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Ginasta supera síndrome do pânico e conquista campeonato pan-americano

Publicado: 30 de outubro de 2017
16h 06

Todo atleta treina e se dedica para superar outros competidores e garantir o lugar mais alto do pódio. Mas Luiza Garcia, de 16 anos, integrante da equipe santista (Brasil FC/Semes/Fupes) de ginástica estética que conquistou neste mês, no México, o título pan-americano da modalidade, precisou ir além e vencer outro adversário.

A jovem teve síndrome do pânico e encontrou no esporte o melhor remédio. “Realmente posso dizer que o esporte mudou minha vida. Poderia ser hoje uma adolescente cheia de problemas, mas estou aqui sendo feliz e fazendo o que amo”. Além da ginástica estética, Luiza também integra a equipe de ginástica rítmica. A jovem treina há dez anos. E começou a praticar esportes por orientação médica.

Quando tinha apenas seis anos, Luiza era uma menina alegre e tinha na avó uma grande companheira. Mas de uma hora para outra tudo mudou: a avó foi diagnosticada com câncer e faleceu.

“Me diziam que ela estava no hospital, mas voltaria. E isso não aconteceu. De repente, fui tomada por pensamentos negativos. Só pensava que poderia morrer. Deitava no sofá e queria me proteger, imaginava que poderia ter um terremoto. Ambientes com muitas pessoas me assustavam. Tive uma crise de choro na praia”, lembra Luiza.

Para a mãe, Janaina Barros, 38 anos, foi um momento complicado. “Sabíamos que ela sentiria a perda da avó, mas não podíamos imaginar que seria dessa forma. Achávamos que com o tempo ficaria bem, mas não foi o que aconteceu. Não sabia que existia síndrome do pânico nesta idade. A Luiza tinha medo até de entrar na casa dos amigos. Precisei procurar ajuda”.

Levada ao médico, a orientação foi não usar remédios. “Ele me disse que seria importante ela estar no meio de muitas pessoas, pediu que levasse a Luiza para o esporte”, conta a mãe. E foi a partir da matrícula na escola de ginástica rítmica do Rebouças que tudo começou a mudar.

“Sempre me encantei ao ver apresentações de fita e bola. Quando cheguei, de imediato já despertou uma paixão. Mesmo assim o medo ainda estava ali, mas logo comecei a enfrentar. Em pouco tempo surgiu a primeira competição. Tinham muitas pessoas, mas participei e fui bem. Também comecei a fazer novas amizades”, conta Luiza.

Tássia Santana estava lá quando Luiza chegou. “Na época, eu tinha 10 anos, mas dava para perceber que ela não conseguia se entrosar. Como tinha em mim uma referência, viramos amigas. A Luiza tinha medo de errar e prejudicar o grupo. Com o tempo foi superando tudo e virou uma grande atleta. Tenho um orgulho muito grande de tudo o que ela conseguiu”.

Superando com conquistas

Nos dez anos em que compete, Luiza conseguiu grandes resultados na ginástica rítmica. Na competição de maças, arco e no geral, quando são somados os pontos dos quatro aparelhos (arco, bola, maças e fita) foi campeã Metropolitana, da Copa São Paulo e do Estadual. Com a equipe venceu as mesmas competições e tem uma medalha de bronze em Jogos Abertos.

Na avaliação do técnico Thiago Hermenegildo, Luiza tem muito potencial. “Além de talentosa, ela é dedicada. Teve um momento que tive dúvidas se seria uma atleta de alto rendimento, já que tinha dificuldade de trabalhar em grupo. Mas conseguiu superar e é prova do quanto o esporte pode fazer por uma pessoa”.

INFORMAÇÕES

Aulas de Ginástica Rítmica Arena Olímpica - telefone 3203-4448

Rua João Fraccaroli s/nº, Bom Retiro

Centro Esportivo e Recreativo Rebouças – telefone 3261-1980

Praça José Rebouças s/n°, Ponta da Praia.

 

Fotos: Raimundo Rosa