialmente de soja. Nos anos 80 o cultivo de laranja assumiu grande importância e passou a disputar com a cana-de–açúcar a posição de principal produto agrícola regional. Cidade festeira por natureza, Barretos ainda guarda muitos traços de sua cultura caipira, sertaneja e interiorana. O rico folclore desenvolvido na região tem característica peculiares. A própria fala do Barretense traz um sotaque caboclo, que acabou invadindo a urbanidade aparente. Tradições presentes nas folias de Reis, grupo folclórico, músicas típicas, comida feita no fogão de lenha. Uma terra onde a tradição anda de braços dados com a vanguarda. FESTA INTERNACIONAL Atualmente Barretos é conhecida internacionalmente por realizar a Festa do Peão de Boiadeiro. O evento tem grande importância para a dinâmica da economia do município, pois tem permitido o crescimento dos setores ligados ao turismo e à produção de artigos country, com enorme efeito multiplicador em termos de geração de renda e emprego. Com os seus 105.000 habitantes, Barretos é sede da 13º Região Administrativa do Estado de São Paulo. Possui uma Fundação Educacional (mantenedora das Faculdades de Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Farmácia, Direito, Administração de Empresas, Matemática, Química, Física e Odontologia) e uma associação de Ensino (com as Faculdades de Processamento de Dados, Ciências Contábeis e Pedagogia), seis emissoras de rádio, dois jornais diários, uma emissora de televisão e onze agências bancárias. Com uma economia ainda baseada nas atividades ligadas à agropecuária, num excelente setor de comércio e serviços, Barretos expande o seu parque industrial, com a criação de um polo tecnológico, e investe no desenvolvimento do turismo, como fatores de geração de empregos, recursos e progresso.