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Resultados do projeto piloto vão apontar solução para a erosão da Ponta da Praia

Publicado: 15 de dezembro de 2017
11h 43

É preciso agir para conter o acentuado processo erosivo da Ponta da Praia ou o bairro ficará cada vez mais desprotegido.

Esta foi uma das conclusões apresentadas aos cerca de 100 munícipes que participaram da audiência pública, na quinta-feira (14), sobre o projeto piloto que a Prefeitura inicia neste mês. O público que compareceu na Sociedade de Melhoramentos da Ponta da Praia recebeu ampla explicação do que vem ocorrendo na orla e dos fenômenos que causam prejuízos, como as ressacas registradas em 2016. Também conheceu detalhes da proposta que tem como principal objetivo apontar a solução definitiva para conter a erosão.

Ricardo Martins Campos, pesquisador da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA/UMD) e que também está trabalhando no projeto piloto da Ponta da Praia, explicou a combinação de ondas e ventos. “Os eventos extremos estão ficando cada vez mais frequentes e quanto mais tempo postergarmos uma ação, mais vamos ficar vulneráveis”.

Segundo Tiago Zenker, pesquisador da Unicamp e um dos autores da nota técnica que embasa o projeto piloto, em três anos a Ponta da Praia perdeu quase 80 mil metros cúbicos de areia. O sedimento se acumula no canal 2, o que obriga a Prefeitura a transportar por caminhões a areia de volta a Ponta da Praia. No entanto, essa ação não tem sido suficiente. Por isso, a necessidade de agir. “Esse é um estudo que a gente passa a desenvolver no mundo real”.

De acordo com Tiago, os modelos matemáticos usados em computador não conseguem reproduzir o que realmente acontece na Ponta da Praia. Além de ampliar os conhecimentos sobre as causas e as soluções definitivas, o projeto piloto também ajudará a diminuir a força das ondas e a armazenar areia no local.

COMO FUNCIONA

A proposta prevê a construção de uma barreira submersa em “L”, com bags de geotêxtil preenchidos com areia da praia. Um dos seguimentos começa junto à mureta, na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima, e segue mar adentro por 275 metros. O outro ficará paralelo ao muro, em direção ao Canal 6 e terá 240 metros de extensão.

A obra custará cerca de R$ 3 milhões e será concluída até o fim de janeiro. Durante a apresentação, Patrícia Dalsoglio Garcia, também pesquisadora da Unicamp, mostrou modelos de estruturas utilizadas no Brasil e em outros países, como espigões e quebra-mares emersos. “Soluções tradicionais normalmente são caras e de difícil manutenção”, justificou ao falar do material definido para o projeto piloto.

DÚVIDAS

Moradora da Ponta da Praia há 20 anos, Leonice Martins França Gabriel está preocupada com a segurança dos imóveis do bairro. “Mas eu estou esperançosa com esse projeto”.

João Bernardo mora no canal 2, mas ficou preocupado com a possibilidade de uma barreira na Ponta da Praia afetar outros trechos da orla. “Eu vim na audiência porque queria entender o efeito disso no restante das praias”.

Tiago Zenker garantiu que os pesquisadores envolvidos no projeto piloto vão monitorar os resultados na Ponta da Praia e também os perfis das outras praias de Santos.

Fotos: Raimundo Rosa